A Europa lançou uma campanha de vacinação em massa contra a Covid-19 domingo (27/12), com aposentados e médicos fazendo fila para obter as primeiras vacinas que prometem pôr fim a uma pandemia que afetou economias e ceifou mais de 1,7 milhão de vidas em todo o mundo.
“Graças a Deus”, disse Araceli Hidalgo, de 96 anos, a primeira pessoa na Espanha a receber a vacina na casa de repouso onde vive em Guadalajara, perto da capital Madri. “Vamos ver se conseguimos fazer esse vírus ir embora.”
Na Itália, o primeiro país da Europa a registrar um número significativo de infecções, a enfermeira Claudia Alivernini, de 29 anos, foi uma das três profissionais de saúde no início da fila para receber a injeção desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech.
“É o começo do fim... um momento emocionante e histórico”, disse ela no hospital Spallanzani, em Roma.
O continente onde vivem 450 milhões de pessoas está tentando alcançar os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, que já iniciaram a imunização com a vacina Pfizer/BioNTech.
A União Europeia deve receber 12,5 milhões de doses da vacina até o final do ano, o suficiente para vacinar 6,25 milhões de pessoas com base no regime de duas doses. As empresas estão lutando para atender à demanda global e pretendem realizar 1,3 bilhão de injeções no próximo ano.
A Europa firmou contratos com uma série de farmacêuticas além da Pfizer, incluindo a Moderna e a AstraZeneca, para um total de mais de dois bilhões de doses de vacina e definiu uma meta para que todos os adultos sejam imunizados durante o ano de 2021.
Embora a Europa tenha alguns dos sistemas de saúde com melhores recursos no mundo, alguns países estão convocando médicos aposentados para ajudar, enquanto outros relaxaram as regras para permitir que mais profissionais manuseiem as injeções.
Com pesquisas apontando níveis altos de hesitação em relação à vacina em países que vão da França à Polônia, os líderes das 27 nações da União Europeia estão promovendo a imunização como a melhor chance de o cidadão retomar algo próximo de uma vida normal no próximo ano.
“Temos uma nova arma contra o vírus: a vacina. Precisamos nos manter firmes, mais uma vez”, tuitou o presidente francês Emmanuel Macron, que testou positivo para o coronavírus neste mês e deixou a quarentena na véspera de Natal.
Depois que os governos europeus foram criticados por não trabalharem juntos para conter a propagação do vírus no início de 2020, o objetivo desta vez é garantir que haja igualdade de acesso às vacinas em toda a região.
Mas, mesmo assim, no sábado, a Hungria se precipitou no lançamento oficial da sua campanha de vacinação ao realizar as primeiras imunizações de funcionários da linha de frente em hospitais da capital Budapeste.
A Eslováquia também prosseguiu com a vacinação para profissionais de saúde no sábado e, na Alemanha, um pequeno número de pessoas em uma casa de saúde também foi vacinado um dia antes do oficial.
A distribuição da vacina representa um desafio complicado, pois ela usa uma nova tecnologia RNA e deve ser armazenada em temperaturas ultrabaixas de cerca de -70 graus Celsius. (Reuters)
Domingo, 27 de dezembro, 2020 ás 19:30
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