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25 de outubro de 2015

'PRESENÇA DE MULHERES NA POLÍTICA FORTALECE A DEMOCRACIA'




A participação das mulheres na vida política nacional ainda está longe da isonomia assegurada pela Constituição; Segundo a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luciana Lóssio, pouca coisa mudou decorridos mais de 80 anos desde que a primeira mulher ocupou uma cadeira no Legislativo brasileiro.

Em um artigo publicado pelo jornal Folha de São Paulo, a magistrada destaca que no Brasil "de raízes patriarcais, no qual o homem sempre ocupou postos de comando, os desafios das mulheres ainda são gigantescos". Segundo ela, "a Reforma Eleitoral, sancionada e publicada no último dia 29/9, trouxe alguns poucos avanços" sobre a participação feminina na política.

"Ainda é pouco, muito pouco. É hora de avançarmos mais. A exemplo de outros países, busquemos a paridade de gênero e a reserva de cadeiras no Parlamento", defende. "O progresso da participação das mulheres na política é fundamental para o fortalecimento da democracia, já que a igualdade é um dos pilares do Estado democrático de Direito", finaliza a ministra.

Confira aqui a íntegra do texto da ministra do TSE Luciana Lóssio.

Domingo, 25 de outubro, 2015

19 de outubro de 2015

HOMENS IMPERMEÁVEIS



Lembro-me que, nos idos dos anos 1970, na escola jesuíta em que estudava, quatro meninas chegaram à sala. Foram as primeiras na, até então, escola de padres para meninos. Os padres (que na época eram mais sábios, porque menos "progressistas") decidiram por colocar garotas "aos poucos" na escola.

O colégio era um palco de brigas e competições. A monotonia da vida escolar era quebrada apenas quando algum de nós começava a brigar para valer e, às vezes, uma minibatalha campal se instalava no meio do campo de futebol. Esse ritual tinha lá sua graça e diversão.

Quando as meninas surgiram nas salas de aula, tudo mudou. A própria hierarquia entre os meninos sofreu uma alteração gigantesca. Se antes "mandava" quem batia mais e era mais dado às práticas do que hoje se chama "bullying", a partir do momento que as lindinhas entraram na sala, quem "mandava" passaram a ser aqueles por quem as meninas demonstravam interesse.

Hoje, suspeito que naquele momento repetíamos algum tipo de ritual pré-histórico em que a presença feminina implicava alguma forma sofisticada de poder que passava pelo desejo que tínhamos de "possuí-las". Essa forma de organização de poder num bando devia ser ancestral, pela força e delicadeza com a qual se fazia sentir. Quanto mais ancestral é o poder, maior sua sutileza. Deus é um discreto.

Imagino que, hoje em dia, chatinhas e chatinhos chamariam isso tudo de "machismo". Mas essas chatinhas e esses chatinhos não entendem nada de mulher. Eu chamaria isso de permeabilidade ao poder feminino.

Semanas atrás, nesta coluna, fiz referência a que, talvez, um dia, chegaríamos à situação em que os homens ficariam impermeáveis às mulheres. Recebi alguns e-mails de leitoras que afirmavam que isso já está acontecendo, que muitos homens já são impermeáveis às mulheres. Tanto eu quanto minhas leitoras não nos referíamos a gays, que são, por natureza, impermeáveis e inofensivos às mulheres.

E o que seria um homem impermeável a uma mulher? Um cara que sabe (ou acha que sabe, como é comum neste mundo contemporâneo de modinhas de comportamento) que não precisa de uma mulher para "ser feliz".

Ele é autônomo em seu dia a dia, sabe cozinhar se for preciso (melhor do que as meninas, que confundem ignorância na cozinha com liberdade), tem uma casa na medida de suas necessidades, sabe administrar funcionárias de limpeza, sabe que compra sexo fácil com garotas especializadas, inclusive em "ser namoradas light", e que, quando quer uma mulher "amadora", tem sempre alguma emancipada por perto –para quem nem precisa pagar o jantar, porque ela se orgulha em fazê-lo.

Aliás, isso de "gastar dinheiro com mulher" é uma coisa que esses homens emancipados já resolveram. Só homens antigos imaginam que "devem" algo a uma mulher. Pelo contrário, o mercado estando difícil como está, talvez elas é que devam demonstrar felicidade pagando coisas para caras generosos.

O homem emancipado é fruto da queima dos sutiãs. Não se sente obrigado a satisfazer a mulher em nenhum nível que seja. Ainda vamos perceber que todo discurso emancipatório se alimenta da libertação de qualquer vínculo. E do ressentimento com a vida.

O emancipado é um ingrato. É um solitário com grana para gastar e jamais um sujeito que trabalha demais para satisfazer os desejos de alguma mulher, a começar pelos que ela sente de ser mãe.

Num universo como esse, quatro meninas numa sala de aula mal seriam percebidas, porque o que estava em jogo ali era o convívio próximo. A intimidade da conversa sobre a prova de matemática. O medo partilhado do professor terrível. Além, claro, da graça com a qual elas sentavam nas cadeiras, antes ocupadas o tempo todo por jovens chimpanzés.

Toda a ópera da emancipação passa pela destruição da intimidade. A mulher emancipada é uma invisível. O homem emancipado não quer se libertar do que as mulheres carregam entre as pernas, quer se libertar do que as mulheres carregam dentro de si. E isso, só se "vê" numa intimidade compartilhada, jamais num mundo impermeável às neuroses do amor.

Luiz Felipe Pondé

Segunda-feira, 19 de outubro, 2015.


CALDEIRÃO DO PMDB ESTÁ FERVENDO



A disputa pelo comando do PMDB de Goiás está a pleno vapor. Até agora foram formada duas chapas que tentam ganhar terreno daqui até o dia 24 de outubro. De um lado o ex-prefeito de Bom Jardim de Goiás, Nailton Oliveira, e de outro uma chapa formada pelos deputados federal e estadual Daniel Vilela e José Nelto (PMDB).
Neste momento, o cenário é completamente diferente do desenhado ao longo do processo. Especulava-se que o deputado federal Daniel Vilela formaria uma chapa, Nailton Oliveira encabeçaria outra, além de José Nelto e o ex-deputado federal Sandro Mabel (PMDB) também com possibilidades.

O cenário mudou após reunião no início da noite de quinta-feira, dia 15, no diretório estadual do partido. Estavam na reunião o presidente estadual da legenda Samuel Belchior (PMDB), o presidente metropolitano do partido e deputado estadual Bruno Peixoto (PMDB), Sandro Mabel, o ex-prefeito de Trindade, Ricardo Fortunato, e o presidente da juventude do PMDB, Pablo Rezende.

Muitos foram pegos de surpresa com o fato de a chapa encabeçada por Nailton e Sandro Mabel já estar em configuração e praticamente formada. A reunião tinha o intuído de afunilar o consenso em torno do nome do deputado José Nelto, que tem apoio dos colegas da Assembleia Legislativa.

Sem consenso na reunião e com a surpresa da chapa de Nailton, os deputados Daniel Vilela e José Nelto, na manhã seguinte, articularam e decidiram por formar mais uma chapa, que ele denomina de “Chapa do PMDB”. As duas chapas foram homologadas na tarde da última sexta-feira, dia 16, na sede do diretório estadual. Entretanto, o consenso ainda será buscado.

Ideal

Dentro do partido há um sentimento de que o consenso seria o ideal, uma vez que uma disputa poderia gerar um racha no ninho peemedebista. Apesar das duas chapas terem sido homologadas, o que vislumbra uma iminente disputa, um entendimento ainda pode acontecer com prazo mínimo de 48 horas antes data da eleição.
Certo é que o próximo mandatário do PMDB terá pela frente o desafio de levantar a agremiação que tem sofrido com desgastes internos. O mais recente deles envolvendo o empresário Junior Friboi, que foi expulso do partido, além de prefeitos peemedebistas que apoiaram o maior adversário da legenda na última eleição para governo, Marconi Perillo (PSDB).

União

O discurso de união é encampado pela maioria dos pretendentes à vaga no comando da agremiação. O deputado José Nelto elogiou trabalho do atual presidente e declarou que vai trabalhar para que o partido aumente sua participação nos diversos segmentos do Estado. “Eu estou no projeto onde a juventude pode participar”, disse.

Para Nelto, o trabalho do novo presidente deve visar o crescimento do partido e recuperar o comando do Estado, que segundo ele, está nas mãos de um modelo esgotado. “Nós vamos buscar um projeto novo. Um modelo que venha mudar o modelo de gestão em Goiás”, finalizou.

O ex-prefeito Nailton Oliveira é bastante próximo a maior liderança da legenda, Iris Rezende (PMDB), assim como José Nelton, mas é tido por muitos como de temperamento mais moderado que a liderança peemedebista na Assembleia. Nailton declara que vai fazer o possível para que haja um consenso. “Estou para somar, não quero dividir o partido”, garante.

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e  o ex-governador Iris Rezende estão apenas observando. O provável que aconteça nesta semana é que Maguito se mobilize e apoie a ala ligada a seu filho, caso não haja consenso.

Iris Rezende, segundo informações de pessoas ligadas ao partido, tem hoje a preferência por Nailton, com quem possui relações estreitas há bastante tempo. Dentro do partido, Iris e Maguito são alçados como as maiores lideranças da legenda e na disputa cabe a eles o papel de orientar.

Torcida

Na bancada estadual a maioria torce pelo consenso. O deputado estadual Adib Elias (PMDB) disse acreditar e torcer para que isso aconteça. Para ele, entretanto, caso não haja consenso, o comando do partido estará em boas mãos. “Todos são gente do bem. Todos terão condições de comandar. Acho que vai ter consenso”, pensa Adib.

Marcione Barreira 

Segunda-feira, 19 de outubro, 2015