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Amigos SP

26 de julho de 2019

Poderosos viram em ataques hackers "oportunidade de retrocesso", diz Moro




Ministro da Justiça aponta a revista que, em sua avaliação, objetivo de vazamentos de conversas particulares era "anular condenações da Lava Jato"

Na primeira entrevista desde a prisão de quatro suspeitos de invadir celulares de autoridades dos três Poderes da República, o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou à revista "Crusoé" que "pessoas muito poderosas" viram nos ataques hackers "uma oportunidade para reavivar tentativas de retrocesso e revanchismo". Em sua avaliação, o vazamento de mensagens extraídas de aplicativos, das quais diz não reconhecer a autenticidade, tem o objetivo de anular condenações da Operação Lava-Jato.

"Existe um status quo que foi extremamente contrariado pelas investigações. Pessoas muito poderosas viram nesse ataque uma oportunidade para reavivar essas tentativas de retrocesso e revanchismo. Me surpreendeu um pouco a agressividade de determinados setores, o que denota um sentimento de revanche, de vingança pelo trabalho institucional que foi realizado. Inclusive por parcelas da advocacia", disse Moro.

Ex-titular da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, Moro destacou que respeita advogados, mas criticou que "parcela deles" veja o enfrentamento da corrupção "a partir de uma perspectiva não muito positiva".

Na entrevista, o ministro voltou a dizer que comunicou imediatamente à Polícia Federal e pediu apuração ao perceber a invasão de seu celular. O ex-juiz negou, porém, que tenha feito qualquer requisição de investigação sobre a divulgação de mensagens pelo site The Intercept Brasil, que afirma ter recebido mensagens de Moro de uma fonte anônima.

Desde o começo de junho, o portal publica uma série de reportagens que apontariam conluio do então magistrado com a acusação em processos da Lava-Jato. Moro e o coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol, contestam a autenticidade do material. O "Intercept" defende que o conteúdo publicado é autêntico e que deve ser publicado por envolver matérias de interesse público.

"A polícia está investigando o hackeamento. Na divulgação, pelo sensacionalismo utilizado, pelo desrespeito às boas regras do jornalismo e pelo teor das matérias, me pareceu que o objetivo era anular condenações da Lava Jato e impedir novas investigações. Se isso foi direcionado a um indivíduo específico ou a vários, é uma questão que não me cabe responder," destacou ele.

Nesta terça-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Spoofing e deteve quatro pessoas suspeitas de ataques a contas do Telegram de autoridades. Um dos presos confessou ter invadido o aplicativo de Moro. Outros dois negam envolvimento. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Otavio Noronha, chegou a dizer que o ministro da Justiça o havia informado que as mensagens obtidas seriam "descartadas", mas a PF afirmou caber à Justiça a decisão sobre o destino do conteúdo.

À revista Crusoé, Moro comentou sobre o custo pessoal dos vazamentos de mensagens. O ministro disse que desenvolveu "certa resistência" por ter sido magistrado durante anos e "tido investigações difíceis, envolvendo pessoas perigosas", mas criticou o que chamou de "maledicência e sensacionalismo" contra "um avanço institucional" no combate à corrupção.

"Acho que é um tratamento injusto. Há uma grande dose de injustiça e ignorância do trabalho que foi feito e do contexto no qual ele foi realizado, de muita dificuldade, que revelava o envolvimento em grande corrupção de personagens em cargos elevados da República, o que gerava uma série de tensões e pressões cotidianas. Na rua, porém, o que eu tenho visto é a intensificação o apoio", destacou Moro. (IG)

Quinta-feira, 26 de julho, 2019 ás 11:00

25 de julho de 2019

Jornalista Paulo Fona é o novo secretário de Imprensa do governo Bolsonaro


O jornalista Paulo Fona será o novo secretário de Imprensa da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, de acordo com informações divulgadas pelo jornal Correio Braziliense nesta quinta-feira (25/07).

O nome do jornalista foi escolhido pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; do porta-voz da Presidência, general Otávio Rego Barros; e do secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten.

Fona foi secretário de Comunicação dos governos de Rodrigo Rollemberg (PSB) no Distrito Federal; e Yeda Crusius (PSDB) no Rio Grande do Sul. O jornalista também atuou como porta-voz e secretário de Comunicação do ex-governador Joaquim Roriz, além de coordenar a campanha ao senador de Ronaldo Caiado (DEM), hoje governador de Goiás.
O jornalista foi ainda diretor de redação e colunista do Jornal do Brasil; editor do Correio Braziliense; e trabalhou no Estado de S. Paulo. (DP)

Quinta-feira, 25 de julho, 2019 ás 12:00