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Amigos SP

31 de janeiro de 2023

PLANO DE LULA NO BNDES É PRIVILEGIAR EMPREITEIRAS CONDENADAS POR CORRUÇÃO

O governo do nove dedos ainda nem completou o seu primeiro mês e o presidente, mais os marechais de campo da sua “equipe econômica”, já anunciaram o que tem tudo para ser o pior negócio, ou um dos piores, que o Brasil pode fazer nos próximos quatro anos com o dinheiro dos pagadores de imposto deste país. É o que se chama de “desastre contratado” – uma dessas armações financeiras que conseguem, desde o seu primeiro minuto de vida, não ter nenhuma possibilidade de dar certo.

 

Começam com taças de champanhe na hora de assinar o papelório do contrato. Acabam em lágrimas para os pobres diabos que vão pagar cada centavo do que for gasto e, no fim, receberão do governo a notícia de sempre: “Sabe aquele empréstimo que a gente fez com o seu dinheiro? Pois é. Dançou”.

 

Foi o que aconteceu na primeira passagem de Lula pelo governo: o BNDES emprestou alguns bilhões de dólares para a construção de portos, aeroportos, metrôs e outras obras em “países latino-americanos” e levou um calote espetacular numa porção de contratos. Não se sabe ao certo, até hoje, o tamanho real do prejuízo.

 

Uma das cifras mais citadas indica que o Tesouro Nacional já entregou ao BNDES acima de US$ 850 milhões para compensar o banco por dinheiro que Venezuela, Cuba e outros países dessa categoria receberam do governo Lula, e nunca pagaram.

 

“Tesouro Nacional” quer dizer, sempre, dinheiro da população, direto na veia – esse que você paga a cada vez que abastece o tanque do carro, compra 1 quilo de arroz ou acende a luz de casa. Querem fazer precisamente a mesma coisa, de novo – e não explicam em nenhum momento por que haveria resultados diferentes desta vez.

 

A festa, agora, é a entrega de US$ 700 milhões ou US$ 800 milhões do BNDES, ou Deus sabe quanto ao certo, para a construção de um gasoduto na Argentina. Está tudo errado nessa história. A Argentina está devendo mais de US$ 40 bilhões só ao FMI, não paga e ameaça os credores com mais um mico.

 

A garantia é o gás que “será produzido” em algum momento do futuro. Os juros são baixos – nem a China aceitou cobrar tão pouco. O projeto é conhecido como gasoduto de Vaca Muerta – isso mesmo, Vaca Muerta, acredite se quiser. A obra será construída, é óbvio, com a participação das grandes estrelas da Operação Lava Jato – as empreiteiras nacionais que confessaram por escrito a prática de crimes de corrupção, devolveram dinheiro roubado e tiveram diretores cumprindo pena na cadeia.

 

O negócio todo se baseia numa ideia doente – a de que o BNDES tem o dever de dar dinheiro a “países pobres”, para promover o seu “desenvolvimento”. É falso. A única função do BNDES é servir ao Brasil.

*Folha

Terça-feira, 31 de janeiro 2023 às 10:18

 

28 de janeiro de 2023

AO CHAMAR IMPEACHMENT DE GOLPE, O ALIENIGENA GERA EXPECTATIVAS NEGATIVAS ENTRE SEUS APOIADORES

Impeachment existe para que o Congresso e o Supremo possam destituir um presidente da República por “crime de responsabilidade” e evitar uma tragédia nacional, como a que se desenhava entre 2015 e 2016, ou um “golpe de Estado” daqueles que a gente já conhece. É um processo político, ao qual qualquer presidente da República está sujeito, segundo a Constituição de 1988, pelos mais variados motivos, um deles o crime orçamentário, ou seja, as “pedaladas fiscais”.

 

Quem faz a denúncia é a Câmara; quem julga é o Senado, sob a presidência do Supremo Tribunal Federal ($TF).

 

De fato, não foi por causa das “pedaladas fiscais” que Dilma Rousseff caiu. Outros presidentes fizeram coisas piores e foram até o fim do mandato. O impeachment ocorreu porque Dilma levou a economia ao colapso e enfrentava uma oposição de massas que “nunca antes” a esquerda conhecera, nem mesmo às vésperas do golpe militar que destituiu João Goulart em 1964. Ela também deu todos os motivos políticos que seus algozes precisavam.

 

Entender esse processo é importante para evitar que a crise se repita. Houve irresponsabilidade fiscal, sim; e constitucionalidade no julgamento, também.

 

Presidido pelo ministro Ricardo Lewandowski, à época presidente do STF, o impeachment poderia ter sido evitado se a presidente Dilma tivesse abandonado a arrogância como fez política, tivesse um mínimo de sensibilidade para ouvir as opiniões críticas, corrigisse os rumos equivocados e buscasse restabelecer a coesão nacional, dilacerada com os desdobramentos das manifestações de junho de 2013. Chance teve com a reeleição, em 2014, porém imaginou que a sua vitória era um endosso ao rumo que tomara.

 

A narrativa do “golpe de Estado” também permite a dedução de que o governo Dilma continuaria a usar as pedaladas como forma de encobrir as irresponsabilidades fiscais; que os gastos públicos seguiriam sem respeito aos limites da aritmética; que o eleitoralismo se manteria como lógica fundamental do governo; e que o aparelhamento da máquina pública conduziria à decadência de grandes empresas estatais. Por isso, gera expectativas negativas sobre o terceiro mandato de Lula.

 

A propósito, entre os petistas, nem a cadelinha Resistência tem dúvida de que Lula deveria ter sido candidato em 2014, em vez de Dilma Rousseff.

 

Mas a então presidenta se fez de desentendida e usou a prerrogativa da candidatura à reeleição como fato consumado na convenção do PT.

 

Todos os dirigentes petistas sabem disso. Qualquer repórter de política já ouviu de algum parlamentar petista que Lula se arrependeu de ter escolhido Dilma como sucessora. Outros petistas seriam mais capazes, como Jaques Wagner e Fernando Haddad, por exemplo.

 

O maior problema de Lula não é o chumbo trocado com o ex-presidente Michel Temer, são os aliados do ex-presidente que destituíram Dilma, sem os quais não teria sido eleito. Por exemplo, a então senadora Simone Tebet (MDB-MS), que foi candidata no primeiro turno, apoiou-o no segundo e, agora, é ministra do Planejamento.

 

Ou os senadores Davi Alcolumbre (União-AP), Eduardo Braga (MDB-AM), Osmar Azis (PSD-AM), Jader Barbalho (MDB-PA) e Renan Calheiros (MDB-AL), que votaram a favor do impeachment. São aliados fundamentais para que Lula possa ter uma retaguarda no Senado.

 

“Mesmo tendo vencido as eleições para cuidar do futuro do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece insistir em manter os pés no palanque e os olhos no retrovisor, agora tentando reescrever a história por meio de narrativas ideológicas. Ao contrário do que ele disse hoje (ontem) em evento internacional, o país não foi vítima de golpe algum. Foi, na verdade, aplicada a pena prevista para quem infringe a Constituição. E sobre ele ter dito que destruí as iniciativas petistas em apenas dois anos e meio de governo, é verdade: destruí um PIB negativo de 5% para positivo de 1,8%; inflação de dois dígitos para 2,75%; juros de 14,25 para 6,5%; queda do desemprego ao longo do tempo de 13% para 8% graças à reforma trabalhista; recuperação da Petrobras e demais estatais graças à Lei das Estatais; destruí a Bolsa de Valores, que cresceu de 45 mil pontos para 85 mil pontos”.

(Com o Correio Braziliense)

Sábado, 28 de janeiro 2023 às 20:45

27 de janeiro de 2023

QUEM ESPERAVA UM NOVE DEDO PAZ & AMOR MELHORADO ESTÁ TENDO UMA TREMENDA DECEPÇÃO

Chega a ser comovente acompanhar alguns comentários de críticas ao governo Lula por parte de quem ou “fez o L” ou ficou indiferente entre Paulo Guedes e Fernando Haddad. O que exatamente essa turma esperava? Um Lula moderado, democrata, liberal? Com base em qual indício, exatamente?

 

Joice já posou de liberal, depois virou tucana e por fim passou a demonizar Bolsonaro para ajudar na vitória de Lula (pouco, é verdade, pela drástica queda de engajamento dela). Eis o que ela postou, porém:

 

“Como assim!? Lula vai usar o NOSSO DINHEIRO, o Fundo de Garantia à Exportação–FGE, para garantir linhas de créditos de bancos privados e públicos para que IMPORTADORES ARGENTINOS comprem produtos brasileiros! É iniciativa de ALTO RISCO c/gde chance d calote! Congresso vai permitir?” Por onde Joice andou nos últimos anos? Estava inconsciente, por acaso?

 

Janaina Paschoal escreveu: “Se o governo Lula vai começar a patrocinar obras nos países vizinhos, seria importante que, desta vez, houvesse transparência, no que concerne à própria existência das obras, no que tange à natureza dos contratos firmados e, principalmente, relativamente à devolução do dinheiro“.

 

É comovente a esperança de alguns na mudança do nada de quem é ligado ao Foro de SP e sempre deixou isso bem claro. Por que Lula seria responsável com o dinheiro do trabalhador brasileiro agora?

 

“Mesmos erros! O PT não aprendeu com o passado… o Brasil cheio de problemas e ainda querer carregar a Argentina quebrada nas costas…“, desabafou Mendonça Filho. Mas por que o PT teria aprendido com o passado, se mantém a narrativa de que foi injustiçado, perseguido e alvo de um golpe?

 

Heni Ozi Cukier, do Novo, comentou: “Em menos de um mês, Lula já provou que todos os receios de sua volta eram justificados: – Atacou a imprensa – Criticou o Banco Central independente – Elogiou ditadores amigos – Prometeu que o BNDES vai voltar a levar calote no exterior. Esse é o governo que pacificaria o país?” Mas quem realmente acreditou que Lula – Lula! – poderia pacificar o país, se ele sempre jogou uns contra os outros e demonizou seus adversários?

 

Os exemplos pululam. Tucanos e correlatos que passaram os últimos anos detonando Bolsonaro como se ele fosse a maior ameaça à democracia brasileira estão agora surpresos com o fato de Lula agir como sempre agiu. A primeira obra anunciada pelo presidente foi na Argentina. Lá, Lula defendeu as ditaduras cubana e venezuelana. Seu discurso é de raiva, vingança, puro ódio. O impeachment de Dilma é retratado como um golpe.

 

Mas volto a perguntar: qual a novidade? Por acaso Lula ou seu PT deram algum sinal de que fariam algo diferente disso? Ou será que o Lula “paz e amor”, moderado, liberal, responsável e democrata não passou de uma invenção da imprensa tucana? Pois é…

*Gazeta do Povo

Sexta-feira, 27 de janeiro 2023 às 20:18