O
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse quinta-feira (4/07) que o país
jamais deveria quebrar patentes de medicamentos, uma vez que isso prejudica a
inventividade e o tempo gasto pela iniciativa privada com pesquisas e
pesquisadores. Citando documento produzido pela Convenção de Genebra, Mandetta
defendeu ainda maior transparência no cálculo dos preços cobrados por
medicamentos.
A
afirmação foi feita durante a abertura do Seminário Interfama - Inovação
Tecnológica na Saúde e o Valor para o Paciente, em Brasília. Ao se dirigir a
representantes do setor de saúde, o ministro disse ser o setor privado que
produz, cabendo ao governo o papel de estimular iniciativas de produção.
“O
Ministério da Saúde tem grande expectativa em relação ao setor. O século 21
será maravilhoso para se viver. Cada um de vocês pode estar na iminência de
anunciar mais um passo; mais um avanço. Após decifrarmos o genoma e colocarmos
esse quebra-cabeça à disposição da ciência e da indústria farmacêutica,
sabíamos de antemão que teríamos o século de inovações na área genética”, disse
o ministro
Diante
do cenário, Mandetta defendeu a criação do Instituto Brasileiro de Genética, o
aumento do número de geneticistas e dos estudos sobre o assunto no país. “Não
podemos ficar com a dependência tecnológica tão perigosamente elevada”,
afirmou.
Nesse
sentido, ele disse que a quebra de patentes de medicamentos pode prejudicar os
investimentos no setor. “Não é bom ameaçar quebras de patente. O país jamais
deveria fazer isso. Temos de zelar pela inventividade e pelo tempo gasto no balcão
de pesquisa e no balcão dos nossos pesquisadores. Sei que cada um de vocês
gasta hoje algumas centenas de milhares de dólares para fazer seus sistemas de
compliance [para estar em conformidade com leis e regulamentos], e que essa
palavra passou a ser obrigatória nas empresas.”
Mandetta
lembrou que o documento final, assinado por muitos dos países participantes da
Convenção Mundial da Saúde em Genebra, pede mais transparência na confecção de
preços de medicamentos. Segundo ele, isso será necessário “para que possamos
enfrentar o início dessa revolução de maneira adequada e equilibrada”. (ABr)
Quinta-feira,
04 de julho, 2019 ás 18:00
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