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Amigos SP

5 de julho de 2016

NA MIRA DA LAVA-JATO, PARTIDOS NA CÂMARA TRAVAM PACOTE ANTICORRUPÇÃO



Partidos que abrigam os principais alvos da Operação Lava-Jato, PMDB, PT e PP ainda não indicaram os nomes de parlamentares para compor a comissão especial responsável pela tramitação dos projetos anticorrupção na Câmara. Duas semanas após a autorização para criar o colegiado, PSC e PCdoB também não apresentaram os nomes. A falta das indicações é apontada como o motivo pelo qual o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), ainda não liberou o início dos trabalhos.

Os projetos das "10 Medidas contra a Corrupção" foram apresentados ao Congresso em março, por iniciativa do Ministério Público Federal e entidades que recolheram mais de 2 milhões de assinaturas.

Até agora, 14 partidos (PTN, SD, PRB, PHS, DEM, PTB, PR, PSD, PROS, PV, PSDB, PSB, PDT e REDE) apresentaram 18 membros titulares. Faltam ainda outros 12 nomes. Segundo a Mesa Diretora da Casa e assessores de Maranhão, ele aguarda todos os líderes indicarem seus representantes. Técnicos das comissões especiais, contudo, dizem que o colegiado não precisaria estar completo para ser instalado, dependeria apenas de "vontade política".

O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), disse que não há orientação do Palácio do Planalto para dar celeridade à instalação do colegiado. "Não tive nenhuma orientação do governo, nem favorável nem contra. A prioridade é pauta econômica, que é a pauta do momento, mas também não há nenhuma restrição para essa comissão", afirmou.

Ex-ministro do governo Michel Temer e investigado na Lava-Jato, Romero Jucá (PMDB-RR) também reforça que a prioridade do governo agora não são as medidas anticorrupção."A pauta do governo agora é econômica." O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), afirmou que está aguardando a reunião dos líderes com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, marcada para esta terça-feira, 5, para indicar os nomes do partido. "Já tenho um monte de deputados querendo participar da comissão. Não tenho uma data, mas não tenho nenhum pedido para fazer algo diferente (da indicação). Vou ter que reunir a bancada, mas não há nenhuma resistência, pelo contrário, tenho até overbooking (excesso de reservas)", diz.

O encontro com Janot será fechado e está previsto para começar às 16h. Antes da reunião, líderes da base aliada se reúnem no Palácio do Planalto para discutir com o ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima, a pauta de votação da semana. Entre os temas que devem ser discutidos está a manutenção ou não do regime de urgência de algumas das propostas do pacote anticorrupção. Já o líder do PT, disse não ter conhecimento de que já deveria ter indicado nomes. "A independência da Polícia Federal foi uma ação do PT. Nós temos compromisso com o combate à corrupção", declarou.

O primeiro-secretário da Casa, Beto Mansur (PRB-SP), dmitiu que houve e há dificuldade para convencer as lideranças. "Claro que há. Resistência sempre tem, mas a gente tem que dar sequência", disse. Autor do projeto, o deputado Mendes Thame (PV-SP), disse que, apesar de haver resistência, a expectativa é conseguir todos os nomes nesta semana. "Com o PMDB indicando, os outros vão indicar também. Objetivamente há uma demora incontestável. Nós apresentamos isso no último dia de abril, já faz dois meses de demora, é muito tempo para formar uma comissão."

Medidas em discussão Coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, o procurador Deltan Dallagnol cobra que o apoio público às investigações sejam revertidos para as medidas em discussão no Congresso. "Apoio irrestrito à Lava-Jato, então, significa apoio irrestrito ao combate à corrupção. Mas esse apoio irrestrito não existirá, na prática, enquanto não aprovarem as reformas que são necessárias para que escândalos como esse de corrupção que nós descobrimos não se repitam", afirma.

Para o procurador, a bola agora está com o Congresso. "O órgão responsável pela avaliação, pelo encaminhamento dessas medidas contra a corrupção e pela reforma política, é o Congresso. E nós já temos a movimentação de vários de parlamentares que querem a aprovação de medidas contra a corrupção."

Segundo ele, em sua defesa pelo pacote, ele encontra "pessoas que querem atuar por um país melhor", mas admite ainda haver "resistências que vêm de pessoas que não querem um sistema que efetivamente combata a corrupção". (AE)

Terça-feira, 05 de julho, 2016

4 de julho de 2016

RODOVIÁRIOS SUSPENDEM GREVE APÓS ACORDO COM EMPRESÁRIOS




Os rodoviários entraram em acordo com os donos das empresas de ônibus, com isso foram canceladas as paralisações e suspensa a greve que estava marcada para segunda-feira (4), os carros extras voltam a rodar a partir de hoje.

Ficou acertado que a categoria terá o reajuste salarial de 10% e 11% no ticket-alimentação, no plano de saúde e na cesta básica. Além de 30% no convênio odontológico.  A categoria reivindicava reajustes de 20% no salário e ticket-alimentação e reajuste para adicional noturno e hora extra.

Desta forma o salário dos motoristas passa de R$ 2.121 para R$ 2.333 e dos cobradores de R$ 1.108 para R$ 1.219. Já o ticket-alimentação e a cesta básica vão para R$ 733.

A categoria fez diversas paralisações-relâmpago durante duas semanas, o que levou os empresários a recorrerem ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que determinou na última sexta (1) que 80% da frota fosse mantida na segunda.

Francine Marquez

Segunda-feira, 04 de julho, 2016

TEMER: SE CONSEGUIR COLOCAR O PAÍS NOS TRILHOS EM 2 ANOS E MEIO, JÁ BASTA



O presidente da República em exercício, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira (4) que seu objetivo é "colocar o Brasil nos trilhos em dois anos e meio", caso seja ratificado no cargo após a votação final do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, no Senado, marcada para agosto. Temer participa nesta segunda da cerimônia de abertura do Global Agribusiness Forum 2016 (GAF 16), em São Paulo.

"Se conseguir isso, já basta", disse o presidente em exercício. "Após agosto, pretendo viajar a vários países para incentivar o investimento no Brasil. Para recuperar emprego, é preciso confiança, que gera investimentos", comentou. Para ele, o investidor externo está aguardando a definição política para voltar a investir no país.

Temer aproveitou o evento para falar sobre o aumento dos gastos para o funcionalismo público, o qual, segundo ele, já estava contemplado no orçamento deste ano, que prevê deficit de R$ 170,5 bilhões. "O aumento do funcionalismo já estava negociado e é abaixo da inflação. Se não déssemos ajuste já negociado, movimentos políticos cobrariam. Seria desastroso", disse, frisando que o governo ainda está em "contenção forte" de gastos.

Para finalizar, Temer voltou a dizer que manterá os programas sociais. "Enquanto houver pobreza, precisamos do Bolsa Família e do Minha Casa, Minha Vida. O primeiro dos direitos sociais é o emprego." Além disso, Temer fez um afago ao agronegócio nacional, dizendo que o Brasil "é o grande celeiro do mundo" em termos de produção de alimentos.

Também disse que apanhou o Brasil em um momento difícil. "Os senhores sabem as dificuldades que estamos enfrentando", disse a uma plateia formada por diversos representantes do agronegócio brasileiro e de outros 40 países. "Em 47 dias de governo já fizemos muita coisa. Conseguimos fazer a conexão entre o Legislativo e o Executivo", afirmou.

Temer também aproveitou a ocasião para frisar que tem "maioria extraordinária na Câmara (dos Deputados)", lembrando a aprovação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Gastos Públicos, "elaborada com lideranças do Congresso". (AE)

Segunda-feira, 04 de julho, 2016