O
ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta 5ª feira (7.jan.2021) que a
demanda por vacinas contra a covid-19 é melhor atendida pela produção nacional
do que pela importação de imunizantes: “É isso aí, pessoal, ou fabrica no
Brasil ou não tem vacina”, afirmou o ministro.
Ele
deu a declaração durante entrevista coletiva sobre a medida provisória que
dispensa licitação para compra de vacinas contra a covid-19 e insumos
destinados à imunização.
Pazuello
comentou as negociações para importar vacinas de 3 desenvolvedores: Janssen,
Moderna e Pfizer. De acordo com o ministro, a Janssen “oferece 3 milhões de
doses apenas no 1º semestre”. Ele também disse que “a quantidade e o tempo não
nos atende”.
Já
a Moderna, de acordo com o ministro, é cara: US$ 37 a dose, sendo necessárias
duas aplicações por pessoa. “Mas vamos lá, vamos comprar. E quando seria a
entrega? 30 milhões de doses a partir de outubro, com previsão para chegar até
o final de 2021”.
Ao
comentar as negociações com a Pfizer, Pazuello voltou a criticar as exigências
da farmacêutica. Afirmou que as tratativas continuam. “Amanhã tem novas
reuniões. O que nós queremos é que ela nos dê o tratamento correspondente com
nosso país, que ela amenize essas cláusulas. Nós não podemos assinar desta
forma”, disse.
O
ministro afirma que a empresa exige ser isenta de qualquer responsabilidade,
caso a vacina produzida por ela apresente alguma falha ou reação adversa grave
em um ou mais pacientes.
Em
pronunciamento no dia anterior (6.jan), o ministro negou falta de seringas. O
pregão eletrônico para a compra do equipamento foi suspenso pelo presidente
Bolsonaro depois de conseguir apenas 3% das 331 milhões de unidades
pretendidas.
Ainda
não há uma data determinada para o início da vacinação. O que o Ministério da
Saúde confirmou nesta 5ª (7.jan) são 3 hipóteses. No pior dos casos, as vacinas
só começariam a ser aplicadas em uma data depois de 10 de fevereiro. No cenário
otimista, o processo começaria em 20 de janeiro, e no intermediário dentre
esses 2 momentos.
Butantan
De
acordo com Pazuello, o Ministério da Saúde assinou nesta 5ª (7.jan) um contrato
com o Instituto Butantan para a compra de 100 milhões de doses da CoronaVac,
que será produzida no Brasil. “A entrega das primeiras 46 milhões de doses
[será] até abril”, afirmou o ministro.
As
demais 54 milhões de doses devem ser entregues até o final de 2021, ele
acrescentou. O Poder360 questionou o Butantan sobre as declarações. Em nota
divulgada, não confirmou quantidades nem prazos.
Eis
a íntegra:
“A
inclusão da vacina do Butantan no Programa Nacional de Imunizações representa a
continuidade da parceria de mais de 30 anos entre o Instituto e o Ministério da
Saúde para o fornecimento de vacinas aos brasileiros.
O
anúncio feito hoje em Brasília significa que o MS, como historicamente fez, irá
adquirir a vacina contra o coronavírus do Butantan e irá distribuir aos
estados, incluindo o de São Paulo.
A
minuta de contrato com o órgão federal foi recebida pelo instituto e
imediatamente submetida à análise do departamento jurídico visando à sua rápida
formalização.
Hoje
o Brasil teve três boas notícias na área da saúde: as altas taxas de eficácia
da vacina, o início do rito para obtenção do registro junto à Anvisa e o
anúncio da parceria entre o MS e o Butantan para fornecer o imunizante à
população brasileira. ”
O
ministro disse ainda que o país garantiu “252 milhões de doses, já negociadas e
com recursos para isso”. O total inclui as doses negociadas com a AstraZenca
por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e também pelo Covax Facility –um
convênio internacional para aquisição de vacinas.
Eis
a relação completa de doses já negociadas, de acordo com o Ministério da Saúde:
Imprensa
O
ministro iniciou a coletiva agradecendo a imprensa “pela firme e constante
presença, que está conosco acompanhando, divulgando e apresentando os fatos
como devem ser apresentados, com a menor interpretação possível”. Depois,
passou a se queixar da “dificuldade de comunicar”.
Próximo
ao fim da sua fala, ele adotou um tom mais duro: “não queremos a interpretação
dos fatos, não queremos tendência ideológica ou de bandeira. Eu quero assistir
à televisão e ver a notícia do fato que aconteceu. Deixem a interpretação para
o povo brasileiro, deixem a interpretação para cada um de nós. Os senhores não
têm essa delegação [de interpretar informações]”.
Na
sequência, o ministro pediu desculpas “pela emoção da palavra” e disse que os
outros representantes do Ministério da Saúde responderiam a todas as perguntas.
Retirou-se em seguida, alegando que tinha outro compromisso.
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O Poder360
Quinta-feira,
07 de janeiro, 2021 ás 20:00
Quinta-feira,
07 de janeiro, 2021 ás 20:00