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9 de dezembro de 2016

MAIS UM ESTUDO DO MP AVALIA EVOLUÇÃO DE PORTAIS DA TRANSPARÊNCIA DE MUNICÍPIOS GOIANOS



O Centro de Apoio Operacional do Patrimônio Público (CAOPP) do Ministério Público de Goiás divulgou no final de novembro um novo estudo comparativo feito pela Superintendência de Planejamento e Gestão (Suplan) da instituição em relação à evolução dos portais da transparência dos municípios goianos. A análise foi feita com base em diagnósticos do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) relativos a 2012, 2013, 2014, 2015 e 1º semestre de 2016.

É o terceiro estudo elaborado pelo MP com base nos levantamentos do TCM sobre os portais – o primeiro foi divulgado em 2014. Conforme destacado pelo coordenador do CAOPP, Rodrigo Bolleli, o trabalho tem como finalidade embasar as ações que serão desenvolvidas pelo Ministério Público em relação ao tema e que estão inseridas na execução do Plano Geral de Atuação para o biênio 2016-2017, que continua a ter como foco a intensificação do combate à corrupção. A análise feita neste segundo semestre de 2016, contudo, é mais ampla que as anteriores e traz novidades.

A principal delas diz respeito ao impacto do trabalho realizado pelo MP nos municípios. Com base nos relatórios do 2º semestre de 2012 e dos 1º semestres de 2013, 2014, 2015 e 2016, foi feito um outro estudo pela equipe da Suplan, com a intenção de avaliar se a atuação dos membros da instituição tem influenciado na observância das determinações legais pelos municípios.

Neste estudo, foi considerado apenas o último relatório de 2016. Em relação à atuação, foram considerados os seguintes atos aplicados aos municípios: ação civil pública, termo de ajustamento de conduta, recomendação e procedimento extrajudicial (Executivo e Legislativo). A avaliação aponta que, nos municípios em que houve algum tipo de intervenção do MP, o chamado escore médio de atendimento das normas foi maior, sugerindo que a atuação institucional leva a uma melhor condição nos portais da transparência (confira o documento abaixo).

Evolução

Em relação à evolução no cumprimento das normas nos portais da transparência municipais, o estudo também aponta uma melhora nos índices. Os relatórios do TCM que embasaram o estudo do MP foram elaborados a partir da avaliação dos conteúdos dos Portais da Transparência mantidos pelos Executivos municipais. Os dados compilados pelo órgão referem-se também ao 2º semestre de 2012 e 1º semestres de 2013, 2014, 2015 e 2016 e foram coletados com o objetivo de verificar o cumprimento das determinações da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), principalmente quanto às informações mínimas que devem ser fornecidas aos cidadãos.

O estudo feito pela Suplan do MP levou em consideração apenas os municípios com mais de 10 mil habitantes, abrangendo 91 cidades, ao todo. Foram avaliados, ao todo, seis quesitos em relação aos portais: Competências e Estrutura Organizacional, Repasses e Transferência, Despesas, Licitações e Contratos, Dados Gerais de Programas e Perguntas Frequentes. Para demonstrar o aferimento das exigências mínimas, utilizou-se a seguinte classificação: Satisfatório (SAT), Incompleto (INC) e Inexistente (INE). Os sites que não foram localizados ou dos quais não foi possível extrair informações foram indicados como Não Informado (NI).

As conclusões gerais da análise apontam para uma melhora em quase todos os quesitos avaliados quanto ao cumprimento das exigências legais – somente o quesito Perguntas Frequentes apresentou uma diminuição. Considerando-se a média e o total por quesito, a evolução no período foi de 11,93%. Quanto ao número de classificações de satisfatório, o crescimento, de 2015 para 2016, foi de 11,92%. O índice geral de portais com avaliação de satisfatório ficou em 44,69%, levando-se em conta os seis quesitos. Neste sentido, apesar da melhora, a conclusão do estudo é que “ainda não é possível considerar que as exigências legais foram cumpridas, necessitando da reiteração de esforços para tal” (confira a íntegra do trabalho abaixo).

Ranking e controle interno

O estudo avaliativo em relação ao impacto da atuação do MP quanto aos portais da transparência também incluiu outras duas novidades: a definição de um ranking por município e uma análise sobre as condições do sistema de controle interno dos municípios e sua relação com a observância da LAI (consulte o estudo abaixo).

Sobre o ranking dos municípios, a análise aponta que 51 municípios estão dentro do escore médio definido pelo estudo, variável entre 1,6 e 2, em que as condições dos portais são consideradas “muito satisfatórias”. No topo da lista, estão os municípios de Águas Lindas de Goiás e de Valparaíso de Goiás, que atingiram o escore 2.

Quanto aos sistemas de controle interno, o índice de satisfatório foi bem menor, ficando a maioria dos municípios num patamar abaixo do 1. Do total, 26% apresentaram uma condição menor que 0,4, caracterizada por muito insatisfatória. Assim, ficou evidente que a condição do sistema de controle interno não influencia na condição dos portais da transparência dos municípios.

(Texto: Ana Cristina Arruda/Assessoria de Comunicação Social do MP-GO - Arte: Uiara Machado)

Sexta-feira, 09 de dezembro de 2016

7 de dezembro de 2016

REFORMA DA PREVIDÊNCIA TEM 'GORDURA' PARA NEGOCIAÇÃO NO CONGRESSO




O governo Michel Temer deixou na Reforma da Previdência uma "gordura" para negociar no Congresso, mas o cerne da proposta está concentrado na fixação da idade mínima de 65 anos para aposentadoria, a elevação para 25 anos do tempo de contribuição e as mudanças nas regras de pensão por morte.

Essas mudanças sofrem, no entanto, forte resistência dos movimentos sociais, que ameaçam com grandes protestos contra a reforma. Para agilizar a votação, a Câmara já se movimenta para a apresentação do parecer da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quinta-feira, 8.

O secretário de Previdência, Marcelo Caetano, evitou antecipar quais pontos da reforma são inegociáveis, mas alertou que se o texto for muito alterado será necessária uma nova reforma em curto período de tempo. Ele advertiu que a "não reforma" não é uma opção. "A não reforma já ocorreu e aparece hoje em vários Estados, de não conseguir pagar (benefícios previdenciários)."

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), garantiu em reunião ontem com representantes das centrais sindicais que a proposta será discutida com calma, cumprindo o prazo regimental no limite do possível por se tratar de matéria polêmica e que exige debate aprofundado. "Meu compromisso com as centrais é que a Câmara terá todo zelo no trâmite da matéria", afirmou. Ele se comprometeu a fazer uma comissão geral, espécie de audiência pública na Casa, para ampliar as discussões e construir o consenso para que haja aprovação com larga margem de votos no próximo ano, como foi na PEC do Teto.

Ele prevê a votação da proposta de reforma na próxima semana na CCJ e depois a instalação da comissão especial, que terá prazo de 11 a 40 sessões para concluir a apreciação da PEC. "Vamos debater com calma."

O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) afirmou que a PEC, do jeito como foi enviada ao Congresso, não será aprovada na Câmara. "Na negociação vamos apresentar alternativas." Ele criticou os nomes apontados para a presidência da Comissão, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), e para relator, Arthur Maia (PPS-BA). "O relator tem que estar disposto para o diálogo. Eu não tenho paixão por nenhum dos dois", ironizou.

Pressa

Para a professora Sonia Fleury, coordenadora do Programa de Estudos sobre a Esfera Pública da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (Ebape/FGV), a reforma está sendo feita de forma "açodada" e "sem discussão com a sociedade". "Um dos problemas das propostas de reforma da Previdência é que elas são sempre feitas para resolver crises financeiras e nunca pensadas com foco no padrão de benefício que a sociedade brasileira quer", disse.

Ela criticou mudanças como a equiparação da idade mínima entre homens e mulheres para aposentar e as novas regras do Benefício de Prestação Continuada, que seriam injustas com os mais pobres. Pela proposta, a idade mínima para requerer o benefício será 70 anos. O requisito de o beneficiário ser idoso ou pessoa com deficiência de família com renda inferior a um quarto do salário mínimo será mantido, com ajustes feitos por projeto de lei.

O valor do benefício passará a ser definido em lei, podendo ficar abaixo de um salário mínimo. "A pessoa que consegue chegar aos 70 anos com um quarto de salário mínimo deveria ganhar o Prêmio Nobel, porque não se sabe como a pessoa se vira para sobreviver até essa idade numa condição de miséria tão grande", afirmou Sonia.

Para o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, a reforma é positiva, mas as crises econômica e dos Estados, são fatores muito negativos, que à luz de hoje indicam que essa mudança estrutural pode não ser aprovada pelo Congresso em 2017. "É bem difícil. O quadro político no País vai minando as chances de tal mudança estrutural ser aceita por deputados e senadores no próximo ano", ressaltou.

Privilégios

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, defendeu maior diálogo e criticou a idade mínima de aposentadoria de 65 anos estabelecida na proposta. Em encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Patah falou em uma Previdência única e sem privilégios. Nesse momento, foi aplaudido pelos sindicalistas presentes, na reunião realizada na sede da entidade no centro da capital paulista. "A unificação (dos regimes previdenciários) é a única questão que valorizamos e aceitamos", afirmou o presidente da UGT, que representa, principalmente, trabalhadores dos setores de comércio e serviços. (AE)

Quarta-feira, 07 de dezembro de 2016