A boa sabedoria recomenda que
primeiro devemos fazer o melhor por nós, pois ninguém fará isso se não perceber
em nós esforços para vencer as adversidades. Talvez seja esta a razão pela qual
o vice-governador Tadeu Filippelli, comandante-chefe dos peemedebistas
brasiliense, tenha concluído ao constatar que o governo de Agnelo Queiroz está
cada vez mais se distanciando do povo. Ao responder a pergunta da jornalista
Ana Maria Campos, do “Correio Braziliense”, na semana passada, se “existe uma
pressão para o PMDB lançar candidato a governador no DF”? Filipelli foi
enfático: “Existe no PMDB nacional, em todos os aspectos possíveis. O PMDB tem
uma aliança com o PT, muito bem cuidada pelo vice-presidente da República,
Michel Temer, de forma muito respeitosa e elegante, mas às vezes o que se nota
são algumas dificuldades regionais, uma questão de consciência de que a forma
de o PT fazer política não poupa alguns correligionários”.
Pronto. O que era só especulação
da mídia de que o “monge beneditino” mantinha voto de silêncio por mais de dois
anos, veio à tona em forma de recado e não de ameaça. O PMDB, como antecipado
pelo Jornal Opção em várias análises desde o ano passado, quando o governo de
Agnelo dava sinais de que não sairia dos 10 a 15% na aprovação, de que o PMDB
poderia costurar uma aliança e ter candidatura própria, muita gente torceu o
nariz. Isso quando no cenário nacional, ainda não havia rusgas entre PT e PMDB
acirradas a partir da eleição das duas casas no Congresso.
A característica do PT é de ser o
donatário de tudo de bom que o país realizou. Nunca admitiram que foi graças a
ação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, juntamente com o PMDB, DEM,
PTB, PR e tantos outros partidos, que o Brasil alcançou estabilidade e pode
crescer. Agora que o PMDB domina o Congresso e os petistas não fazem o que bem
entendem, começam a hostilizar seu principal aliado, colocando a reeleição da
presidente Dilma Rousseff na zona de perigo. Filippelli já sabia disso desde o
ano passado, mas manteve silêncio de monge. Ele não seria e não deseja ser o
coveiro da aliança PT-PMDB no Distrito Federal, mas também não pode se permitir
ser tratado como aliado de segunda linha. Este é um dos motivos que o leva a
construir um novo eixo político, mais de centro, já que a divisão das esquerdas
tende a implodir a reeleição de Agnelo. Outro ponto que Filippelli não disse,
até porque não lhe foi perguntado, é sobre a construção de um novo grupo
político, fora dos nomes tradicionais que disputam a Câmara Legislativa. Ele
almeja fazer uma bancada de, no mínimo, cinco deputados distritais e dois
federais. Ele já tem alguns possíveis puxadores de votos, mas mantém guardado
no cofre de silêncio.
Agnelo pode perder também o apoio
do PTB, do senador Gim Argello, outra liderança que foi expurgada da aliança
petista. Gim necessita – e trabalha com força – de segurança para construir sua
reeleição e o PT já deu sinais de ele está fora, preferindo um candidato do PT.
A conversa com Filippelli está avançada e esta semana, o ex-governador Joaquim Roriz
entra nas discussões podendo costurar um acordo. Como ainda falta um ano e meio
para a eleição, provavelmente, nada será decidido agora. Enquanto isso, Gim,
Filippelli, Roriz, Paulo Octávio e José Roberto Arruda conversam muito tentando
um acordo que forje estas alianças.
Fonte: Jornal Opção edição 1978 de 2 a 8 de junho de 2013
Segunda – feira 03 de junho
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