O
deputado estadual Bruno Peixoto foi eleito presidente da Comissão Executiva
Provisória do PMDB que vai substituir o atual diretório metropolitano, na tarde
desta segunda-feira (22/12). Integrantes da executiva estadual estiveram por
quase duas horas na sede do partido, no Setor Aeroporto, em Goiânia. O encontro
foi acalorado: da sala de recepção do diretório da sigla era possível escutar
discussões em alto e bom som.
Duas
chapas foram apresentadas. Por nove votos contra um, a de Bruno Peixoto venceu
a disputa. O grupo é composto pelo também deputado eleito José Nelto — incluído
de última hora no lugar do deputado Wagner Siqueira –, o vice-prefeito de
Goiânia, Agenor Mariano, e os vereadores da capital Paulo Borges e Denício
Trindade.
A
maior polêmica esteve na briga por nomes para a presidência da comissão.
Inicialmente, Agenor havia formado uma chapa para o pleito. Nos bastidores,
comentou-se que o vice de Paulo Garcia (PT), bancado pelo ex-prefeito Iris
Rezende, confrontava diretamente com Bruno Peixoto na disputa pela cabeça de
chapa.
Agenor
Mariano havia apresentado sua candidatura inicialmente, mas teve de recuar. “Se
o deputado fosse conversar com Iris Rezende sobre a disputa, ele iria dizer que
o melhor nome era o de Agenor Mariano”, informou um peemedebista. O deputado
lançou-se sem informar sua intenção ao maior líder do partido, pois sua
certeza, conforme relatou um peemedebista, era a de que o ex-governador negaria
sua postulação.
Chegou-se
a possibilitar a ruptura entre PT e PMDB, com o imediato afastamento do vice do
Paço Municipal e a entrega de cargos em secretarias indicadas pela legenda.
Porém, ainda não há consenso sobre a debandada.
A
outra chapa apresentada era liderada pelo advogado Ênio Salviano da Costa,
ex-secretário geral do diretório metropolitano. O derrotado afirmou ao Jornal
Opção Online que apresentou-se como candidato porque estava havendo “discussões
de nomes, e não de ideias”. Segundo ele, sua proposta de abrir diálogo com
setores da sociedade para discussões na área da saúde, transporte coletivo e
economia foi rejeitada pelo grupo vencedor. No entanto, Bruno Peixoto negou a
informação em coletiva à imprensa.
Represália
a Mizair
Os
peemedebistas negam que a reunião tenha a ver com o apoio declarado do extinto
diretório metropolitano, Mizair Lemes Júnior, à candidatura vitoriosa de
Anselmo Pereira (PSDB) à nova mesa diretora da Câmara Municipal de Goiânia, no
último dia 11.
Em
entrevista ao Jornal Opção Online, Mizair disse que ficou sabendo da reunião
desta tarde pelo presidente estadual do partido, o deputado Samuel Belchior, no
evento que comemorou nesta manhã os 81 anos do ex-governador Iris Rezende, no
Setor Marista. Como havia marcado compromisso, ele não foi ao diretório. “Eu
creio que o assunto sobre meu apoio entre na pauta sim. E quero que seja
nomeado um novo presidente, com uma chapa que tenha condições de disputar e
ganhar as eleições [à Prefeitura de Goiânia em 2016], formando uma bancada
forte na Câmara”, indicou.
O
vereador vê com naturalidade a formação da nova comissão, ao mesmo tempo que
reconhece a possibilidade de expulsão dele do PMDB, assim como nos casos de Frederico
Jayme, Júnior Friboi e Robledo Resende. “Vou continuar no partido, mas não como
presidente. Apenas vou manter meu mandato”, resumiu.
Possibilidade remota
Presidente
estadual do partido, Samuel Belchior analisa que a possibilidade de expulsão de
Mizair Lemes Júnior é mínima. “Isso não tem relação direta com a eleição da
mesa diretora da Câmara de Goiânia”, avaliou o parlamentar. Com a extinção do
diretório metropolitano, os processos do conselho de ética protocolados naquele
colegiado serão encaminhados à executiva estadual. A situação vai demandar
tempo maior de análise, já que existem outros encaminhamentos na hora.
A
comissão vai funcionar por 90 dias, prazo máximo para que sejam realizadas
novas eleições para o cargo. A decisão de prorrogar o prazo dos mandatos
exercidos pelos dirigentes estaduais e municipais partiu de uma deliberação
nacional da sigla, que recai sobre todos os Estados. No entanto, a executiva do
PMDB goiano resolveu por não estender as gestões dos diretórios municipais
goianos. “Em Goiás, como passamos por uma eleição e não tivemos êxito, temos a
necessidade de reformular o partido em todos os municípios”, resumiu.
Convergência
De
acordo com Bruno Peixoto, sua principal missão frente à comissão é buscar a
convergência no partido. Além disso, pretende buscar novos filiados e a
aproximação com setores segmentados. Para isso, vai propor levantamento sobre o
que os integrantes do PMDB pensam em áreas como a saúde e educação em Goiânia e
Região Metropolitana, com foco nas eleições de 2016. “O PMDB tem que apresentar
um projeto para a cidade. Não temos que pensar em nomes para a disputa, mas sim
em um projeto para Goiânia daqui a dois anos”, informou.
Questionado
sobre como a aliança com o PT e desgastes enfrentados pela gestão de Paulo
Garcia poderia interferir no processo, o deputado foi curto e grosso: “Eu
defendo que o PMDB tenha candidatura própria em todo o Estado em 2016,
inclusive em Goiânia.” A intenção, relata, é a de formar bancada competitiva e
numerosa na Câmara de Goiânia, com cerca de 12 a 13 vereadores.
Por
Marcello Dantas
Quinta-feira,
25 de dezembro, 2014
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