Para
a deputada estadual Josi Nunes (PMDB), que agora vai assumir uma cadeira na
Câmara Federal, a reforma política não pode ser feita sem ser melhor discutida
com os segmentos sociais. “Eu espero que ela não seja feita de forma açodada e
que achem que será a tábua de salvação para todos os níveis de corrupção no
Brasil. Não é. A reforma política ter que ser feita com calma, com
tranquilidade, ouvindo não somente a OAB e CNBB, mas principalmente os
segmentos sociais, os representantes das minorias, para ser bem representativa.
Acho que a proposta tem que melhor amadurecida”, defende a parlamentar, em
entrevista exclusiva ao Jornal Opção. A questão se será realizado um plebiscito
ou apenas um referendo, Josi Nunes entende que a proposta da reforma tem que,
primeiro, apresentar todas as informações essenciais à comunidade, para que ela
possa opinar com consciência sobre o processo. “Em 2015 temos de levar (a
reforma) ao conhecimento à sociedade, para que ela tenha maturidade para
participar do processo.” A deputada federal eleita se diz favorável a mexer na
reeleição e na duração do mandato para os cargos Executivos. “Estamos vendo aí
o alto índice de corrupção no Brasil e não temos ainda maturidade para ter
reeleição. Eu entendo que a proposta deve ser o fim da reeleição, com mandato
de cinco anos”, sustenta.
A
sra. tem noção do impacto financeiro na folha de pagamento dos servidores
estaduais, com a aprovação desse pacote de benefícios encaminhados à Assembleia
Legislativa e aprovado a toque de caixa pelos parlamentares?
Na
verdade, todas essas alterações geram um impacto, mas a valorização do servidor
público e a qualidade dos serviços prestados é que devem ser o grande foco. O
nosso foco aqui é corrigir distorções. Na categoria dos policiais militares e
dos bombeiros havias policiais com mais de 20 anos de carreira que nunca tinham
tido promoções e a aprovação dessas medidas vem dar um certo equilíbrio. É
importante que qualquer governo do Estado possa valorizar o seu servidor, que
faz a máquina administrativa funcionar. O que tem que fazer mesmo é uma grande
reforma administrativa, analisar a situação de todas as categorias, criar uma
situação de maior equilíbrio, não deixar uma categoria mais privilegiada que
outra.
Particularmente,
a sra. é favorável ao fim da reeleição?
Sou
favorável sim, com o mandato passando de quatro para cinco anos. É bom
ressaltar que na época em que o então presidente Fernando Henrique fez essa
proposta da reeleição, a única deputada tocantinense contra a reeleição foi
Dolores Nunes, minha mãe. Estamos vendo aí o alto índice de corrupção no
Brasil e não temos ainda maturidade para ter reeleição. Eu entendo que a
proposta deve ser o fim da reeleição, com mandato de cinco anos.
Outro
aspecto que deve ser ponderado na reforma política é o voto de legenda.
Isso
também deve ser bem discutido. Ou se continua com a votação proporcional como é
agora ou se continua com o voto majoritário, prevalecendo a eleição dos
candidatos que obtiverem mais votos. A gente nota observa que existem algumas
injustiças. Por exemplo, quando o Eneias foi eleito a deputado federal, ele
levou, se não me engano, mais três candidatos, devido a sua alta votação. Na
época, teve candidato que foi eleito com 200 votos. Essas distorções têm que
ser corrigidas. Qualquer modelo que seja adotado, tem que ser aperfeiçoado.
Quem
poderá assumir o partido?
Temos
que fazer uma grande discussão. Há muitos nomes em condições de assumir o
partido. Temos que chegar a um consenso para que o partido possa estar
apaziguado e evitar as eventuais e possíveis dissensões. É fundamental que o
partido pare com essas brigas internas, para estar fortalecido para as eleições
vindouras. Enquanto o partido não for respeitado, essas brigas existirão. O
PMDB briga para que os seus princípios sejam respeitados. Sempre foi assim,
porque o PMDB é democrático. Não adianta vir para o PMDB achando que vai
mandar. O nosso partido, como o próprio nome diz, é democrático e como tal, tem
que respeitar as divergências e construir um caminho para si.
Apesar
das tentativas de golpes e casuísmos?
Apesar
disso tudo, tem sobrevivido sim, graças à resistência de lideranças
importantes. O PMDB precisa de um líder em seu comando que tenha flexibilidade,
que seja um bom articulista e contemporizador, com equilíbrio, capaz de transitar
em todas as áreas. O importante é não ter vaidade para presidir o partido.
(Fonte: Jornal Opção)
Postado
pela Redação
Quarta-feira,
10 de dezembro, 2014
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