Representantes,
reunidas nesta terça na SPM no Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de
Partidos Políticos, vêem avanços nos últimos anos
As
lideranças femininas dos partidos avaliam que, sem a reforma política, as
mulheres dificilmente vão alcançar uma representação de 30% na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, mínimo exigido por lei. Elas concordam, no
entanto, com que houve avanços nos últimos anos. A avaliação foi feita durante
o Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, realizado
pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
(SPM-PR) nesta terça-feira (09/12), em Brasília.
O
evento, organizado pela Secretaria de Articulação Institucional e Ações
Temáticas da SPM, foi aberto pela ministra da SPM Eleonora Menicucci e contou
com a participação de integrantes das instâncias partidárias, da Secretaria da
Mulher e da bancada feminina da Câmara dos deputados e da Procuradoria da
Mulher do Senado. A ministra informou que está enviando carta aos governadores
eleitos e reeleitos na qual defende a importância de, conforme o caso, manter
ou criar uma secretaria da mulher na gestão estadual.
As
representantes das instâncias partidárias também vão defender a proposta junto
aos governadores de seus partidos. A gestão do programa Mulher, Viver sem
Violência é partilhada com os estados.
Baixo
crescimento –Liège Rocha, do PCdoB, afirmou que as cotas de 30% para candidaturas
de mulheres (exigência da legislação) não bastam, devido ao machismo no Brasil.
“Apesar do número de candidatas inscritas, não houve o crescimento esperado”,
observou. Foram eleitas 51 deputadas federais. A bancada atual na Câmara dos
Deputados é composta por 47 mulheres. No Senado, foram eleitas cinco senadoras,
elevando o número de mulheres para 12, que representam 18,5% da composição.
Coordenadora
da bancada feminina na Câmara dos Deputados, Jô Moraes (PCdoB-MG), declarou que
o avanço feminino no Congresso Nacional não correspondeu às conquistas de
políticas públicas para as mulheres, ocorridas nos últimos anos. Ela citou como
exemplo as iniciativas de combate à violência contra as mulheres. A parlamentar
reeleita alerta que as lideranças têm desafios pela frente: “É preciso
cobrarmos do prefeitos que não devolvam recursos destinados à construção de
creches”, afirmou.
Integrante
do PPS, Tereza Vitale disse que o estatuto do partido prevê ocupação de 30% de
mulheres em suas instâncias, e que sua agremiação elegeu duas deputadas
federais. “Mas o partido não investiu nessas candidaturas. Foram elas que se
viraram”.
Fundo
partidário –Tereza Vitale acrescentou que as cotas deram um impulso muito
grande nas candidaturas femininas, mas que 5% do fundo partidário para
investimento nas mulheres é baixo. Tanto ela, quanto Laisy Moriere, do PT,
Liège Rocha, Jô Moraes, Alda Marcantônio –eleita deputada federal pelo PSB de
São Paulo– e Ericka Nogueira, do PMDB, defendem a reforma política como
instrumento necessário à elevação do número de mulheres com vitórias nas
eleições.
Ericka
Nogueira contou que seu partido já começou a discutir a reforma política em
todos os estados, inclusive contratando consultores. Mas quando as lideranças
femininas do PMDB começaram a participar, descobriram que a questão de gênero
não estava colocada nas propostas em debate
Fonte: Comunicação Social da
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Postado
pela Redação
Quarta-feira,
10 de dezembro, 2014