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22 de fevereiro de 2022

PARA EVITAR “INTERFERÊNCIAS”, MORO DEFENDE AUTONOMIA FUNCIONAL PARA A POLÍCIA FEDERAL

 

Sergio Moro- presidenciavel do podemos 19

As relações entre Sergio Moro (Podemos) e a Polícia Federal são difíceis desde que o ex-juiz deixou o Ministério da Justiça acusando o presidente Jair Bolsonaro de interferir na instituição para, supostamente, proteger parentes e aliados contra investigações.

 

Por conta dessas suspeitas, o pré-candidato ao Planalto defenderá, em seu programa de governo, a independência funcional para o diretor-geral da PF, semelhante ao que existe atualmente no comando das agências reguladoras.

 

A ideia é que o diretor tenha mandato fixo e seja sabatinado pelo Senado, eliminando assim a possibilidade de ser afastado pelo chefe do Executivo ou pelo ministro da Justiça.

 

Moro acredita que, com isso, será possível evitar episódios de pressão política sobre o órgão. O tema está sendo debatido por uma comissão de profissionais do Direito que preparam uma proposta para segurança, combate à corrupção e reforma do Judiciário.

 

Também candidato ao Palácio do Planalto, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) acredita que a estrutura de independência funcional é uma possibilidade. “Com critérios, com sabatina — como acontece com cargos relevantes —, pode dar um pouco mais de estabilidade e independência para este órgão que é tão relevante para a atividade social”, opinou.

 

 A Polícia Federal tem sido alvo de constantes ataques do pré-candidato a Presidência. Na última segunda-feira, em entrevista à Jovem Pan, o ex-juiz criticou a atual gestão da corporação. Ele afirmou na ocasião que, “hoje, não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção”.

 

Em resposta à acusação, a PF emitiu uma nota: “Moro mente quando diz que ‘hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção’. A Polícia Federal efetuou mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos”, diz o posicionamento, além de cobrar provas para a acusação feita pelo ex-ministro.

 

O ex-juiz chegou a rebater a nota emitida pela PF, e afirmou que “não é só uma questão de quantidade, mas de quem está sendo preso”, argumentando que não há prisão de grandes corruptos. “Prendeu o bagrinho da corrupção? Isso sempre teve. Prendeu lá um funcionário público que cobrou propina para conceder uma licença, um guarda que deixa de aplicar uma multa. Isso tem. Agora grande corrupção, os grandes tubarões…Não está tendo prisão nenhuma. A gente não ouve falar nada sobre isso”, declarou em entrevista à Rádio Rio FM, de Aracaju.

*Correio Braziliense

Terça-feira, 22 de fevereiro 2022 às 14:45