Wilson Silvestre =
Diante dos números negativos auferidos pela
pesquisa O&P, muitas cabeças pensantes — leiam-se empresários e lideranças
políticas —começam a mirar os olhos em outra direção. Não necessariamente em
algum nome que esteja posto na mídia como postulante ao cargo do governador
Agnelo Queiroz, mas em gente que participa da gestão petista e não bota a cara
para levar pedrada.
O Jornal
Opção garimpou nos bastidores especulações de que próceres petistas
comentam, reservadamente, a possibilidade — ainda remotíssima — de o PT “colar”
mais no vice-governador Tadeu Filippelli. Na avaliação da fonte ouvida é melhor
ter um aliado experiente como plano B do que não ter ninguém aglutinador. A
tese é a seguinte: caso o nome de Agnelo não decole, é melhor buscar
alternativas dentro dos quadros do partido e manter o PMDB próximo, caso
contrário, Filippelli pode se aliar ao senador Gim Argello (PTB) e arrastar
vários partidos com eles isolando o PT. Este exercício de futurologia tem sua
lógica.
Filippelli reúne todos os ingredientes para encabeçar uma chapa competitiva com Gim e aliados. “Ele tem experiência, articula como ninguém e cumpre todos os acordos políticos”, avalia a fonte.
Todas estas especulações são conjecturas que fazem à revelia de Filippelli, o mudo. Nem sob tortura ele revela qualquer plano que venha a ofender o governador Agnelo, mas como um político astuto e inteligente, não fecha os olhos para as oportunidades. Poucos conhecem os labirintos da política brasiliense como ele e tão pouco de gestão pública. “Filippelli é um craque quando o assunto é administração. A maiores obras do Distrito Federal foram tocadas por ele e isso quando o PT era o maior adversário destas intervenções, como a Ponte JK, Balão do Aeroporto, Granja do Torto, Taguatinga e tantas obras importantes para cidade”, lembra um aliado.
Filippelli leva a sério a arte da paciência, principalmente numa cidade onde a informação tem a velocidade da luz e reputações são destruídas em frações de horas. Ele sabe digerir críticas instantâneas e esperar — sua maior virtude — pacientemente o momento de emitir respostas inteligentes e calar os críticos. “O cargo que Filippelli exerce de vice-governador e presidente do PMDB, nunca foi usado para esmagar qualquer adversários ou calar vozes destoantes de seu pensamento”, garante um amigo próximo.
Fonte:
Jornal Opção edição 1953 de 9 a 15 de dezembro de 2012