"NÃO HÁ DEMOCRACIA ONDE O VOTO É OBRIGATÓRIO"

Se ainda não é, seja nosso novo seguidor

Amigos SP

19 de outubro de 2016

EX-DIRETOR DA INTERPOL SUGERE TRANSFORMAR LAVA JATO EM DIVISÃO FIXA DA PF




Ex-diretor da Interpol no Brasil, o delegado da Polícia Federal aposentado Jorge Barbosa Pontes tem sido um ávido combatente da corrupção e tece duras críticas ao governo do PT, que ficou no poder por 13 anos. Na semana passada, o investigador depôs na comissão que analisa medidas contra a corrupção, na Câmara dos Deputados, e declarou que a Operação Lava Jato mostrou que nos encontramos, no Brasil, diante de um 'novo animal' da criminologia, que ele denominou 'crime institucionalizado'.

Pontes, que se formou como policial no FBI (Polícia Federal dos EUA), discorreu sobre as diferenças entre o crime institucionalizado e o crime organizado, pontuando cada uma delas, e explicou que o institucionalizado representa, para a polícia e o Ministério Público, uma ameaça muito mais complexa do que qualquer forma de crime organizado.

Segundo a tese do delegado, tais esquemas teriam sido selecionados - provavelmente por sua lucratividade - e deslocados e unificados no centro do poder, por intermédio da Casa Civil, em razão de suas atribuições - de escolha e vetos de nomes para nomeações em funções estratégicas - e da sua proximidade com a presidência (Palácio do Planalto).

"E foi exatamente quando diversos desses pontos preexistentes de corrupção, em ministérios e empresas públicas como Correios, Petrobras, etc, foram levados deliberadamente para a Casa Civil da Presidência da República. Assim estaria nascendo o crime institucionalizado", declarou.

Pontes também chamou a atenção para o fato de que ex-ministros-chefes da Casa Civil do período petista são alvos de processos criminais, e completa: "não é à toa que José Dirceu encontra-se preso por sua participação tanto no Mensalão como no Petrolão, que nada mais eram do que duas rodas da mesma grande engrenagem criminosa".

O Diário do Poder entrevistou o delegado. Na conversa, Jorge Pontes declarou que se fosse diretor-geral da PF transformaria a Lava Jato é uma divisão da instituição, assim, sem prazo para acabar e com investigações contínuas. Na ideia do delegado, a divisão teria projeção no Nordeste, em Brasilia e no Sudeste.

Confira na íntegra:

Corrupção

Hoje eu tenho a percepção de que se não houver combate a corrupção, tudo será corroído em relação ao 'projeto Brasil'. A corrupção está na raiz de todos os males, como hospitais, saguão, fila, falta de professor, assalto em uma esquina... Em cada item existe corrupção, fraude nisso ou naquilo. Eu, por ser pessoa com visão do governo de dentro, desenvolvi essa percepção. E estou falando isso, que só agora está em evidência, há pelo menos quatro anos.

Não tem nada mais importante a ser combatido no Brasil que não seja a corrupção. Principalmente a corrupção na administração pública, contratos, construções e grandes obras. Vejo isso como principal. O Brasil está gastando dois 'brasis' para sustentar um Brasil.

Lava Jato

Eu acho a Lava Jato redentora em vários aspectos, sobretudo um diagnostico. Tem mais poder de diagnóstico. Ela vai implodir todos os esquemas as quais investiga, mas ela não tem o poder de transformar esse sistema corrupto que a gente está percebendo. O que a operação tem de melhor é inspirar a sociedade brasileira a mudar. O brasil está sendo roubado justamente por quem deveria administrar. O estranho é que as primeiras reações do Executivo foram contra a Lava Jato, para alvejar a PF, o MPF, juiz Moro e seus resultados, quando na verdade teria que ser ao contrário.

A Lava Jato tem prazo de validade?

Como os esquemas de corrupção são muito grande, é difícil dizer quando vai acabar. E difícil saber o que vai descobrir numa busca. Não tem como saber. As buscas e apreensões podem dar origem a mais fases. Se eu fosse chefe da PF a Lava Jato seria uma divisão, com projeção no Nordeste, em Brasilia e no Sudeste, para ter um trabalho continuo. Ela seria estabelecida dentro do organograma da PF. Não seria apenas uma investigação.

Autonomia da PF

É um projeto Importantíssimo, pois é uma das únicas formas de nos blindar contra a política e contra interferências. Assim haveria mandato de quatro anos para o cargo de diretor-geral e ele não poderia ser exonerado simplesmente por ordem de algum político. A autonomia nada mais é do que uma proteção.

Você acha que um governo como o do PT, envolvido nas investigações e até um ex-presidente alvo, não ficava de orelha em pé em relação ao nosso trabalho? Eu tenho certeza que o governo do PT ficava em cima da gente.

Briga delegados x procuradores

Os procuradores são contra a nossa autonomia porque existe uma quebra de braço que está sendo mal administrada pelos dois lados, PF e MPF. Os dos órgãos têm que trabalhar de maneira conjunta. As rugas sempre vão existir por vaidade, mas não podemos deixar isso sobressair.

As duas instituições disputam a titularidade das investigações, quem e a responsável etc. Mas a PF nunca terá papel secundário nas investigações dos crimes federais. Sempre protagonizará as investigações e as ações repressivas relativas a estes crimes. Nenhum outro órgão conseguirá colocar a PF numa posição que não seja de protagonista, porque nós somos a policia judiciaria da União.

Porém, o estado de degradação e o nível de corrupção do pais não recomenda que nenhum órgão tenha o monopólio da investigação. Eu sou a favor do MP investigando.

O Brasil tem salvação diante de tanta corrupção?

De quatro em quatro anos a gente tem a chance de salvar o Brasil. Tem que nascer uma liderança política que invista em educação. São as eleições. A sociedade tem que estar a par do que está acontecendo, a partir da escolha dos melhores representantes.

Quarta-feira, 19 de outubro, 2016

18 de outubro de 2016

KASSAB DIZ QUE É CONTRA A REGULAMENTAÇÃO DO WHATSAPP NO BRASIL COMENTE



 
 O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, afirmou que é contra a regulamentação do WhatsApp no Brasil, durante visita a Futurecom 2016, feira de telecomunicações, tecnologia da informação e internet, segunda-feira (17), em São Paulo.

Segundo o ministro, o aplicativo já estabeleceu uma relação com a sociedade e o governo não deve interferir. Além disso, Kassab disse que quer "desregulamentar os serviços de telecomunicação no país para que exista um ponto de equilíbrio" entre empresas tradicionais e os aplicativos.

A possibilidade de regulamentação legislativa do app gera discussões desde o ano passado. A polêmica ganhou visibilidade quando operadoras brasileiras entenderam que o aplicativo presta os mesmos serviços que as empresas de telecomunicações e por isso precisava ser regulamentado. O tema voltou à cena quando juízes bloquearam o aplicativo em todo o território nacional.

Ao contrário de Kassab, o antigo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, defendia a discussão sobre a regulamentação do serviço por entender que o modelo de prestação de serviço de telecomunicação precisa ser atualizado. "É preciso garantir um tratamento equânime a serviços de telecomunicações e novos serviços de internet", afirmou Berzoini na época.

Gilberto Kassab também assumiu o compromisso de reduzir a carga tributária das empresas de telecomunicação em médio e longo prazo, mesmo sem especificar o valor da redução. "Sabemos que reduzir a carga tributária aumenta a demanda e as possibilidades de emprego. A redução será compatível com os investimentos que as teles fizerem no Brasil". Ele disse ainda que o governo tende a acelerar a aprovação do projeto de lei que acaba com as concessões de telefonia fixa, por ser um projeto "necessário e modernizador".

 Fim da TV analógica

Na Futurecom, Gilberto Kassab também disse que o governo confirma o desligamento do sinal analógico em Brasília no dia 26 deste mês.

"A data para o corte da TV analógica no DF deve ser mantida já que, de acordo com as pesquisas mais conservadoras, 85% das pessoas têm acesso digital. A média é que 93% já tenha"

Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

As diretrizes do Ministério das Comunicações e da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicação) estabelecem que o desligamento só pode ocorrer se 93% dos lares puderem receber sinal digital.

De acordo com o cronograma, São Paulo seria o próximo lugar onde a televisão analógica seria desligada, em março de 2017. Porém, Kassab sinalizou nesta segunda que a data da capital paulista pode ser prorrogada para acontecer ao mesmo tempo que todo o Estado. O ministro afirmou que a mudança não está relacionada a nenhum problema com o corte de sinais. (A/E)

Terça-feira, 18 de outubro, 2016