"NÃO HÁ DEMOCRACIA ONDE O VOTO É OBRIGATÓRIO"

Se ainda não é, seja nosso novo seguidor

Amigos SP

6 de julho de 2019

Gim e Cristiano Araújo são condenados por fraude na concessão de bolsas de estudos



Por articularem um esquema para burlar o processo de seleção de bolsas de estudos concedidas pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condenou o ex-senador Gim Argello e o ex-distrital Cristiano Araújo.


A decisão inclui, também, o ex-presidente da FAP Renato Rezende, além de servidores públicos e 19 bolsistas beneficiados pela prática, que configura improbidade administrativa.

O processo teve origem a partir de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT), em junho de 2017.

Na denúncia, o MPDFT sustenta a existência de uma negociação entre políticos, servidores públicos e cidadãos com interesses particulares para fraudar o edital de seleção de bolsas da FAP, aberto em 2012, durante o governo de Agnelo Queiroz (PT).

O processo licitatório oferecia bolsas que variavam de R$ 2.500 a R$ 6 mil e convocava os interessados a desenvolverem projetos para a elaboração de um banco de dados com as melhores empresas de Brasília, às quais deveriam ser dirigidos aos turistas na Copa do Mundo de 2014.

No entanto, a denúncia do MPDFT indica que o edital era uma fachada para beneficiar apadrinhados políticos. As interceptações telefônicas seriam a comprovação da existência do esquema.

Durante o julgamento, as defesas dos réus afirmaram que os pedidos de condenação deveriam ser considerados improcedentes por não haver elementos que comprovassem os atos de improbidade.

No entanto, o juiz responsável pelo caso alegou haver no processo provas como diálogos obtidos nas escutas telefônicas, laudos periciais e depoimentos, o que seria suficiente para condenar os acusados. “Em diversos momentos é possível verificar a troca de ‘favores’ entre os políticos e os particulares que agem em colaboração, fazendo da Administração Pública um verdadeiro loteamento do serviço público, o que não pode ser admitido em circunstância alguma”, completa.

Denúncias

Antes da ação ajuizada pelo MP, Cristiano Araújo já era réu, no âmbito criminal, pela mesma denúncia de fraude à licitação da FAP. O inquérito apontava que Cristiano, então Secretário de Ciência e Tecnologia teria indicado nove bolsistas.

O número é embasado por uma planilha encontrada durante as investigações e por depoimentos de outros investigados. A matriz descreve o nome do candidato apadrinhado e o responsável pela indicação.

Segundo o MP, a sigla ‘CA’ era utilizada para referência a Cristiano Araújo, enquanto as iniciais ‘RR’ se referiam a indicações de Renato Rezende.

Apesar de não ter sido alvo da denúncia na esfera criminal, até mesmo porque, à época, detinha foro privilegiado por exercer cargo de senador, Gim Argello foi apontado na ação do MP como o influenciador das indicações feitas por Rezende, afilhado político do então parlamentar.

A alegação é embasada pelas conversas captadas pelas interceptações. Além disso, depoimentos apontam que Gim seria o responsável pela escolha de três vencedoras do certame.

A condenação ocorre três semanas após a soltura de Gim Argello, beneficiado por indulto concedido pelo então presidente Michel Temer e referendado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-senador ficou três anos e dois anos na prisão, onde cumpria pena de 11 anos e 8 meses por condenação da Operação Lava-Jato.

Sentenças

Gim Argello e Cristiano Araújo foram condenados a perda de cargos e funções públicas, suspensão dos direitos políticos por quatro anos e proibição de contratar ou receber benefício do Poder Público por três anos.

Além disso, ambos devem reembolsar o prejuízo causado aos cofres públicos. Enquanto a pena do ex-senador foi de multa de 20 vezes a remuneração do cargo, o ex-distrital terá que pagar 50 vezes o que recebia pela ocupação pública.

Já os servidores públicos e os 19 bolsistas condenados sofreram pena de perda de função ou cargo público, multa civil, suspensão de direitos políticos e proibição de contratação com o Poder Público.

Duas bolsistas foram absolvidas durante o processo. Por ser uma decisão em primeira instância, todos os réus ainda podem recorrer. (Correio Brasiliense)

Sábado, 06   de julho, 2019 ás 18:00



 


4 de julho de 2019

Mandetta: país jamais deveria quebrar patente de medicamentos


O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse quinta-feira (4/07) que o país jamais deveria quebrar patentes de medicamentos, uma vez que isso prejudica a inventividade e o tempo gasto pela iniciativa privada com pesquisas e pesquisadores. Citando documento produzido pela Convenção de Genebra, Mandetta defendeu ainda maior transparência no cálculo dos preços cobrados por medicamentos.

A afirmação foi feita durante a abertura do Seminário Interfama - Inovação Tecnológica na Saúde e o Valor para o Paciente, em Brasília. Ao se dirigir a representantes do setor de saúde, o ministro disse ser o setor privado que produz, cabendo ao governo o papel de estimular iniciativas de produção.

“O Ministério da Saúde tem grande expectativa em relação ao setor. O século 21 será maravilhoso para se viver. Cada um de vocês pode estar na iminência de anunciar mais um passo; mais um avanço. Após decifrarmos o genoma e colocarmos esse quebra-cabeça à disposição da ciência e da indústria farmacêutica, sabíamos de antemão que teríamos o século de inovações na área genética”, disse o ministro

Diante do cenário, Mandetta defendeu a criação do Instituto Brasileiro de Genética, o aumento do número de geneticistas e dos estudos sobre o assunto no país. “Não podemos ficar com a dependência tecnológica tão perigosamente elevada”, afirmou.

Nesse sentido, ele disse que a quebra de patentes de medicamentos pode prejudicar os investimentos no setor. “Não é bom ameaçar quebras de patente. O país jamais deveria fazer isso. Temos de zelar pela inventividade e pelo tempo gasto no balcão de pesquisa e no balcão dos nossos pesquisadores. Sei que cada um de vocês gasta hoje algumas centenas de milhares de dólares para fazer seus sistemas de compliance [para estar em conformidade com leis e regulamentos], e que essa palavra passou a ser obrigatória nas empresas.”

Mandetta lembrou que o documento final, assinado por muitos dos países participantes da Convenção Mundial da Saúde em Genebra, pede mais transparência na confecção de preços de medicamentos. Segundo ele, isso será necessário “para que possamos enfrentar o início dessa revolução de maneira adequada e equilibrada”. (ABr)

Quinta-feira, 04   de julho, 2019 ás 18:00