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1 de maio de 2020

MORO DIZ QUE VAI APRESENTAR PROVAS CONTRA BOLSONARO NO STF


Em entrevista à Revista VEJA, O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro garantiu que irá apresentar ao STF (Supremo Tribunal Federal) provas para comprovar as acusações que fez contra o presidente Jair Bolsonaro ao anunciar sua saída do governo.

“Esclarecimentos adicionais farei apenas quando for instado pela Justiça. As provas serão apresentadas no momento oportuno, quando a Justiça solicitar”, afirmou Moro

O decano Celso de Mello, relator do processo que envolve as falas de Moro contra Bolsonaro no STF, determinou nesta quinta-feira que a Polícia Federal ouça o ex-ministro no prazo de até cinco dias.

Na manifestação, o decano da Suprema Corte pede que Moro apresente “manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento, com a exibição de documentação idônea que eventualmente possua acerca dos eventos em questão”.

Ao pedir demissão do governo Bolsonaro, Moro afirmou que a exoneração de Maurício Valeixo, indicado por ele para o comando da PF, teve o objetivo de interferir nas investigações do órgão e na independência da instituição.

“Não é questão do nome, há outros delegados igualmente competentes. O grande problema é que haveria uma violação à promessa que me foi feita, de ter carta branca, não haveria causa e estaria havendo interferência política na PF, o que gera abalo na credibilidade”, afirmou o ex-juiz da Lava Jato na ocasião.

Sexta-feira, 1º de Maio, 2020 ás-18:00   

29 de abril de 2020

MINISTRO DO STF SUSPENDE POSSE DE RAMAGEM NA PF


O ministro Alexandre Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu a pedido e suspendeu os efeitos da nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

Morais achou relevante levar em conta declarações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que levantaram a interferência nas investigações da PF.

O ministro também deu crédito à alegação de opositores de Bolsonaro, filiados ao PDT, no sentido de que o presidente da República teria a “intenção” de interferir nas investigações da PF, por meio de um diretor-geral de sua confiança.

Alexandre de Morais não levou em consideração a manifestação formal da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que, em nota, além de elogiar a escolha de Ramagem, desmentiu que tenha havido interferências nas investigações da PF, como Moro afirmou.

O líder do governo na Câmara, deputado Victor Hugo (GO), considerou que a decisão do ministro do STF foi mais uma interferência indevida do Judiciário no poder executivo.

Com a decisão, em caráter liminar, está suspensa a posse de Ramagem, prevista para as 15h de quarta-feira (29/4). 

*Diário do Poder

Quarta-feira, 29 de Abril, 2020 ás  11:10


25 de abril de 2020

O LADRÃO DE GALINHAS



No calendário da indústria agropecuária, em 24 de abril é celebrado o Dia do Boi. Por uma dessas coincidências que transformam o Brasil em um País tão cômico quanto trágico, é também o dia em que o líder do rebanho que governa o país há pouco mais de um ano foi encaminhado para o abate.

O evento onde o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, falou ao vivo na manhã de sexta-feira (24/04) não foi exatamente uma coletiva, mas um depoimento espontâneo de delação premiada. A delação o Brasil inteiro ouviu, mas o prêmio ainda não veio. Tudo indica que será, em uma delicada analogia bíblica, a cabeça do presidente Jair Bolsonaro em uma bandeja. Crimes para afastá-lo não faltam mais.

Tudo leva a crer que foi fraudado o nome “Sérgio Moro” no decreto publicado no Diário Oficial de ontem, documento que oficializou a demissão “a pedido” do Diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Estamos acostumados a ver esse governo espalhando fake News e mentiras na internet, mas levar essa prática ao Diário Oficial é um pouco demais.

Moro disse, com todas as palavras, que nem a ex-presidente Dilma Rousseff se atreveu a interferir na polícia ou demitir um diretor geral da Polícia Federal para impedir que casos de corrupção chegassem ao PT. É uma audácia sem precedentes no País. Moro foi ainda mais longe: disse que o presidente queria ter acesso a inquéritos que o incomodavam e, por isso, precisava ter controle sobre a ação da PF. Não sou jurista, mas desconfio que há algo errado aí.

No mínimo, há crime de responsabilidade. “Influência política”, pelo que Moro disse, é um eufemismo para impedir a polícia de investigar o presidente, assim como os três incapazes que levam, sem coincidência alguma, seu sobrenome.
O Brasil tinha demorado para entender quem era Jair Bolsonaro, mas Sérgio Moro nos fez o favor de explicar. Ele teve o voto de muita gente porque nunca havia se envolvido no desvio de milhões, nem ocupado cargos no alto escalão. Os brasileiros achavam que isso era sinal de que ele não era corrupto.

Nada mais errado: era apenas a evidência de que suas atividades eram baixas demais para serem captadas pelo radar. Maquiar balanços orçamentários levou ao impeachment de Dilma, mas o que Bolsonaro faz é ainda pior. Para usar outra metáfora agropecuária, a atitude do presidente lembra mais a de um ladrão de galinhas. No Dia do Boi, nem o gado que o segue tem o que comemorar.

Felipe Machado/IstoÉ

Sábado, 25 de Abril, 2020 ás 11:00