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5 de fevereiro de 2022

UNIÃO BRASIL DISCUTE FEDERAÇÃO COM MDB

 


Dirigentes da União Brasil começaram a discutir com o MDB a formação de uma aliança para as eleições deste ano. As conversas incluem a criação de uma federação envolvendo as duas siglas e uma possível chapa para a corrida presidencial.

 

Em processo de formação a partir da fusão entre PSL e DEM, a União Brasil tinha reunião marcada na tarde de quinta-feira (3/2), em São Paulo, para definir os caminhos que o partido deve tomar na campanha.

 

A legenda é alvo de cobiça por parte de Sergio Moro (Podemos), mas há resistência de vários integrantes da cúpula do partido -incluindo o futuro secretário-geral, ACM Neto (DEM), e o vice-presidente Antônio Rueda (PSL).

 

A negociação em torno de uma aliança com o MDB indica um movimento da futura legenda em busca de caminhos alternativos, para afastá-la da candidatura do ex-juiz da Lava Jato.

 

Em conversas preliminares entre dirigentes da União Brasil e do MDB nas últimas semanas, foi apresentada a proposta de uma aliança nacional, com a construção de candidaturas conjuntas em diversos estados.

 

Foi posta na mesa a possibilidade de uma federação, formato inédito que determina a união de legendas por quatro anos -incluindo a participação conjunta em todas as disputas eleitorais desse período.

 

Uma ala da União Brasil fez um aceno inicial que envolveria também o apoio do partido à candidatura de Simone Tebet à Presidência em outubro.

 

Essa aliança interessa ao grupo do MDB que busca um reforço para a senadora na corrida ao Palácio do Planalto. A parlamentar é alvo de assédio de siglas que gostariam que ela concorresse ao cargo de vice-presidente -é o caso do PSDB, por exemplo, que tem o governador João Doria como pré-candidato.

 

Nesse cenário, a União Brasil poderia indicar o candidato a vice na chapa de Tebet. O futuro presidente da legenda, Luciano Bivar (PSL), trabalha para ocupar esse posto.

 

O presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), confirmou à reportagem que há negociações em curso. “Tenho tido conversas constantes com a União Brasil para uma parceria nacional que possa fortalecer os dois partidos.”

 

Essas articulações para a corrida presidencial ainda estão em fase preliminar.

 

De todo modo, os dois lados já manifestaram interesse numa aliança que envolva o apoio conjunto a uma candidatura ao Planalto. A federação poderia, portanto, negociar com outro candidato à Presidência, caso o nome de Tebet não seja considerado viável.

 

Antes dessa definição, o avanço das negociações depende de um alinhamento dos planos de cada partido nas eleições estaduais. Nos próximos dias, os dirigentes vão traçar um mapa de candidaturas a governador e senador pelo país para avaliar as possíveis composições nesses palanques.

 

O modelo da federação determina que cada um desses grupos só pode lançar um candidato a cada um desses cargos nos estados -o que significa que, em locais onde há palanques duplos, um dos lados precisaria abandonar a corrida.

 

Segundo líderes do MDB, os dois partidos têm poucos problemas em palanques regionais e, os que existem podem ser resolvidos com facilidade.

 

Por outro lado, as siglas já fecharam alianças em estados considerados importantes. Em Goiás, por exemplo, o MDB deverá indicar o vice do governador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que concorrerá à reeleição.

 

No Rio Grande do Sul, a União apoiará o nome que o MDB decidir lançar ao governo. No Pará, por exemplo, a construção também é para que a União Brasil apoie a candidatura à reeleição do governador, Helder Barbalho (MDB-PA).

 

Já no Ceará a expectativa é que o deputado Capitão Wagner (Pros-CE) se filie à União Brasil para disputar o governo e tenha como candidata a vice a mulher do ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE), Monica Paes de Andrade.

 

 

Dirigentes das duas legendas acreditam que a formação desse grupo vai aumentar seu poder de negociação com o próximo presidente da República, seja quem for. A ideia é formar um bloco de centro com uma bancada robusta de deputados, que atue em conjunto na Câmara a partir de 2023.

 

O MDB também discute a formação de uma federação com o PSDB. Na quarta-feira (2), o presidente tucano, Bruno Araújo, anunciou o início dessas conversas -que uniriam as candidaturas de Tebet e do governador paulista João Doria (PSDB). A negociação foi divulgada primeiramente pela ​GloboNews.

 

Já as negociações do MDB com a União Brasil correm paralelas a essa articulação. Uma federação envolvendo as três siglas é considerada improvável, ao menos por enquanto.

 

As conversas do MDB com os tucanos foram vistas com ceticismo porque o partido é fragmentado nacionalmente, e muitos quadros da sigla não teriam interesse num alinhamento com a candidatura de Doria.

 

No caso da União Brasil, haveria uma margem mais ampla de negociações, além de um objetivo comum: fortalecer as duas legendas nos estados e nas eleições legislativas.

 

Dirigentes do MDB dizem estar mais simpáticos à possibilidade de federação ou aliança com a União Brasil. Uma das razões seria a chance de impulsionar a candidatura de Simone Tebet.

 

Pesquisas internas encomendadas pelos emedebistas têm demonstrado potencial de crescimento da senadora.

 

Nos bastidores dessas discussões, Luciano Bivar também se movimenta para emplacar sua própria candidatura à Presidência. A federação com o MDB, segundo seus aliados, fortaleceria esse projeto.

 

A ideia, no entanto, é vista com irritação por outros dirigentes da União Brasil. Eles consideram que uma candidatura de Bivar seria fadada ao fracasso e fragilizaria a imagem da nova legenda.

 

Dirigentes da União Brasil esperam obter o registro oficial do novo partido no Tribunal Superior Eleitoral na próxima terça-feira (9). O ministro Edson Fachin, relator do caso, liberou o processo para julgamento em plenário na semana passada.

Federações partidárias em negociação

 

PT/PSB/PV/PC do B

 

PSOL/Rede

 

MDB/PSDB

 

União Brasil/MDB

 

Cidadania/Podemos

 

Cidadania/PSDB

 

Cidadania/PDT

Saiba mais sobre as federações partidárias

Quando foram instituídas as federações?

 

As federações partidárias foram instituídas na reforma eleitoral do ano passado, por meio da lei 14.208 de 28 de setembro de 2021

A mudança já é válida para as eleições de 2022?

 

Sim, já que o mecanismo foi instituído com mais de um ano do dia do pleito.

Quanto tempo os partidos deverão permanecer juntos?

 

Os partidos que se unirem para uma eleição deverão ficar juntos durante toda a legislação seguinte, ou seja, por quatro anos.

Qual a abrangência da federação?

 

A união entre os partidos deverá ser nacional, com a federação partidária. Não será mais permitido partidos que eram coligados em um determinado estado e eram adversários em outros.

 

Isso significa que partidos que decidam por uma federação serão aliados nacionalmente, mas também estarão juntos nas disputas estaduais e municipais, o que obriga mudanças nas articulações para sanar arestas regionais.

As federações formadas neste ano serão válidas também nas eleições municipais de 2024?

 

Sim, cada federação que vier a ser formada durará pelo menos quatro anos, de modo que os partidos federados estarão juntos nas eleições municipais de 2024.

 

O que ocorre com um partido que desista da federação depois das eleições? Além de um programa comum, as federações deverão ter um estatuto comum, com suas regras internas.

Com FolhaPress

Sábado, 05 de fevereiro 2022 às 15:41


 

4 de fevereiro de 2022

BRASIL RECEBE MAIS 2,1 MILHÕES DE DOSES DE VACINAS DA PFIZER

 

Mais de 2,1 milhões de doses da vacina da Pfizer contra a covid-19, voltadas para o público acima de 12 anos de idade, chegam ao Brasil nesta sexta-feira (4/2). Este é o primeiro lote de dois que serão entregues até o fim de semana, segundo o Ministério da Saúde.

 

A nova remessa irá se unir com mais de 177 milhões de doses da vacina enviadas para a campanha de imunização.

 

As vacinas desembarcam no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. “Logo após passarem por um rígido controle de qualidade, os imunizantes começarão a ser distribuídos aos estados e ao Distrito Federal, seguindo critérios de igualdade e proporção populacional”, informa o ministério.

 

A campanha de vacinação contra a covid-19 ultrapassou mais de 407 milhões de doses de vacinas distribuídas para estados, municípios e Distrito Federal. Destas, mais de 359 milhões foram aplicadas, segundo balanço do ministério.

*ABr

Sexta-feira, 04 de fevereiro 2022 às 14:51

3 de fevereiro de 2022

A ABOMINÁVEL CRUELDADE DE UM GOVERNO

Não passou indiferente, muito menos ileso, mais um ato de deplorável oportunismo eleitoral e maldade mesmo: o episódio no qual Bolsonaro e sua trupe vão atrás de uma criança com registro de parada cardíaca, tentando associar o caso à vacinação infantil – algo que se mostrou, mais uma vez, para variar, infundado. Não é fácil sequer digerir a ideia de um mandatário sendo capaz de tamanha ignomínia, quase na torcida pela morte da suposta vítima.

 

 Mas estamos falando de Jair Messias Bolsonaro, aquele que já deu provas em abundância do quão baixo pode chegar para alcançar seus intentos. Bolsonaro, Queiroga e Damares queriam o “troféu” de um pequeno vacinado, com efeitos graves devido à imunização, para fazer valer seus argumentos, falaciosos e repugnantes, contra a aplicação de doses nessa faixa etária. Pior: para eles, o ideal seria um cadáver imberbe, capaz de chocar a turba e, assim, com força para interromper a campanha vacinal dos menores – campanha essa com a qual o capitão nunca esteve de acordo.

 

A troco do quê? Da mais pura e ignóbil ideologia, sem qualquer fundamentação científica. O pensamento retrógrado, tacanho e obscurantista que essa turma vem tentando fazer prevalente no País desde que assumiu o poder. Pois bem, o presidente, que após quase 630 mil mortos da Covid-19 não foi capaz de um mínimo gesto de solidariedade, uma demonstração sequer de compaixão ou apoio aos familiares das vítimas da mais terrível pandemia que se abateu sobre nós, decidiu ligar para a casa justamente da menina que, na teoria, tinha tido um ataque de arritmia devido ao imunizante.

 

 Seu interesse não era quanto a mortes pela doença, e sim pela aplicação da vacina — a mesma responsável por baixar, consideravelmente, as taxas de óbito em todo o mundo e que tem barrado casos críticos. Bolsonaro fez mais. Despachou diretamente para Lençóis Paulista, onde mora a família, os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e dos Direitos Humanos, Damares Alves, a bordo de um jatinho, em uma mobilização jamais vista até aqui para tentar confirmar os prognósticos.

 

 Ato contínuo, espalhou nas redes sociais que havia falado com o pai da criança, “um cabo da PM”, e insinuou mistérios no ar. “Conversei com o cabo, pai da menina de Lençóis. Não vou revelar a conversa, nem gravei, mas o que ele disse para gente é preocupante.

 

 Agora, foi em função da vacina ou não foi?”, trombeteou o mandatário. O próprio Ministério da Saúde, por pressão da comunidade médica, viu-se obrigado a dirimir as “dúvidas”, negando qualquer relação com a vacina, frustrando o presidente e descredenciando mais essa tentativa de sabotagem.

 

 O prazer mórbido de Bolsonaro é facilmente evidenciado em muitas ocasiões. Quando o Brasil cravou dez mil mortos pela Covid, ele foi passear (talvez comemorar?) de jet ski no aprazível Lago Paranoá, em Brasília, aos risos e gestos de diversão.

 

Quando a estatística alcançou 100 mil óbitos, indagado por repórteres a respeito, respondeu com um desprezível “e daí? Todo mundo vai morrer um dia. É da vida!”. Nos 200 mil, não conteve a ira diante do quanto aquilo atrapalhava os seus planos e esbravejou: “Vamos deixar de frescura, de mimimi! Vão ficar chorando até quando?”.

 

Os brasileiros continuaram a chorar por muito mais tempo e ainda não pararam, ante a indiferença cruel do mandatário – o mesmo que, deliberadamente, deixou faltar oxigênio em Manaus, levando ao fim por asfixia criminosa alguns milhares de contaminados. Ele não se importa, nunca se importou mesmo, com o que pejorativamente chama de “gripezinha”. A busca da vítima/troféu antivaxx é mais uma prova.

 

No gesto do telefonema, nada de empatia. Ligou movido pela mera utilidade que o caso lhe suscitava. Depois poderia aparecer em uma das lives, lamentáveis na maioria, com o típico “eu não disse? olha o que aconteceu!”. Plano abortado, a menina, graças a Deus, passa bem.

 

Mas a ópera bufa não acabou por aqui. No que se refere à sistemática cruzada do governo contra toda e qualquer imunização, o céu parece ser mesmo o limite. Dias mais tarde, uma aberração maior, ou, no mínimo, do mesmo tamanho, entrou em curso. Uma nota técnica, assinada pelo segundo da hierarquia da pasta de Queiroga, o secretário Hélio Angotti, chocava o Brasil ao apontar, explicitamente, que a Hidroxicloroquina funcionava e a vacina não.

 

Era o apogeu do negacionismo, documentado e lavrado no âmbito do Ministério da Saúde. Nada poderia ser mais absurdo, contrariando a própria Anvisa, Conitec, autoridades sanitárias e institutos de pesquisas em todo o mundo. E essa era a diretriz a ser encaminhada ao Sistema do SUS, reiterando a pregação do capitão Cloroquina.

 

 Para Angotti, as vacinas “não possuem efetividade, nem segurança”. O contrário do que ocorre, no seu entender, com o medicamento-estrela do malfadado kit Covid do governo. O espetáculo circense estava completo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Food and Drug Administration (FDA) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) protestaram. Associações médicas e legais pediram o impeachment tanto de Queiroga como do subordinado, Hélio Angotti. Em vão. O governo passou pano na história.

 

 A pasta retirou o documento, publicou nova versão (embora com a conclusão permanecendo praticamente igual) e deu por encerrado o assunto. A mentira, não é de hoje, passou a ser instrumento de gestão na era Bolsonaro. Também nessa área vital. Não bastasse o fato de que, em dois anos de pandemia, ele pouco ou nada fez em prol da segurança dos pacientes e promoção de tratamentos eficazes contra o vírus, ainda se mostra capaz de boicotar a única e eficiente arma existente para debelar o pesadelo da Covid.

 

É um governo repugnante, certamente o pior que passou por aqui em muitas décadas. Quiçá, em toda a história, desde o Descobrimento. É de um fundamentalismo que vai além dos simples conceitos conservadores e encontra parâmetros em seitas suicidas ou regimes autoritários. Não existem ali políticas públicas concretas, estruturadas, de saúde. Apenas amadorismo, com a venda de drogas inócuas, em sintonia às determinações de um mandatário que nada sabe sobre o assunto e que se baseia nos achismos. Em pleno pico da nova variante Ômicron, Jair Bolsonaro segue reclamando da “pressa” por vacinas.

 

 A Covid-19 voltou a liderar causas de morte no País e ele parece considerar pouco. Na logística de transporte das doses para a vacinação infantil, o caos inicial foi enorme. Veio a se descobrir depois que o ministro Queiroga dispensou licitações e escolheu um fornecedor sem nenhuma experiência no ramo. Motivo para investigação? Difícil, com os organismos de controle dominados pelo capitão do Estado. Não há como sublimar as evidências: a imunização vem sendo abertamente sabotada desde a primeira hora pelo presidente. Ele atua como adversário dos esforços para conter o avanço da doença. Faz de tudo um pouco e reitera a ideia de caos, cada vez que é contrariado por medidas de controle da enfermidade. Para um governo abominável, aliar-se ao vírus sempre foi a sua melhor opção. Ao menos deixa entender isso.

 

*IstoÉ

Quinta-feira, 03 de fevereiro 2022 às 17:21