Tema
foi abordado ontem em reunião da executiva. Expulsão dos infiéis fica para
Comissão de Ética
O
PMDB deve antecipar para o início do próximo ano a eleição para o diretório
estadual. A decisão foi tomada ontem(10) em reunião da direção do partido, que
contou com a presença de todos os membros da executiva e que deveria deliberar
sobre a expulsão de rebeldes da legenda. Segundo o presidente regional da
sigla, deputado Samuel Belchior, a eleição da nova direção deve ocorrer até
fevereiro de 2015. Na sequência, os diretórios municipais também devem ser
renovados. De acordo com o presidente, a intenção é dar novo fôlego ao partido
para as eleições municipais, cujas disputas devem ocorrer em todos as 246
cidades do Estado, e, consequentemente, fortalecer a legenda para o pleito de
2018.
As
eleições dos diretórios estavam marcadas para dezembro, mas a Executiva
Nacional do PMDB decidiu prorrogar os mandatos dos diretórios nacional,
estaduais e municipais do partido até o próximo ano. Ofício circular assinado
pelo presidente nacional, Michel Temer, foi encaminhado às representações
peemedebistas de todo o País, dando conta da decisão, justificada pelo
andamento do processo eleitoral e a proximidade das datas entre o pleito e as
eleições dos diretórios. Pelo documento, os mandatos dos presidentes municipais
poderiam ser estendidos até 31 de agosto de 2015, e os dos presidentes
regionais, até 31 de outubro.
Ao
deixar a reunião de ontem, que durou cerca de três horas, Samuel agradeceu a
oportunidade de ficar mais tempo na direção do partido, mas disse que a
renovação é necessária e que deve começar a planejar, de imediato, o chamamento
dos membros do partido para as convenções. Segundo ele, ainda não há candidatos
declarados ao cargo. “Mas eu tenho certeza que, num partido do tamanho do PMDB,
não vai faltar candidatos”, afirmou. Segundo todos os participantes do
encontro, a renovação dos diretórios foi o tema central da reunião, que teria
tratado superficialmente da expulsão dos membros infiéis, que declararam apoio
ao governador Marconi Perillo (PSDB) no pleito de outubro.
Expulsões
serão analisadas por comissão de ética
A
expulsão de membros do PMDB que teriam sido infiéis às deliberações da sigla
durante as eleições estaduais foi, segundo os presentes, tema secundário no
encontro ocorrido ontem. A questão tem sido tema de divergência dentro da
legenda, dividida entre o grupo que apoia a expulsão sumária e o grupo que
defende diálogo e reconciliação. Na turma dos que defendem a expulsão, o
deputado estadual Luis Carlos do Carmo chegou ao encontro pregando a fidelidade
dos companheiros e a reorganização do partido. Com discurso mais duro, o
deputado estadual eleito José Nelto comparou os infiéis a Judas (Iscariotes,
personagem bíblico). “Ninguém perdoa traição”, pontuou.
Daniel
Vilela, Leandro Vilela e Pedro Chaves defenderam o diálogo e julgaram que a
expulsão pode contribuir para o enfraquecimento da legenda. “Muitos já vinham
expondo seu posicionamento antes do processo eleitoral”, considerou Leandro,
sobre membros do partido que foram contrários ao lançamento de Iris Rezende
para a disputa. Deputado federal eleito, Daniel Vilela disse que a debandada de
integrantes não foi responsável pela derrota do partido nas urnas. Para ele, a
sigla deve trabalhar para recuperar os membros infiéis e adotar linha
programática de apresentação de projetos de políticas públicas. “Quem quer
retomar projeto de vitória não pode pensar em caça às bruxas”, disse.
Ao
deixarem a reunião, os membros da executiva e os deputados eleitos confirmaram
que a questão sobre o expurgo dos infiéis será analisada pela comissão de ética
do partido. Segundo José Nelto, no entanto, a sinalização é que a expulsão se
confirme. Embora o tema tenha sido tratado de maneira cautelosa na saída da
reunião, durante o encontro o que se ouviu do lado de fora foram exposições
exaltadas. “O que houve lá dentro foi uma verdadeira lavagem de roupa suja”,
confessou um dos participantes. Questionado sobre os gritos ouvidos do lado de
fora da sala de reuniões, Nelto disse ser normal o confronto de ideias. “Em
política tem choro e grito mesmo”, disse.
A
deputada federal Iris Araújo, que não conseguiu se reeleger nas últimas
eleições, saiu da reunião sem comentar as deliberações da executiva, mas
confessou ter pedido o desligamento do cargo. Ela deixou o local cerca de uma
hora antes do fim do encontro partidário. (F.G.)
Terça-feira,
11 de outubro, 2014
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