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13 de março de 2023

CORRUPÇÃO NÃO REDISTRIBUI RENDA

 

Na Folha de S. Paulo de domingo (12/03), reportagem de Flávio Ferreira, Artur Rodrigues e Mateus Vargas destaca que o governo Lula assinou contratos de altos valores com indícios de que culminaram com a formação de um cartel. O fato é que se o preenchimento de cargos administrativos fornece recursos para os indicados, sobretudo o Centrão, verifica-se que tal composição para assegurar maioria no Congresso ao Executivo, no fundo contribui para aumentar a concentração de renda no país, neste caso de forma ilegítima, agravando assim sob todos os aspectos o problema social brasileiro.

 

Isso porque, afastando-se a indispensável condenação ética e moral, o produto da corrupção, como sempre acontece, beneficia largamente o “andar de cima”, expressão criada por Elio Gaspari. E o andar de cima não tem nada a ver, muito menos deseja, que a renda se desconcentre no país. Ao contrário. Quanto mais cresce, mais aumenta a força de pressão de deputados e senadores da corrente sobre parcelas do eleitorado.

 

O processo assim é profundamente negativo e obstaculiza dor para que se encontre um ponto de convergência entre o capital e o trabalho, ponto de convergência na verdade inspirado nos sólidos princípios do cristianismo que atravessa os séculos e até dois milênios sem que influa no relacionamento humano. A concentração de renda, por outro lado, na medida em que cresce, influi cada vez mais na pressão sobre o consumo. Além de tudo, ela desapropriou concentradamente o poder de compra dos assalariados.

 

Como exemplo, podemos citar a iniciativa do presidente Lula destinada a conceder um reajuste de 9% aos servidores públicos federais. Na mensagem que acompanha a proposição está assinalado que o funcionalismo não recebeu um reajuste sequer pelo menos nos últimos cinco anos, enquanto a inflação do IBGE no mesmo período alcançou 25%.

 

Em 2023, o índice inflacionário de fevereiro foi de 0,8%. O acumulado no ano, em dois meses, significa uma soma de 1,3%, sendo que para as classes de menor renda, os grupos mais carentes, o peso da correção da moeda foram muito maiores em termos percentuais, pois nesses grupos sociais o peso da alimentação é muito mais expressivo do que para as outras faixas de renda, que aliás são poucas no país. Basta dizer que os que recebem mais de cinco salários mínimos são 12% da força de trabalho. Nesse universo, tudo continua como estava.

*Ti

Segunda-feira, 13 de março 2023 às 10:27


     

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