O delegado
Waldir Soares se diz lesado com o tratamento dado a alguns pré-candidatos, que,
segundo ele, chegaram a invadir seu colégio eleitoral
Aparentemente,
o clima não é de fogo amigo somente no PMDB. Uma informação de que alguns
pré-candidatos à Câmara dos Deputados da base governista estariam insatisfeitos
e foi confirmado por deputados da base. Alguns parlamentares e pré-candidatos
estariam reclamando que o ex-secretário da Secretaria de Estado de Gestão
e Planejamento (Segplan)
Giuseppe Vecci (PSDB) estaria invadindo seus colégios eleitorais. O delegado,
suplente e pré-candidato a deputado Waldir Soares se diz decepcionado com
o que vê na base.
Segundo
o delegado, não só Vecci como também o ex-secretário da Indústria e
Comércio Alexandre Baldy (PSDB), o ex-secretário da
Saúde Antônio
Faleiros (PSDB) e o ex-presidente da Agência de Habitação (Agehab) Marcos
Abrão (PPS) têm algumas regalias que ele e os outros candidatos não têm. “Estou
dentro do PSDB e sendo tratado como um estranho”, reclama. Waldir falou de
forma intensa de Marcos Abrão, dizendo que o ex-presidente da Agehab continua
exercendo alguns papeis que é do atual secretário, Luiz Antonio Stival
Milhonens. “Ele que fica entregando cheque-moradia, cheque-reforma,
inclusive na Região Noroeste, que é onde tenho grande parte dos meu eleitores.”
Waldir
ainda sustenta que o PSDB Jovem e o PSDB Metropolitano estão “trabalhando
escancaradamente para Marcos Abrão”. “Fica impossível disputar com esses caras,
com a máquina do governo. Da mesma forma que Marconi se sentiu traído por
Alcides eu me sinto traído”, disse Waldir.
O
pré-candidato se diz injustiçado com a situação, afirmando que políticos de
fora do PSDB têm mais destaque que ele, que está dentro da sigla. De acordo com
ele, Thiago Peixoto é uma dessas pessoas privilegiadas em detrimentos de
tucanos. “Ele veio do PMDB e é mais bem tratado que nós que estamos no PSDB [há
anos]”, reclama, dizendo que o deputado foi colocado secretário da Educação.
Waldir
Soares sustenta que não tem reconhecimento, mesmo tendo levado ao PSDB, de
acordo com ele, 40 mil votos. O delegado explica que quando voltou de Brasília,
pediu para ficar em uma delegacia na Região Noroeste, mas o colocaram na
delegacia de trânsito. “O lugar onde me colocaram é famoso entre os delegados
como o lugar em que o delegado vai para ser punido, porque é horrível”,
desabafou. O pré-candidato afirma que quando começou a se destacar em seu
trabalho, tendo visibilidade à nível nacional, o retiraram do local. “Eu
me destaco muito e acabo sendo um perigo real para outros candidatos. Eu tenho
o povo, isso preocupa os adversários políticos”, sustenta.
Já
o deputado federal Valdivino de Oliveira (PSDB), questionado se essa invasão
por parte de alguns deputados a colégios eleitorais de fato existia, disse que
enxerga tudo com muita naturalidade. “A eleição para deputado federal é
difícil. Cada um busca seu espaço, e um sempre tem mais poder que outro”,
explica. O tucano sustenta que não se preocupa com essas questões,
partindo do princípio que, de acordo com ele, possui eleitores mais
fidelizados.
Questionado
se saberia de uma reunião que teria ocorrido na última segunda-feira (26/5)
para discutir essas questões que estariam causando desconforto entre os
candidatos à Câmara dos Deputados da base governista, Valdivino afirmou que
conversas ocorrem constantemente. “Nós estamos em Brasília juntos, sempre
falamos sobre diversas questões nos intervalos entre uma votação e outra.”
Por Sarah Teófilo- Jornal Opção online.
Sexta-feira, 30 de maio, 2014.