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Amigos SP

25 de junho de 2022

ESCÂNDALO DO MEC COMPROVA QUE BOLSONARO INTERFERE NAS INVESTIGAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL

 

Esse escândalo do Ministério da Educação mostra a que ponto chega a desfaçatez dessas autoridades no “novo normal” brasileiro. Mesmo depois da confusão armada em abril de 2020, quando o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, pediu demissão e denunciou a interferência do presidente da República em investigações da Polícia Federal, nem mesmo assim Jair Bolsonaro resolveu mudar de atitude.

 

Após negar infantilmente que as reuniões do Ministério fossem gravadas, o chefe do governo foi obrigado a divulgar o video em que, aos palavrões, afirmava ser inaceitável haver investigações “para foder a família e os amigos”. Foi uma vergonha para o governo e o país, mas Bolsonaro não liga para essas formalidades, seu único objetivo é continuar no poder.

 

Seria de se esperar que o presidente da República mudasse de atitude, mas aconteceu exatamente o contrário. Além de continuar interferindo na Polícia Federal, ampliou esse comportamento ilegal para usar – em benefício próprio, da família e dos amigos – também a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o Gabinete de Segurança Institucional e a Agência Brasileira de Inteligência, inclusive com reuniões deliberativas realizadas acintosamente no Planalto.

 

Portanto, tudo o que está escrito neste artigo é rigorosamente verdadeiro e inquestionável. Essa atividade ilegal do presidente e do governo está inteiramente documentada, foram atos praticados em agenda oficial e se tornaram públicos e notórios, sujando a imagem do chefe do governo e da alta burocracia civil e militar.

 

Em qualquer país civilizado, haveria impeachment, processos e prisões. Mas no Brasil? Quem realmente se interessa, nesses três apodrecidos Poderes? É como se nada tivesse acontecido.

 

Agora, mais um capítulo da novela sobre interferência do presidente na Polícia Federal e em outros órgãos de investigação e controle. Um grampo telefônico do Ministério Público Federal, instalado para desvendar o escândalo das propinas dos pastores no MEC, acabou por apontar mais provas da interferência do presidente Jair Bolsonaro nas investigações federais, conforme o então ministro Sérgio Moro denunciara em 2020,

 

A gravação mostra o ex-ministro Milton Ribeiro contando a uma filha que o presidente Bolsonaro lhe alertara sobre a possibilidade de uma operação de busca e apreensão.

 

“Hoje o presidente me ligou. Ele está com um pressentimento, novamente, de que podem querer atingi-lo através de mim”, disse Ribeiro a uma filha, no último dia 9 de junho. “Ele acha que podem querer fazer uma busca e apreensão em casa. É muito triste”, declarou o ex-ministro.

*Tribuna da internet

Sábado, 25 de junho 2022 às 11:12

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