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Amigos SP

15 de maio de 2020

HACKERS ACESSAM SISTEMA DO EXÉRCITO E VAZAM EXAMES DO PRESIDENTE



Um grupo de hackers invadiu o sistema de informações do Exército e divulgou na internet quatro exames médicos feitos pelo presidente Cristionario no Hospital das Forças Armadas entre junho de 2019 e janeiro de 2020. Em todos esses testes, o mandatário se identificou com seu nome de batismo, ao contrário do que fez com os exames para covid-19, quando alega ter usado pseudônimos. Os resultados entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira, 12, deram negativo para a doença.

A informação do ataque cibernético foi publicada pelo site da revista Época na tarde de quinta-feira, 14, e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo. O Exército ainda está avaliando a dimensão do problema.

Bolsonaro já afirmou publicamente que usa codinomes para fazer exames desde 2010. “O que eu faço nos últimos 10 anos, pra não ter dúvida? Eu já tive receita de farmácia de manipulação. Eu sempre falei com o médico, ‘bote o nome de fantasia porque pode ir pra lá, ‘Jair Bolsonaro’, já era manjado, principalmente em 2010, quando comecei a aparecer muito, né; Alguém pode fazer alguma coisa esquisita. E assim foi em todo exame que eu faço tem um código”, disse em 28 de abril.

Em nota, a Força informou que “foram adotadas providências imediatas para mitigar eventuais consequências”. Após a conclusão de uma investigação “serão desenvolvidas as ações técnicas e legais necessárias”, segundo o Exército.

Uma conta de Twitter com o nome DigitalSp4ce, que reivindica o ataque hacker e foi suspensa no meio da tarde, foi postada a seguinte mensagem: “Somente após meses o presidente resolveu mostrar seus exames, isso intrigou nosso grupo, resolvemos ir atrás e invadimos o Banco de Dados do hospital onde foi realizada a coleta, e adivinhem? Nada comprova que foi feita tal coleta, nem mesmo com pseudônimo. ”

Ao encaminhar laudos dos seus exames de coronavírus ao STF na noite de terça-feira, o presidente usou pseudônimo. Em dois laudos, os nomes são de outras pessoas, mas o CPF e a data de nascimento são de Bolsonaro. Num terceiro teste, ele é chamado apenas de “paciente 5”, sem citar nenhum número de documento.

“Para a realização dos exames foram utilizados no cadastro junto ao laboratório conveniado Sabin os nomes fictícios Airton Guedes e Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz, sendo preservados todos dados pessoais de registro civil junto aos órgãos oficiais”, diz ofício assinado por Rui Yutaka Matsuda, comandante logístico do Hospital das Forças Armadas, onde os dois primeiros testes foram feitos.

Os exames de Bolsonaro só foram divulgados após o jornal O Estado de S. Paulo entrar na Justiça pedindo acesso a eles, alegando que a saúde do presidente em meio à pandemia do novo coronavírus se trata de informação de interesse público. O presidente já havia anunciado os resultados negativos em redes sociais, mas se recusava a mostrar os laudos. Bolsonaro entrou com recursos para evitar que a decisão judicial fosse cumprida.

*Estadão Conteúdo

Sexta-feira, 15 de maio, 2020 ás 11:00

14 de maio de 2020

IBANEIS DECRETA O FECHAMENTO DE HOSPITAIS DO DF PARA PACIENTES DO ENTORNO


O governador Ibaneis Rocha decidiu decretar o fechamento dos hospitais públicos do Distrito Federal a pacientes de cidades de Goiás localizadas no entorno.

Ele contou que tem procurado a Secretaria de Saúde de Goiás para fechar um convênio de cooperação, para atendimento a pacientes do entorno, mas as tentativas têm sido frustradas pelo silêncio goiano.

“Espero que o governador de Goiás não abandone os moradores do entorno”, disse Ibaneis, que decidiu propor esse tipo de convênio aos municípios do entorno. “Estamos à disposição para ajudar os prefeitos, inclusive com a testagem de casos de covid-19”, mas as ambulâncias serão mandadas de volta.

Seu objetivo, segundo disse, é acabar com a “ambulanciaterapira”, fenômeno que há anos sobrecarrega os hospitais do DF. É que, em vez de investirem em unidades públicas de saúde, os prefeitos investem em ambulâncias com objetivo de transferir os doentes para Brasília.

Neste momento, pacientes do entorno ocupam 11 leitos de enfermarias de observação e outros 5  em UTIs. (DP)

Quinta-feira, 14 de maio, 2020 ás 11:00   


11 de maio de 2020

IMBECILIDADE AD INFINITUM: A SITUAÇÃO É INSUPORTÁVEL



Vivi para ver as imagens, em Brasília, de um grupo de moristas de verde-amarelo sendo xingado de petralhas e comunistas por um grupo de bolsonaristas também de verde-amarelo. Óbvio, quem não suspeitava, Sérgio Moro era um infiltrado para destruir a direita, corroendo-a por dentro. Tem sua lógica, né? Os últimos anos da história brasileira parecem escritos pelo roteirista de Black Mirror. Sinto-me permanentemente no interior de uma série da Netflix. Não é possível tanto surrealismo… Aliás, é possível, sim. O surreal é o novo real.

O fato é que o País não aguenta mais. Os brasileiros estão morrendo e a gente continua submetida à tortura cotidiana das cenas de um bando de imbecis a defender o indefensável, um presidente que, em vez de administrar a nação, a está matando. Vejo esses sujeitos vociferando e tento aplicar anos de denso conhecimento e estudo em sociologia para procurar conceitos que me ajudem a entendê-los. Há dias em que desisto de entender. Só há um conceito: imbecilidade, mas uma imbecilidade elevada à enésima potência, em superlativo, ultraimbecilidade, hiperimbecilidade, imbecilidade ad infinitum.

Nem queria escrever sobre eles desta vez, mas meu sangue ferve. O fato é, amigos, que devemos entender que há um grupo (e não é pequeno) de bolsonaristas que apoiará Bolsonaro até as últimas consequências. Gente que não só compartilha seu projeto político, se não muito mais. Tem uma adesão emocional, psicológica com ele. O bolsonarismo não é política, é uma forma de estar no mundo, uma forma de entender o mundo e se entender no mundo. Compartilham seu ethos. O bolsonarismo é religião, fé, afeto, opção de vida, união, grupo, coletivo, é tudo. Para eles, negar Bolsonaro é negar a si próprios. São movidos afetivamente pelo ódio e a destruição do alheio. São os misóginos, os racistas, aqueles que odeiam tudo quanto não conseguem entender, pois, no fundo, são seres limitados, pequenos, de uma mediocridade fatal. Estes eu os considero inimigos, porque desejam a nossa aniquilação simbólica e até física. Com estes não há conversa. É luta, e pronto. Não há como dialogar com quem me quer morta ou silenciada.

Pensemos nos demais. Na maioria. Vamos manter o foco em combater os fascistoides e disputar a política com os outros, aqueles que votaram em Bolsonaro, mas não têm esse pendor ao ódio, que votaram por decepção, por antipolítica, por antipetismo, pela Lava Jato, por desesperança, que hoje estão arrependidos sem saber para onde ir politicamente. Com os fascistoides não há diálogo. Com o resto deve haver, obrigatoriamente, se quisermos sair deste poço. Estes são órfãos políticos e afetivos. Não encontraram o que procuravam em Bolsonaro e estão à espera de onde o encontrarão.

O impeachment é uma obrigação política e moral, mas não devemos só retirar o monstro do poder. Devemos criar as possibilidades sociais do diálogo, as pontes necessárias para construir um novo consenso social. Devemos não só buscar fórmulas de consenso institucional, mas também de consenso social. É imperativo entender que há muita gente que depositou sua esperança em Bolsonaro e que hoje estaria disposta a dar as costas a ele, mas não encontra uma alternativa real. Devemos construir essa alternativa, devemos ser a alternativa.

Não é suficiente bloquear Bolsonaro institucionalmente se não construirmos esse consenso social, se não colocarmos sobre a mesa alternativas políticas com as quais a população se sinta confiante. Não adianta pensar que temos as melhores soluções para esta crise se não conseguirmos nos comunicar com a população. Não faz sentido pensar que a opção progressista seria a melhor para os mais excluídos e vulneráveis se não formos capazes, por exemplo, de dialogar com os evangélicos periféricos que ainda apoiam Bolsonaro. Devemos criar redes, caminhos, palavras, gestos de aproximação. Se não o fizermos, chegarão outros monstros.

Basta, não dá mais. Bolsonaro extrapolou todos os limites. Havia aquele que imaginávamos que ele ultrapassaria e quem não ousava imaginar. A verdade é que há muito tempo não dá mais. A situação é insuportável. Uma vergonha histórica. Uma ignomínia, uma desonra que o Brasil carregará como um fardo durante muito tempo. Vamos botar a mão na massa, vamos ao trabalho, vamos ao diálogo com a maioria. É possível, é necessário, é urgente.

É para ontem.

*Carta Capital

Segunda-feira, 11 de maio, 2020 ás 15:00