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Amigos SP

10 de junho de 2016

IGREJA UNIVERSAL É CONDENADA A PAGAR R$ 4 MILHÕES POR CONTRATAÇÃO DE PMS



A Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada pela 10º Vara do Trabalho de Goiânia, por contratar policiais militares para realizar serviços de vigilância e transporte de valores. Além disso, a sentença prevê que a entidade pague indenização de R$ 4 milhões, por danos morais coletivos. A condenação é resultado de uma ação civil pública (ACP) promulgada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de Goiás.

O MPT após ouvir depoimentos e coletar provas sobre o caso, constatou que a igreja costumava contratar PMs para fazer a segurança de seus estabelecimentos e efetuarem o transporte de valores dos templos para as instituições bancárias. As ações apontam que a intenção da entidade era aumentar os rendimentos dos policiais com os chamados “bicos” em seus horários de folga, sem ter que realizar pagamentos de direitos trabalhistas e os demais encargos que são estabelecidos para vigilantes, contratados por meio de empresas especializadas, como determina a lei.

Ainda de acordo com o MPT, após o levantamento de dados de outros MTPs e Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), houve a observação de que haviam várias sentenças em outros estados, condenando a mesma instituição por praticar o mesmo tipo de irregularidade.

Inicialmente, a Universal recebeu uma proposta de assinar um termo de ajustamento de conduta, que foi negada, sendo necessário recorrer à Justiça do Trabalho para regulamentação das ilegalidades.

A sentença prevê que a Igreja Universal Reino de Deus seja proibida de contratar PMs para exercer atividades relacionadas à segurança privada e de realizar o transporte de valores, sob pena de pagamento de R$ 50 mil por contrato irregular. A decisão é válida para todas as unidades da igreja em território nacional. Além disso, a entidade está condenada a pagar o valor de R$ 4 milhões por danos morais coletivos. Cabendo recurso à decisão.

Ainda de acordo com a sentença, “a prestação de serviços à ré é realizada em dias de folga dos policiais, nos quais deveriam estar usufruindo pleno descanso, ou dedicando-se a família ou ao lazer, a fim de garantir sua higidez física e mental. Os períodos de descansos, por meio de escalas, visam a recuperação das energias despendidas na atividade de segurança, notoriamente estressante. Trata-se de um direito irrenunciável do trabalhador, voltado a preservar sua dignidade e o valor social do trabalho.”

O despacho é da juíza auxiliar Viviane Silva Borges e é válido em todo o território nacional, exceto nos estados da Bahia, Maranhão e Rondônia, onde já existem ações da mesma natureza em trâmite.

A sentença da magistrada foi embasada no artigo 22 do Decreto-Lei nº 667/1969 determina que “ao pessoal das Polícias Militares, em serviço ativo, é vedado fazer parte de firmas comerciais, de empresas industriais de qualquer natureza ou nelas exercer função ou emprego remunerados”.

Os Estatutos Estaduais dos Policiais Militares também exigem dedicação integral dos agentes. Conforme reiterado em diversas decisões judiciais, o objetivo da proibição é possibilitar o efetivo exercício do policiamento, que deve ser feito de forma comprometida, atenta, vigilante, concentrada e eficaz, a fim de combater a criminalidade.

Por: Yana Maia-DM

Sexta-feira, 10 de junho, 2016

8 de junho de 2016

A VERBA FÁCIL DA MILITÂNCIA DA TV BRASIL E DA BLOGOSFERA PETISTA




 Já faz um tempo que o jornalista Reinaldo Azevedo recuperou uma velha expressão caipira para falar da quantidade de encrencas criadas pelo governo do PT, que aparecem aos montes conforme a imprensa e o Ministério Público vão procurando, ou melhor, vão dando suas enxadadas. É impressionante o quanto os companheiros aprontaram nesses anos de poder. Mas a cada enxadada vai aparecendo também muito dinheiro. Surge nas perdas terríveis causadas pela incompetência, pela roubalheira, no achaque e na propina. E aparece também na dinheirama que sai dos cofres públicos para os entusiasmados defensores do governo do PT e seu projeto de poder. É um gasto impressionante.

O próprio Reinaldo Azevedo havia revelado no final de maio os salários pagos na TV Brasil, esse elefantaço branco criado pelos petistas. A audiência é um traço, mas é altíssimo o custo para cofres públicos: R$ 1 bilhão por ano. A emissora não tem telespectadores, mas o objetivo da TV Brasil não era propriamente a audiência. O negócio sempre foi o de angariar simpatias. Um desses profissionais da simpatia é Aderbal Freire Filho. Ele andou recentemente organizando atos de apoio a Dilma entre a classe artística e tem na TV Brasil pelo menos um bom motivo para gostar do PT. Fazia na emissora um programa semanal sobre teatro chamado “A Arte do Artista”. Para isso recebia R$ 68 mil mensais. Aderbal é casado com a atriz Marieta Severo, que andou dando um exaltado apoio ao PT no “Domingão do Faustão”.

Outro que ganhava muito bem na TV Brasil é Luís Nassif. Seu programa era também semanal, o "Brasilianas. org." pelo qual faturava anualmente R$ 761 mil, o que dava mais de R$ 63 mil por mês. Ou R$ 15.750 por programa. Já o jornalista Paulo Moreira Leite tinha um contrato anual de R$ 279 mil, para fazer um programa de entrevistas também semanal de nome “Espaço Público”. Todos esses programas eram de pouquíssima produção, como acontecia também com Emir Sader, que mantinha um contrato anual de 182 mil para fazer comentários. Outra comentarista política, Tereza Cruvinel, tinha um contrato anual de 182 mil.

Muito confortável "defender uma causa" desse jeito, não é mesmo? E a mamata na TV Brasil não foi o único caso revelado depois do afastamento de Dilma Rousseff. Nesta terça-feira foi divulgada a previsão de verba anual que seria liberada para blogs e sites que defendem a presidente afastada Dilma Rousseff e servem também para ataques à oposição. São 11 milhões de reais em publicidade de ministérios e estatais, como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O presidente interino, Michel Temer, conseguiu bloquear R$ 8 milhões do montante previsto a ser pago até dezembro. Deixam de receber recursos sites como Diário do Centro do Mundo e Brasil 247, e o blog Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, além do blog O Cafezinho, o site Pragmatismo Político e o blog de Esmael Moraes, do Paraná. Os contratos na TV Brasil foram rescindidos e foi cortado esse gasto imoral com penas alugadas para bater em adversários e bajular quem paga, usando dinheiro público. O governismo profissional do PT começa a ser eliminado. É um bom começo, que se tiver continuidade pode mudar para melhor a comunicação do Governo Federal.

Por: José Pires

Quarta-feira, 8 de junho de 2016

2 de junho de 2016

QUEM SÃO OS GOLPISTAS?




Li a entrevista da presidente afastada Dilma Rousseff publicada na Folha do último domingo (29). Creio que ela não compreendeu ainda por que é alvo de um processo de impeachment. A corrupção de seu governo e do governo Lula é ignorada em sua fala e não há qualquer menção às suas causas.

O maior assalto às contas públicas da história teve por núcleo a destruição da Petrobras, da qual foi presidente do Conselho de Administração. Dilma foi ainda ministra de Minas e Energia (governo Lula) antes de chegar à Presidência da República. Em outras palavras: ou foi conivente ou fantasticamente incompetente ao não ter detectado anos e anos de saques ao Tesouro Nacional e a suas empresas.

Em resolução divulgada após o afastamento de Dilma, os dirigentes petistas lamentaram o fato de não terem alterado as estruturas da Polícia Federal, do Ministério Público e das Forças Armadas, assim como o financiamento da imprensa.

Não modificaram porque não puderam, pois são instituições do Estado, não do governo, e a imprensa é livre. A corrupção do governo petista foi detectada por tais órgãos, que não estão subordinados ao Planalto.

Na referida entrevista, Dilma alega que todos os problemas do país -o desemprego de 11 milhões de brasileiros, os desmandos do Bolsa Família (muitos desvios detectados pelo Tribunal de Contas) e da reforma agrária (muitos políticos tendo recebido terras), a queda vertiginosa do PIB e a estrondosa superação da meta da inflação (muitos pontos acima do teto)- são decorrentes de fatores externos.

Em nenhum momento reconhece o que de fato ocorreu: não soube dialogar com o Congresso nem apresentar projetos consistentes.

Comenta a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que gravou conversas com líderes do PMDB sobre a possibilidade de controlar a Lava Jato, sem mencionar o número de delações em que seu nome e o do presidente Lula estão envolvidos. Também nada disse sobre as prisões do tesoureiro de seu partido (João Vaccari Neto) e do marqueteiro de sua campanha (João Santana).

É, portanto, uma entrevista regada a cinismo -além de ódio ao também pouco confiável presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha-, na qual a tese do golpe volta.

Quem são os golpistas? Os 367 deputados e 55 senadores que votaram pela abertura do processo de impeachment? Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal? O constituinte, que aprovou os artigos 85 e 86 da Constituição, acerca dos crimes de responsabilidade do presidente da República?

Ou ainda o Superior Tribunal de Justiça e os Tribunais Regionais Federais, que consideram ser a culpa grave (deixar roubar) um ato de improbidade administrativa? O Parlamento, que aprovou lei na qual a "omissão" é ato de improbidade?

O Instituto dos Advogados de São Paulo e o colégio de todos os Institutos de Advogados do Brasil publicaram livro, inclusive com trabalho do relator da Constituição, Bernardo Cabral, em que 21 renomados juristas mostram os inúmeros atos de improbidade administrativa praticados, dos quais só um serviu de base
para o impeachment (os textos estão disponíveis no site www.iasp.org.br/livros/impeachment ).

O conselho federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ingressou com um pedido de impeachment, ainda pendente na Câmara, com a descrição de outros atos de improbidade não constantes da petição acolhida. É uma acusação muito mais ampla.

A tentativa, pois, de desfigurar a democracia brasileira no exterior, dizendo que é golpe, mas sem citar o nome dos golpistas, é profundo desserviço à nação, além de violação à Lei de Segurança Nacional.

Lamento que a presidente afastada, em vez de se defender, procurando explicar toda a imensa corrupção de seu governo, tente desfigurar os fundamentos da democracia brasileira, cujas instituições funcionam em estrita obediência à lei e à Carta da República.

Ives Gandra da Silva Martins é Professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo e Unifmu, do CIEE/'O Estado de S. Paulo, da Eceme, da ESG e da Escola da Magistratura do Tribunal Regional Federal - 1ª região

Artigo publicado originalmente na Folha de S. Paulo.

Quinta-feira, 02 de junho, 2016