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5 de outubro de 2017

PRESIDENTE DO SEBRAE COBRA BENEFÍCIOS DO REFIS PARA PEQUENAS E MICROEMPRESAS

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, defendeu em discurso, na cerimônia de lançamento de crédito para pequenas e microempresas, no Planalto, a necessidade de ser estendido a esse segmento os mesmos benefícios dados às grandes e médias empresas no programa de refinanciamento de dívidas, o Refis, aprovado pela Câmara, que chegou a 90% de redução nos juros e 70% nas multas.

“Vamos exigir o que está escrito na Constituição, que as pequenas e micro têm direito a tratamento diferenciado e tratamento diferenciado não é beneficiar os grandes e prejudicar os pequenos”, desabafou ele, ao lembrar que no ano passado as micro e pequenas não conseguiram esse tipo de desconto na discussão sobre refinanciamento porque a área econômica disse que não poderia fazer isso. Agora, lembrou, foram concedidos benefícios bem mais benevolentes aos grandes e médios, que ele quer estender e ampliar para os seus liderados, sob pena de “judicializar a questão”.

O presidente Michel Temer, em sua fala, depois de ouvir o apelo de Afif, não se comprometeu a atender ao pleito, mas reconheceu que o atendimento a esse segmento da economia tem de ser diferenciado, conforme prevê a Constituição, e avisou que vai conversar sobre o tema. “Há um preceito constitucional que manda prestigiar a micro e pequena empresa e temos feito isso ao longo do tempo”, afirmou. “Você deu uma ideia que vamos conversar sobre ela para, mais uma vez, prestigiar o micro e pequeno empreendedor. Vamos conversar para prestigiar o pequeno e o microempreendedor”, prosseguiu Temer.

“Temos números que dão a dimensão dos pequenos negócios do Brasil, que, aliás, de pequeno, não tem nada. São milhões de brasileiros que dedicam seus recursos, sua energia, sua criatividade à geração de empregos e temos de prestigiar os que são, estes sim, os campeões nacionais de empregos, que são os pequenos e microempresários”, observou Temer em seu discurso. Ao final da cerimônia, questionado se ia atender ao pleito, Temer não respondeu.

Já o presidente do Sebrae, em entrevista ao final da cerimônia, ao ser questionado se vai pressionar o governo para atender à sua demanda, primeiro explicou que, no caso dos micro e pequenos, essa concessão deverá ser feita por lei complementar e não Medida Provisória, como foi a das grandes. Informou também que a iniciativa pode ser do Congresso, não precisando ser do Executivo, diferentemente do Refis, aprovado na Câmara.

Sobre a fala do presidente Temer, que foi cauteloso e evitou bater o martelo no atendimento do pedido, Afif comentou: “como Temer é um constitucionalista (quando Afif defendeu a extensão), ele logo entendeu que os micro e pequenos terão tratamento diferenciado. Mas, na hora que vem a MP totalmente diferente, beneficiando os grandes, muito distante do que não foi dado antes para os pequenos, cria um choque e isso precisa ser corrigido urgentemente”. Em seguida, ele avisou que vai “exigir” essa equidade e que, “se não houver, a questão poderá até mesmo ser judicializada”. (AE)

Quinta-feira, 05 de outubro, 2017 ás 00hs05

4 de outubro de 2017

PRESIDENTE DO TSE TEM ESTUDO SOBRE FRAGILIDADES DE CANDIDATURA AVULSA




O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, afirmou nesta terça (3), que irá apresentar à Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) um estudo da área técnica do TSE mostrando o que define como “problemas” em relação à possibilidade de a Corte dar aval a candidaturas de pessoas sem partidos políticos em eleições. A ação que trata deste tema, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, está pautada para julgamento nesta quarta.

“Pedi um estudo ao TSE, aos colegas da área técnica, para mostrar os problemas que há nesse tipo de proposta. Vários problemas, inclusive no que diz respeito a toda a legislação de distribuição de Fundo Partidário e tudo o mais. Talvez entregamos ainda hoje ou amanhã de manhã”, disse Gilmar Mendes, sem se alongar sobre o material que será apresentado.

O relator, Luís Roberto Barroso, não abriu para conhecimento público a proposta que apresentará em relação a esta ação, que é de autoria de um advogado que tentou se candidatar à prefeitura do Rio de Janeiro em 2016, mas teve o registro negado. No entanto, a expectativa no Supremo é que Barroso apresente uma tese que permite as candidaturas avulsas, como são chamadas as de pessoas não ligadas a partidos.

Mendes logo em seguida criticou o que interpreta como de tentativas de reescrever a constituição, algo que ele costuma dizer que ministros da Corte estão fazendo. Embora não cite nomes, a referência, no caso, é ao relator da ação, Luís Roberto Barroso.

“Queremos reescrever a Constituição? Ótimo. Podemos fazê-lo? Em que sentido? Podemos fazê-lo aqui? Todas essas perguntas nós temos de fazer. Do contrário, viramos uns tipos assanhados, engraçados, vamos acabar nos Trapalhões”, disse Gilmar.

Foro

Gilmar Mendes criticou também a proposta de limitar o foro privilegiado, que conta com todos os quatro votos proferidos até agora no julgamento sobre o tema no Supremo, já iniciado, mas interrompido por um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes.

“Como a questão do foro, vocês são apaixonados pelo foro. A questão de ‘acabar com o foro’. E aí você vai dar para o juiz de primeiro grau a possibilidade de prender o parlamentar, de fazer busca e apreensão, de fazer interceptação telefônica, veja tudo isso é convite para crise. E a gente já sabe que não vai dar certo. Por isso que eu digo que eu sou um mau profeta, porque tudo que eu falo acaba acontecendo”, disse Gilmar Mendes. (AE)

Quarta-feira, 04de outubro, 2017 ás 00hs05

3 de outubro de 2017

RELATOR ENXUGA TEXTO PARA TENTAR APROVAR PROJETO DA REFORMA POLÍTICA




Em uma última tentativa de aprovar novas regras para as eleições de 2018, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) enxugou o projeto da reforma política e apresentou um texto ao plenário da Câmara nesta segunda-feira, 2, de apenas 14 páginas. A última versão divulgada tinha 49 laudas.

Pelo acordo que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenta costurar, o plenário vai tentar votar nesta terça-feira, 3, tanto o projeto que cria o fundo público que veio do Senado quanto essa versão mais enxuta do relatório do deputado petista.

A proposta de Maia é que os deputados votem o texto do Senado na íntegra, com a garantia de que o presidente Michel Temer vetará pontos que não agradou à Câmara, como a forma de distribuição do fundo entre os partidos e a permissão para que os recursos do Fundo Partidário sejam usados apenas nas eleições majoritárias.

Na semana passada, Maia já tentou selar esse mesmo acordo, mas não obteve sucesso. Nesta segunda, partidos como o PR, PRB e Podemos continuaram apresentando resistência a essa ideia e não descartam obstruir a votação nesta terça-feira.

Para que as novas regras valham para as eleições de 2018, elas têm de ser aprovadas pelo Congresso esta semana e serem sancionadas até o dia 7 de outubro.

Relatório

O texto apresentado por Vicente nesta segunda traz regras para regulamentar o fundo do projeto do Senado, como uma nova forma de distribuir os recursos entre os partidos.

O relator também manteve no texto os limites de gastos para as campanhas. Um candidato a presidente da República, por exemplo, poderá gastar no máximo R$ 70 milhões. Em 2014, a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff custou R$ 350 milhões e do senador Aécio Neves, que também concorreu à Presidência, R$ 216,8 milhões.

Pelo texto de Vicente, uma campanha de governador vai poder custar, no máximo, R$ 21 milhões; a de senador, R$ 5,6 milhões; a de deputado federal, R$ 2,5 milhões; e a de deputado estadual, R$ 1 milhão.

O projeto também estabelece um teto de doações de pessoas físicas, que não poderão ultrapassar 10% do rendimento bruto do doador, limitado a dez salários mínimos para cada cargo em disputa. Na prática, em 2018, uma pessoa vai poder doar, no máximo, cerca de R$ 50 mil.

A proposta traz ainda regras para o chamado "autofinanciamento". Quem concorrer a cargo majoritário poderá utilizar recursos próprios em sua campanha até o limite R$ 200 mil; já o candidato ao cargo de deputado (federal ou estadual) poderá doar até 7% do limite de gastos determinado para cada campanha.

O relator também manteve regras que beneficiam os partidos, como a permissão para parcelar em até 60 vezes o pagamento das multas e ter um desconto de até 90% se o pagamento for feito a vista.

Vicente, no entanto, retirou temas polêmicos do texto, como a proibição de divulgar pesquisas eleitorais na semana da eleição e a chamada habilitação prévia de candidaturas. (AE)

Terça-feira, 03 de outubro, 2017 ás 11hs00