O
presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira (6/02), que se trata de
“vergonha na cara”, e não de um ato de “populismo”, sua recente crítica ao
preço dos combustíveis. Ele disse que faz “papel de otário”, já que a Petrobrás
reduz o preço médio da gasolina e do diesel nas refinarias, mas, segundo ele, a
diferença não é repassada para o consumidor.
Nesta
quarta-feira, 5, Bolsonaro desafiou os governadores e afirmou que zera os
tributos federais (Cide e PIS/Cofins) sobre os combustíveis se eles zerarem o
ICMS. Após a declaração, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que se
tratava de “populismo” do presidente e “uma tentativa de transferir a
responsabilidade” do problema para os Estados.
Ao
ser questionado pelo jornal O Estado de São Paulo como compensar a perda na
arrecadação dos Estados com a medida, Bolsonaro disse que “o problema é deles (governadores)
”. “Não estão reclamando que eu devo diminuir o meu? Vamos diminuir de todo mundo.
”
O
presidente voltou a falar do assunto na quinta-feira ao ser questionado se
trabalharia para melhorar a relação com governadores. Além de Doria, ele se
referiu ao governador Wilson Wetzel, do Rio de Janeiro, que também foi
criticado na entrevista.
“Chega
de esse povo sofrer. Isso não é demagogia. Os dois governadores que estão me
criticando… Isso não é populismo, não. Isso é vergonha na cara. Ou você acha
que o povão está numa boa? Todo mundo feliz da vida com o preço do gás, com o
preço da gasolina, preço de transporte? ”, disse o presidente.
Bolsonaro
também disse que não tem a “mesma plumagem” dos dois governadores e que é pobre
perto deles. “Eu sei que eu sou um cara diferente de alguns políticos que temos
no Brasil. Eu sou um cara pobre, miserável. Se bem que eu sou mais rico que 98%
da população. Eu sei disso, mas perto desses caras eu sou pobre e parece que
meu cheiro não faz bem para eles. Minha plumagem é diferente da deles”, disse o
presidente.
O
presidente defende há meses mudanças na cobrança do ICMS sobre combustíveis.
Para ele, o tributo deveria ser cobrado nas refinarias, e não no ato da venda
no posto de combustível, como ocorre atualmente.
“Quanto
é que vai baixar na bomba para o consumidor? Zero. Então eu estou fazendo papel
aqui de otário. Se bem que eu não interfiro na Petrobrás. Eu não vou ligar para
o Castello Branco (Roberto, presidente da estatal): ‘Ó, não baixa mais’. Eu não
interfiro na Petrobrás”, declarou.
No
domingo passado, 2, pelas redes sociais, Bolsonaro anunciou que enviará ao
Congresso um projeto para que o ICMS tenha um valor fixo por litro. A ideia do
presidente encontra resistência por parte de governos estaduais, já que
causaria impacto sobre a arrecadação dos Estados, efeito indesejado
principalmente neste momento de crise.
(As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.)
Sexta-feira,
07 de fevereiro, 2020 ás 12:00