Depois
de sancionar a criação da figura do juiz de garantias no pacote anticrime,
contrariando o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o
presidente Jair Bolsonaro declarou na noite da quinta-feira (26/12), que o
ex-juiz federal tem feito um “trabalho excepcional” na pasta e que, se ele for
candidato a presidente em 2022, “não tem problema”. Embora tenha admitido
diversas vezes que pretende disputar a reeleição, o presidente citou em uma
transmissão ao vivo em seu perfil no Facebook a possibilidade de não ser
candidato.
“Eu
ouço o Moro, já discordei do Moro no passado, ele sabe disso, quando discutimos
a questão do armamento, já discordei dele como já discordei de outros ministros
também. Acho que a taxa de concordância é em torno de 95%, tá indo muito bem.
Moro tem um potencial enorme, ele é adorado no Brasil, pessoal fala dele vir
candidato a presidente. Se o Moro vier, que seja feliz, não tem problema, vai
estar em boas mãos o Brasil. Eu não sei se vou vir candidato em 2022 ou não, se
estiver bem pode ser que eu venha, se não estiver, estou fora”, disse o
presidente.
Pesquisa
VEJA/FSB divulgada no início de dezembro mostra Moro com 32% das intenções de
voto no primeiro turno quando ele é considerado como o candidato do governo ao
Palácio do Planalto. Bolsonaro aparece com o mesmo número, mas o desempenho do
ministro é superior ao do presidente em um hipotético segundo turno contra o
ex-presidente Lula, opositor mais bem colocado no levantamento. Em entrevista a
VEJA na semana passada, Bolsonaro declarou que uma chapa composta por ele e
Moro seria “imbatível”.
Ainda
sobre 2022, Jair Bolsonaro declarou que há “milhares de pessoas melhores” que
ele para disputar uma eleição e criticou o que chamou de “joguinho de fogo
amigo para entregar [o governo] para a ‘esquerdalha’, como a Argentina fez”.
Alvo
de críticas de parte de seu eleitorado, mais especificamente os lavajatistas,
por ter sancionado a criação do juiz de garantia apesar da posição contrária de
Sergio Moro, Bolsonaro não deu certeza sobre a entrada em vigor da medida e
disse que não houve nenhum acordo com o Congresso para vetar este ponto do
pacote anticrime aprovado pelos parlamentares.
“Eu
não fiz nenhum trato com ninguém sobre vetar o juiz de garantias. É um absurdo
eu falar ‘vocês aprovam aí que eu veto aqui’. Isso é um contrassenso. Só uma
pessoa que não tem caráter pra falar uma coisa dessa. E tem alguns
parlamentares falando uma barbaridade dessas, querendo se eximir do que a
Câmara aprovou. Se foi bom ou não o juiz de garantia, não interessa, interessa
é que aquele parlamentar trabalhou contra ou a favor”, afirmou o presidente.
Proposta
por uma emenda do deputado oposicionista Marcelo Freixo (PSOL-RJ), a figura
jurídica do juiz de garantias vai acompanhar de perto as investigações de um
processo, incluindo a decretação de prisões preventivas, por exemplo, mas não
terá autoridade para julgar o caso em questão. No vídeo, Bolsonaro negou que a
sanção da medida vai criar despesas e disse que ela fará parte do orçamento do
Judiciário.
“O
juiz de garantia, se entrar em vigor, eu não sei se vai entrar em vigor, se te
prejudicar, é simples: não vota mais em mim. Afinal de contas, se eu fizer 99
coisas favoráveis a vocês e uma contra, vocês querem mudar, daí muda,
paciência, o direito é de vocês e sempre agi assim. Lógico que estou preocupado
com o voto do eleitor, preocupado em fazer o bem para o próximo, agradar, mas
não posso ser escravo de todo mundo, muita gente defende o juiz de garantia”
completou. (Veja)
(61) 99-8190-2070
Sexta
- feira, 27 de Dezembro, 2019 ás 11:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário