A
participação dos jovens na vida pública está sendo estimulada, ou, pelo menos,
está crescendo. Foi, por exemplo, alvo de campanha do Tribunal Superior
Eleitoral, que lançou, em junho, a ação “Eu na Prefeitura, Eu na Câmara”, com
foco nas eleições municipais de 2020.
A
iniciativa teve o objetivo de incentivar o público jovem a participar ainda
mais das discussões políticas da sua cidade. Por isso, solicitou que jovens
entre 16 e 25 anos, participassem ativamente da campanha, gravando um vídeo (na
horizontal) de no máximo 30 segundos, respondendo às seguintes perguntas: “O
que não funciona na sua cidade? E o que você faria se fosse eleito vereador(a)
ou prefeito(a) para mudar isso?”
O
Brasil conta com 1.310.194 jovens eleitores com voto facultativo (16 e 17
anos). E o que pensam da maior participação política dos jovens pré-candidatos
que vão enfrentar as urnas pela primeira vez?
Hanleryo
Arantes (PTC), de 37 anos, ex-secretário executivo da juventude de Aparecida de
Goiânia, se descompatibilizou justamente para tentar sua carreira política.
Ele, que trabalhou por sete anos na Câmara dos Deputados, viu crescer a vontade
da participação política direta. Por isso, tenta a Câmara Municipal da cidade
da região metropolitana.
“Enquanto
secretário percebi a realidade da juventude de Aparecida e percebi que, de
fato, eles precisam de alguém que o represente. Consegui enxergar”, diz. “É
importante essa reoxigenação. Estamos em um momento da nova política, o jovem
precisa assumir essas responsabilidades. Acredito muito que uma oportunidade de
um jovem muda uma geração inteira”, aponta.
Apesar
de evocar a “nova política”, Hanleryo acredita na força dos partidos políticos
e diz ter sido bem recebido no PTC, sigla a qual integra. Ele salienta que o
jovem tem no coração uma revolta, com a política, com o sistema, e com o
Brasil. Assim, a tendência é que ele se afaste da chamada política
institucional. Ao participar, acaba estimulando outro jovem acaba mudando a
realidade.
“A
realidade é que se o jovem participando da política acaba sendo melhor
assistido. Se o jovem não se aproximar, outras classes ou faixas etárias acabam
se aproximando”, avalia.
Paulo
Henrique, conhecido como Paulo Henrique da Farmácia, servidor público de
carreira tenta a Câmara Municipal de Goiânia como uma maneira de mudar a
política. Já que acredita que ela só muda “de dentro para fora”. Segundo ele,
as pessoas boas devem começar a participar da política.
“A
política está desacreditada. Nós temos que começar a participar para fazer
política mais sadia, sem corrupção”, diz. “Tem que ter renovação e mente
aberta, para ajudar as pessoas e melhorar a cidade. Jovens vêm com garra e
força”, diz.
Paulo
Henrique diz que há certo acanhamento dos partidos para estímulo dos jovens.
Mas com a mudança da legislação, que proíbe coligações, a participação será
essencial.
O
empresário Onomar Novais, de 42 anos, também estreia como candidato a vereador
por Aparecida de Goiânia. Ele também enfatiza que o tempo é de mudança e
observa que a percepção entre a população do município a renovação na Câmara
será grande. Com isso, será oportunidade de fazer política mais moderna.
Onomar
acredita que os grandes partidos estão dominados por grandes personalidades que
não permitem tanta renovação. Mas que a renovação será grande, o que pode
culminar com menor relevância dessas siglas maiores.
(Com
O jornal Opção)
Domingo,
16 de agosto, 2020 ás 12:30
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