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16 de agosto de 2020

RENOVAÇÃO E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA SÃO TENDÊNCIAS PARA ELEIÇÕES MUNICIPAIS



A participação dos jovens na vida pública está sendo estimulada, ou, pelo menos, está crescendo. Foi, por exemplo, alvo de campanha do Tribunal Superior Eleitoral, que lançou, em junho, a ação “Eu na Prefeitura, Eu na Câmara”, com foco nas eleições municipais de 2020.

A iniciativa teve o objetivo de incentivar o público jovem a participar ainda mais das discussões políticas da sua cidade. Por isso, solicitou que jovens entre 16 e 25 anos, participassem ativamente da campanha, gravando um vídeo (na horizontal) de no máximo 30 segundos, respondendo às seguintes perguntas: “O que não funciona na sua cidade? E o que você faria se fosse eleito vereador(a) ou prefeito(a) para mudar isso?”

O Brasil conta com 1.310.194 jovens eleitores com voto facultativo (16 e 17 anos). E o que pensam da maior participação política dos jovens pré-candidatos que vão enfrentar as urnas pela primeira vez?

Hanleryo Arantes (PTC), de 37 anos, ex-secretário executivo da juventude de Aparecida de Goiânia, se descompatibilizou justamente para tentar sua carreira política. Ele, que trabalhou por sete anos na Câmara dos Deputados, viu crescer a vontade da participação política direta. Por isso, tenta a Câmara Municipal da cidade da região metropolitana.

“Enquanto secretário percebi a realidade da juventude de Aparecida e percebi que, de fato, eles precisam de alguém que o represente. Consegui enxergar”, diz. “É importante essa reoxigenação. Estamos em um momento da nova política, o jovem precisa assumir essas responsabilidades. Acredito muito que uma oportunidade de um jovem muda uma geração inteira”, aponta.

Apesar de evocar a “nova política”, Hanleryo acredita na força dos partidos políticos e diz ter sido bem recebido no PTC, sigla a qual integra. Ele salienta que o jovem tem no coração uma revolta, com a política, com o sistema, e com o Brasil. Assim, a tendência é que ele se afaste da chamada política institucional. Ao participar, acaba estimulando outro jovem acaba mudando a realidade.

“A realidade é que se o jovem participando da política acaba sendo melhor assistido. Se o jovem não se aproximar, outras classes ou faixas etárias acabam se aproximando”, avalia.

Paulo Henrique, conhecido como Paulo Henrique da Farmácia, servidor público de carreira tenta a Câmara Municipal de Goiânia como uma maneira de mudar a política. Já que acredita que ela só muda “de dentro para fora”. Segundo ele, as pessoas boas devem começar a participar da política.

“A política está desacreditada. Nós temos que começar a participar para fazer política mais sadia, sem corrupção”, diz. “Tem que ter renovação e mente aberta, para ajudar as pessoas e melhorar a cidade. Jovens vêm com garra e força”, diz.

Paulo Henrique diz que há certo acanhamento dos partidos para estímulo dos jovens. Mas com a mudança da legislação, que proíbe coligações, a participação será essencial.

O empresário Onomar Novais, de 42 anos, também estreia como candidato a vereador por Aparecida de Goiânia. Ele também enfatiza que o tempo é de mudança e observa que a percepção entre a população do município a renovação na Câmara será grande. Com isso, será oportunidade de fazer política mais moderna.

Onomar acredita que os grandes partidos estão dominados por grandes personalidades que não permitem tanta renovação. Mas que a renovação será grande, o que pode culminar com menor relevância dessas siglas maiores.

(Com O jornal Opção)

Domingo, 16 de agosto, 2020 ás 12:30


14 de agosto de 2020

EM 10 DIAS ANVISA DEVE RECEBER PEDIDO DE REGISTRO DE SOROS DE CAVALOS



Nos próximos cinco a dez dias, será encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pedido do grupo de pesquisadores de várias instituições científicas para continuidade do projeto que desenvolve um produto à base de soros de cavalos para o tratamento da covid-19. A informação foi dada sexta-feira (14/8), pelo coordenador do projeto, Jerson Lima Silva, do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ao longo da próxima semana, os pesquisadores vão pedir à Anvisa uma reunião oficial sobre o projeto que envolve também o Instituto Vital Brazil (IVB), o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Jerson Lima Silva disse que a Anvisa está correta ao destacar que sem o pedido de condução de estudo ou de registro de produto feito a partir do soro de equinos para tratamento da covid-19 não é possível para a Agência fazer qualquer avaliação ou pronunciamento em relação à qualidade, segurança e eficácia desse produto. De acordo com a Anvisa, não é possível também fazer qualquer afirmação sobre expectativa de aprovação e de tempo antes que haja uma solicitação formal sobre o produto em questão.

Silva afirmou que o encaminhamento do pedido e sua aprovação são condições essenciais para que sejam iniciados os testes clínicos com pacientes com diagnóstico confirmado de covid-19 que estejam internados, mas não se encontram em unidades de terapia intensiva. Os testes vão comparar quem recebeu o tratamento com quem não recebeu. Esses estudos clínicos serão efetuados em parceria com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor).

Os trabalhos dos pesquisadores foram iniciados em maio deste ano com cavalos do Instituto Vital Brazil (IVB) e confirmaram que soros produzidos por equinos para o tratamento da covid-19 têm, em alguns casos, até 100 vezes mais potência em termos de anticorpos neutralizantes do vírus gerador da doença.

A função da Anvisa é avaliar os pedidos de registro e autorizações de estudos apresentados pelos laboratórios farmacêuticos que têm interesse em colocar seus medicamentos e vacinas no Brasil. A avaliação da Agência tem foco na qualidade, segurança e eficácia, que são os requisitos fundamentais para qualquer medicamento ou vacina. Segundo a Anvisa, desde o início da pandemia do novo coronavírus, foram editadas pelo órgão várias medidas que “dão prioridade total para qualquer medicamento ou vacina que tenha como foco o enfrentamento da covid-19”.

As solicitações de autorização de estudo clínico (teste em humanos) têm sido avaliadas pela Anvisa no prazo de 72 horas. Para conseguir esse prazo, são realizadas reuniões com as empresas e é acionado o comitê de avaliação de estudos clínicos, registros e mudanças pós-registro de medicamentos para prevenção ou tratamento da covid-19, que é uma estrutura interna da Anvisa, informou a assessoria de imprensa da Agência. (ABr)

Sexta-feira, 14 de agosto, 2020 ás 14:00



12 de agosto de 2020

PARANÁ QUER A VACINA RUSSA; SAIBA COMO ESTÁ A CORRIDA PELA IMUNIZAÇÃO



A vacina desenvolvida pelo Instituto Gamaleia, batizada de Sputnik 5, foi anunciada ontem cercada de desconfianças pela comunidade científica mundial, mas já tem interessados no Brasil. O governo do Paraná está trabalhando em um acordo de parceria para a implementação do medicamento anunciado pelo presidente Vladimir Putin, tanto que, hoje, realiza uma reunião técnica com representantes russos para avançar nas negociações. Entretanto, tudo precisa ser referendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que também compartilha das dúvidas sobre o agente imunizador anunciado em Moscou.

A conversa com o país sobre a possível participação, porém, tem cerca de 20 dias. De acordo com a assessoria de imprensa do governo paranaense, no encontro de hoje devem estar presentes um representante do Palácio Iguaçu e um do Instituto Técnico do Paraná. Pelos russos, é esperada a presença do embaixador Sergey Akopov e sua equipe. “O encontro é para definir os termos de um possível acordo entre as partes, e será coordenado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior”, informou o governo, em nota. A expectativa é que se definam os requisitos técnico-científicos, delimitando os termos a serem seguidos. De acordo com a assessoria, isso inclui respeitar as normas brasileiras e ter a aprovação da Anvisa.

Ao Correio, o Ministério da Saúde afirmou estar atento aos estudos e a “todas as vacinas em desenvolvimento e garante que, assim que tiver acesso à vacina comprovadamente eficaz contra a covid-19, os brasileiros terão acesso a ela”. Em 4 de agosto, a pasta esteve com representantes do Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF) para tratar da vacina. No mesmo dia, mais cedo, também foram feitas tratativas com responsáveis pela farmacêutica chinesa Sinopharm. O governo federal vem recebendo representantes de empresas que têm interesse em trazer a medicação.
Sem registro

A vacina russa ainda não está no rol de processos aguardando autorização da Anvisa e nenhum pedido de protocolo de pesquisa ou de registro chegou para os técnicos –– também não há solicitação de qualquer entidade ou parceiro dos desenvolvedores. Por isso, não há estimativa para que os protocolos saiam neste mês, pois as análises levam pelo menos 30 dias, levando em conta a celeridade do processo devido à crise de saúde.

“A Anvisa tem a função de avaliar os pedidos de registro e autorizações de estudos apresentados pelos laboratórios farmacêuticos com interesse em colocar seus medicamentos e vacinas no Brasil. Tem foco na segurança e eficácia, que são os requisitos fundamentais para qualquer medicamento ou vacina”, salientou, em nota.

As solicitações de autorização de estudo clínico vêm sendo avaliadas pela Anvisa em 72 horas. Mas, para conseguir este prazo, são realizadas reuniões com a empresas e o Comitê de Avaliação de Estudos Clínicos, Registros e Mudanças Pós-Registros de Medicamentos para Prevenção ou Tratamento da Covid-19. Sem nenhum pedido, a Anvisa afirma que não há como fazer avaliação da candidata, nem tampouco se pronunciar em relação a segurança e eficácia do produto russo. A cautela, para especialistas escutados pelo Correio, é necessária, apesar da urgência.

“Como qualquer estudo científico, esse trabalho de vacina também tem que ser publicado para poder ter algum tipo de análise. Não é questão de ser ruim ou não, de ter efeito adverso. É questão de não saber”, explicou o infectologista Alberto Chebabo. O fato de a vacina ser aprovada na Rússia não quer dizer que será aprovada no país.

Atualmente, há 120 vacinas em desenvolvimento no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo que seis delas estão entre as mais avançadas (veja quadro). Destas, a Anvisa deu aval a quatro e, com isso, o país pode participar das fases de testes, além de tentar parcerias para negociar disponibilização de doses quando aprovadas.

A corrida para o desenvolvimento da tecnologia é vista como positiva, o que não tira a necessidade de se cumprir as etapas de desenvolvimento que garantam segurança da população, como lembrou o gestor em Saúde da Fundação Getúlio Vargas, Adriano Massuda. “Vejo com muito ceticismo, da mesma forma que lidamos com ceticismo sobre a questão da cloroquina. O ‘pode ser que’ não adianta, é preciso comprovar. Enquanto não se tem uma vacina segura, disponível para toda população, o anúncio precoce é negativo porque causa mais confusão para a população. Por conta disso, é fundamental que as pessoas reforcem os cuidados”, destacou.
A corrida pela imunização

Vacina Oxford-AstraZeneca
Em testes no Brasil, a vacina contra a covid-19 que a universidade e a farmacêutica inglesas estão desenvolvendo tem liberação da Anvisa para a administração de uma dose de reforço para os voluntários do estudo. É considerada uma das mais avançadas para combater o novo vírus.

Vacina Sinovac
No início deste mês, o medicamento desenvolvido pela farmacêutica chinesa começou a ser testada no Distrito Federal. As doses aplicadas fazem parte da fase 3 da pesquisa, o que significa que o produto é seguro e eficaz. A vacina está sendo desenvolvida em conjunto com o Instituto Butantan, de São Paulo, e usa o vírus inativo.

Vacina Sinopharm
O Grupo Nacional Farmacêutico da China também busca um agente contra a covid-19. A vacina está passando por testes clínicos e a estimativa é que durem três meses, de acordo com o que o presidente da Sinopharm, Liu Jingzhen, em entrevista à televisão estatal chinesa CCTV. O diretor executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, duvidou que fique pronta em tão pouco tempo.


Vacina Biontech-Pfizer
O resultado da parceria germano-americana é considerado em estágio avançado e começou a fazer testes clínicos, em grande escala, no final de julho. As empresas desenvolveram a vacina chamada BNT162, da Biontech, baseada em mRNA para prevenção da doença.

Vacina Moderna Inc.
No final de julho, o laboratório Moderna Inc. afirmou que iniciou o estágio final dos testes da vacina em uma candidata. De acordo com a empresa americana, a expectativa é que sejam fornecidas cerca de 500 milhões de doses por ano a partir de 2021. Recebe apoio financeiro do governo dos EUA, que destinou quase US$ 1 bilhão para o projeto.

Vacina Cansino Biologics
Também em estágio avançado, o projeto se mostrou seguro e produziu resposta imunológica, de acordo com a publicação da revista científica The Lancet. É baseada em um adenavírus modificado, sendo mais segura para pessoas mais frágeis, para o vírus não se reproduzir.

Frente repudia relatório

Após o Palácio do Planalto divulgar um relatório associando a quantidade de mortes e de casos de covid-19 aos nomes de governadores e prefeitos, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) repudiou, ontem, a postura do governo federal. Para a entidade, os dados coletados promovem “um confronto federativo”.

“O documento preparado pelo Palácio do Planalto e enviado a parlamentares, com nomes de governantes de cidades que mais têm casos de covid-19, tem o objetivo de imputar responsabilidades, evidenciando o ânimo de apontar culpados”, criticou a FNP, por nota.

A frente entende que, desde o início da pandemia, os gestores locais têm atuado para garantir o cuidado com a saúde das pessoas, com a solicitação do apoio da União para distribuição de medicamentos e equipamentos. No entanto, diz que o governo federal “tem se esquivado das responsabilidades”.

A postura promovida pelo Planalto, segundo o texto da FNP, “além de não promover a harmonia federativa, como previsto Constituição Federal, atrapalha medidas implementadas por prefeitos e governadores para salvar vidas”, acusa, ressaltando que ações coordenadas são as mais eficientes para lidar com a doença.
Listagem
O documento produzido pela Secretaria Especial de Assuntos Federativos (Seaf) usa como base os números da pandemia, divulgados pelo Ministério da Saúde, sábado, quando o Brasil ultrapassou a marca de 100 mil mortos, para vincular os dados a nomes de governadores e prefeitos. Em um dos tópicos do relatório, o governo apresenta o Top 5 de estados que mais registraram casos novos naquele dia. O governador de São Paulo, João Doria, aparece em primeiro, com 13.352 novos diagnósticos da covid-19. Na sequência vêm dos do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, com 4.569; da Bahia, Rui Costa, com 3.509; de Minas Gerais, Romeu Zema, com 3.400; e de Santa Catarina, Carlos Moisés, com 3.167.

Em outro trecho do relatório, há um Top 5 dos estados que tiveram mais mortes e o cinco primeiros municípios com mais confirmações. Neste ranking, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, é o primeiro, com 213.507 ocorrências. Brasília aparece na sequência, com 121.824, mas o documento não incluiu o nome do governador Ibaneis Rocha.

Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro tem criticado os chefes estaduais e municipais por não concordar com as medidas de isolamento social adotadas localmente. Em nota enviada à imprensa, a Seaf disse apenas que o documento tem “o objetivo de monitorar a disseminação da covid-19 nos entes federativos para auxiliar na articulação do governo federal”.

*Correio Brasiliense

Quarta-feira, 12 de agosto, 2020 ás 11:00

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