Um
grupo de Minas Gerais que vazou o gabarito de provas de Ciências Humanas e
Ciências da Natureza do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) foi descoberto em
investigações conjuntas feitas pela Polícia Federal e pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A ação, divulgada
neste domingo pelo Fantástico, da TV Globo, mostra a quadrilha informando as
respostas para candidatos, por ponto eletrônico. Todo o gabarito foi ditado em
menos de 7 minutos.
O
ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que as fraudes descobertas não
colocam em risco o Enem. "O calendário está mantido. As (descobertas de)
fraudes são resultado de uma ação de inteligência articulada entre PF e Inep.
Os responsáveis serão punidos e os candidatos envolvidos na ação fraudulenta,
excluídos."
De
acordo com o delegado que conduziu as investigações, Marcelo Freitas, a
quadrilha teria uma atuação em 3 estados. Duas pessoas foram presas. O
pagamento pelo gabarito variava entre R$ 40 mil e R$ 50 mil. De acordo com a
denúncia, um dos candidatos dispostos a fraudar o Enem foi Antônio Rodrigues,
ex-secretário municipal de Alto Santo (CE), que disputava uma vaga de Medicina.
Trata-se
do segundo vazamento divulgado somente no exame deste ano. Semana passada,
foram identificadas fraudes no Amapá e no Ceará. Na operação, 14 pessoas foram
presas. Com um dos candidatos foram encontrados o tema e o texto da redação
pronto para ser transcrito. Esse mesmo candidato recebeu o gabarito por
celular. A exemplo da fraude divulgada nesta semana, o candidato utilizou um
ponto eletrônico.
As
investigações de PF e Inep estão concentradas em dois grupos, cuja atuação
ocorre nas Regiões Norte e Nordeste. Eles são acompanhados há alguns meses. De
acordo com integrantes do Inep, a estratégia consistia em monitorar os
suspeitos até a prova, para que fosse possível realizar o flagrante e chegar a
outros envolvidos.
Matrícula.
As investigações levam também a fraudes ocorridas em outras edições do Enem.
Está prevista para esta semana uma operação para cancelar a matrícula de um
estudante de Medicina que teria também fraudado o exame e estaria cursando
Medicina em uma faculdade do Sudeste. O aluno ingressou no curso pelo sistema
público de seleção (Sisu). (AE)
Segunda-feira,
13 de novembro, 2016
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