Deputados
planejam apresentar nesta quarta-feira, 16, parecer alternativo ao relatório
oficial do pacote anticorrupção na Câmara com anistia explícita a quem praticou
caixa 2 antes da aprovação do projeto. Segundo parlamentares envolvidos na
articulação, a ideia é aprová-lo na comissão e colocá-lo em votação ainda nesta
quarta-feira no plenário da Casa.
Parlamentares
de diversos partidos, entre eles PT, PC do B, PP e PMDB, estão concluindo o que
se chama de "voto em separado" ao parecer do relator, deputado Onyx
Lorenzoni (DEM-RS). O texto oficial tipifica o crime de caixa 2, com pena de
até dez anos de prisão, mas não prevê explicitamente anistia a quem cometeu a
prática antes da aprovação do projeto. A ideia, então, é apresentar um parecer
alternativo com essa previsão de forma explícita.
Pelo
relatório oficial de Lorenzoni, embora não estivesse explícito, a interpretação
também era de que políticos, partidos e empresários teriam uma espécie de
anistia retroativa ao caixa 2. De acordo com o argumento, se a prática foi
criminalizada, é porque antes não era crime. Além disso, usariam a Constituição
quando diz que a lei não pode retroagir para prejudicar um réu, apenas para
beneficiá-lo. Dessa forma, os envolvidos teriam de fazer esse questionamento na
Justiça.
Caso
não consigam apresentar a tempo o parecer alternativo ou ele seja rejeitado
pela maioria do colegiado, a ideia dos parlamentares é apresentar uma emenda
com o mesmo conteúdo durante a votação no plenário da Casa.
Odebrecht.
Deputados e senadores tentam agilizar a anistia ao caixa 2 para antes da
divulgação da delação premiada da empreiteira Odebrecht, que, de acordo com informações
de bastidores, deve citar cerca de 300 políticos. Os acordos de delação da
empreiteira envolvem mais de 70 pessoas, entre os donos e funcionários da
empresa, e estão na fase final. A expectativa é de que sejam homologados ainda
em novembro.
Nesta
quarta-feira, o procurador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol,
acusou ‘lideranças partidárias’ na Câmara por "manobras" de última
hora para substituir os deputados da comissão que "votariam" a favor
da proposta das 10 Medidas Contra a Corrupção. “Isso é um desrespeito com os
mais de 2 milhões de brasileiros que assinaram o projeto de iniciativa popular.
É um desrespeito com os 200 milhões de brasileiros que querem um processo de
discussão e aperfeiçoamento legítimo no Legislativo”, afirmou o procurador em
seu perfil de rede social.
Segunda
vez. Esta será a segunda tentativa dos deputados de votarem de surpresa uma
anistia a quem praticou o caixa 2. Em 19 de setembro, parlamentares tentaram
votar no plenário da Câmara um projeto nesse sentido gestado nos bastidores.
Após reação contrária de deputados do PSOL e da Rede, a proposta foi retirada
de pauta. Na época, ninguém assumiu a autoria da matéria. O assunto foi, então,
incluído na discussão do pacote anticorrupção enviado pelo Ministério Público
Federal.
Procurado,
o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não se pronunciou
sobre o assunto. Antes, em entrevista coletiva ao chegar à Câmara, ele afirmou
apenas que, assim que a comissão aprovar o pacote, ele poderá ser votado.
"Assim que a comissão aprovar, o parecer vai estar pronto ao plenário, e
vamos votar", disse, sem dizer quando seria essa votação. (AE)
Quinta-feira,
17 de novembro, 2016
GRUPOS PRÓ-IMPEACHMENT TERÃO
ATOS 'FORA RENAN' EM 9 CAPITAIS, DOMINGO
Grupos
pró-impeachment em todo o País uniram-se aos alagoanos para transformar Maceió
na capital nacional dos protestos pela queda do presidente do Senado Renan
Calheiros (PMDB-AL), no próximo domingo (20). As manifestações do “Fora Renan”
serão realizadas na capital alagoana e em mais oito estados.
O
boneco 'Canalheiros' será inflado em frente ao prédio onde mora o senador
Renan, na Ponta Verde, durante o protesto marcado para iniciar às 9h no
Alagoinhas e nas demais capitais. As líderes dos movimentos Vem pra Rua e Fora
Corruptos, Carla Zambelli e Fabrícia Salles, confirmaram presença na
manifestação em Maceió e fizeram a convocação para que as mobilizações se
multipliquem.
“Vou
fazer questão de ir para subir o boneco canalheiros na frente da casa dele.
Vamos bater de frente e pressionar para que coloquemos o mais rápido possível
Renan na cadeia”, disse Zambelli, em vídeo que circula nas redes sociais com
seu relato após relatar os riscos da atuação de Renan contra a Lava Jato.
O
prédio de Renan, localizado no coração do bairro mais nobre de Maceió, já foi
alvo de outro ato de repúdio ao senador alagoano, em agosto de 2015, quando
manifestantes lavaram com água, sabão e vassouras a calçada do edifício.
INIMIGO Nº 1
O
historiador Marco Antonio Villa também divulgou vídeo em que elege Renan
Calheiros como o “Inimigo nº 1 do Brasil”, após Dilma, Lula e Eduardo Cunha. E
alertou para os problemas que o presidente do Senado pode causar para o combate
à corrupção. “Temos que concentrar fogo na figura de Renan Calheiros. Ele é
inimigo do Brasil. Temos que politicamente acabar com Renan Calheiros”, disse
Villa, que é comentarista do Jornal da Cultura, da TV Cultura..
Para
Alessandro Gusmão, coordenador do Movimento Brasil, o “Fora Renan” representa,
na realidade, a indignação dos brasileiros com o foro privilegiado, que permite
ao presidente do Senado a protelação do resultado de 12 investigações a que
responde no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Renan
hoje, é uma caricatura, um símbolo dos malefícios do Foro privilegiado. Não só
por ele está sendo protegido por esse absurdo de nossa legislação, mas pelo
importante cargo que Renan ocupa, como presidente do Senado, segundo cargo mais
importante do país, em total dissonância com o assustador número de inquéritos
que ele responde no STF, sem o menor sinal de andamento. O protesto ‘Fora
Renan’ é um apelo e um grito de inconformismo dos brasileiros com a letargia e
conivência de nossa corte maior, com a injustiça”, resumiu Gusmão.
Quinta-feira,
17 de novembro, 2016
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