Os
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram que vale para todos os
casos do País a decisão da Corte tomada no mês passado, sobre a possibilidade
de execução de penas - como a prisão - após a condenação pela Justiça de
segundo grau.
O
entendimento do STF foi formado em votação concluída na noite desta
quinta-feira, 10, no plenário virtual da Corte, que é uma espécie de plataforma
online onde os ministros se posicionam, entre outras coisas, sobre a aplicação
da repercussão geral em certos casos.
Em
outubro, dos 11 ministros que compõem a Corte, seis votaram pela possibilidade
de cumprimento da pena antes do esgotamento de todos os recursos. Outros cinco
se posicionaram contra a execução da pena antes do chamado trânsito em julgado
- fim do processo penal.
Na
época, o ministro Marco Aurélio Mello destacou que a Corte estava decidindo sobre
a cautelar, não sobre o mérito das ações.
O
ministro Teori Zavascki abriu uma votação online para que os ministros se
pronunciassem sobre a repercussão geral e a reafirmação da jurisprudência da
Corte de permitir a prisão após condenação em segunda instância. Na prática,
com a confirmação da decisão do STF, as instâncias inferiores devem seguir o
entendimento da Corte.
Na
votação realizada no plenário virtual do STF, votaram a favor da reafirmação da
jurisprudência do STF os ministros Teori Zavascki, Edson Fachin, Luiz Fux,
Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e a presidente do STF, ministra Cármen
Lúcia. Todos eles já haviam votado a favor da execução antecipada da pena no
julgamento realizado em outubro.
À
época, os ministros alegaram que a prisão depois do julgamento na segunda
instância era importante para combater a morosidade da Justiça, a sensação de
impunidade e de impedir que um volume grande de recursos seja utilizado para
protelar o início do cumprimento da pena.
Contra
a reafirmação da jurisprudência se posicionaram os ministros Dias Toffoli,
Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
A
ministra Rosa Weber, que havia se posicionado contra a prisão de réus com
condenação em segunda instância, não se manifestou sobre a reafirmação da
jurisprudência no plenário virtual da Corte.
Criminalistas
reclamam que a decisão do STF fere o princípio da presunção de inocência. Por
outro lado, investigadores apontam que caso o STF voltasse atrás no
entendimento, operações como a Lava Jato poderiam ficar prejudicadas, já que
isso desestimularia condenados que temem a prisão a colaborar com a Justiça. (AE)
Sexta-feira,
(11/11/2016 ás 17h:15)
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