O
recém-empossado procurador-geral da República, Augusto Aras, disse quarta-feira
(2/10) que "não há poder do Estado que esteja imune ao Ministério Público
[MP]", e que deve priorizar durante sua gestão o combate “intransigente à
corrupção”.
Em
solenidade de posse na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em
Brasília, Aras, dirigindo-se ao presidente Jair Bolsonaro, presente à
cerimônia, disse que “a sensibilidade e a experiência política de sua
excelência, senhor presidente, sugere na ordem de prioridade das ações do
Ministério Público o enfrentamento intransigente a corrupção”.
Antes,
ele afirmou que o “Ministério Público recebeu da Assembleia Nacional
Constituinte a missão de ser um dos vetores da nacionalidade, permeando sua
atuação junto a todos os poderes e setores da sociedade”. “Não há poder do
Estado que esteja imune à ação do Ministério Público”.
Entre
as operações de combate à corrupção, Aras citou nominalmente a Lava Jato,
elogiando o ex-juiz Sergio Moro, também presente à solenidade, antigo responsável
por julgar os casos da operação, mas que largou a incumbência para assumir o
Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro.
Em
seu discurso, Aras mencionou ainda que a PGR, atendendo às expectativas de
Bolsonaro, que o nomeou, deve “ser um dos melhores instrumentos de
desenvolvimento” para a economia. O novo procurador-geral afirmou também não
ser concebível um MP que seja “contrário à nossa cultura judaico-cristã e
omisso na defesa de nossas riquezas e de nossa gente”.
Bolsonaro
O
presidente Jair Bolsonaro, disse que a escolha por Aras não foi fácil diante
dos nomes que se apresentaram e da qualificação do quadro do MP. “Conversamos
sim muitas vezes, algumas horas, sobre o que eu sonhava e o que vossa
excelência também sonhava”.
Bolsonaro
fez ainda um apelo aos procuradores para que continuem atuando com
independência, altivez e bons propósitos, mas que, se necessário, atuem numa
correção de rumos agora, antes de promover punição futura de eventuais erros.
“É importante investigar, fazer cumprir a lei, mas muitas vezes se nós não
estivermos num caminho não muito certo, que muitas vezes estamos fazendo aquilo
bem-intencionados, que possamos corrigir. Corrigir é muito melhor que uma
possível sanção lá na frente”.
Solenidade
Aras
já havia sido empossado por Bolsonaro para um mandato de dois anos como
procurador-geral da PGR em 26 de setembro, em solenidade no Palácio do
Planalto, e já atua no cargo desde então. Na quarta-feira (2/10), foi realizada
uma nova cerimônia formal na sede da procuradoria, em que autoridades e
convidados cumprimentaram o novo chefe do Ministério Público.
À
noite, está previsto um jantar para 500 pessoas para marcar a ocasião,
financiado por entidades de classe, entre elas a Associação Nacional de
Procuradores da República (ANPR), responsável por elaborar uma lista tríplice
com nomes eleitos pela categoria para o cargo de PGR. O nome de Aras foi
indicado por Bolsonaro em 5 de setembro, mas não fazia parte dessa lista. Por
lei, o presidente da República não é obrigado a indicar alguém da lista.
Nascido
em Salvador em 1958, Aras é mestre em direito econômico pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA) e doutor em direito constitucional pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ele ingressou no Ministério
Público em 1987. (ABr)
Quarta-feira,
02 de outubro ás 18:00
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