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10 de outubro de 2019

Bolsonaro tenta minimizar crise com PSL, mas avalia fusão de nanicos para sair do partido


O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, dia 9, que “por enquanto” permanecerá no PSL e comparou a crise no partido a uma “briga de marido e mulher”. Bolsonaro deu a declaração ao conceder uma entrevista coletiva na qual foi questionado sobre a crise envolvendo o partido ao qual é filiado desde o ano passado.

Nesta terça-feira, dia 8, o presidente disse a um apoiador para “esquecer” o PSL, o que provocou a reação de integrantes da legenda no Congresso Nacional. “Por enquanto, eu continuo [no PSL]. Não tem crise. Briga de marido e mulher, de vez em quando acontece. O problema não é meu. O pessoal quer um partido diferente, atuante. O partido está estagnado. Não tem confusão nenhuma”, afirmou o presidente.

SAÍDA PELA ESQUERDA – “Falei para o garoto: ‘Esquece o PSL’. Por quê? Ele é pré-candidato a vereador e, se começar a falar em partido, é campanha antecipada. Isso que eu falei para ele”, acrescentou. Bolsonaro concedeu uma rápida entrevista coletiva ao deixar o Palácio do Planalto em uma saída lateral, geralmente não utilizada pelo presidente da República, somente por convidados e funcionários.

Antes de conceder essa entrevista, Bolsonaro se reuniu no Planalto com deputados do PSL. Cerca de uma hora depois da entrevista do presidente, o porta-voz de Bolsonaro, Otávio Rêgo Barros, afirmou que ele “não pretende deixar o PSL de livre e espontânea vontade”.

FUSÃO – Apesar disso, Bolsonaro já estuda alternativas para sair do PSL e, como plano principal, aposta na fusão do Patriota com outro partido de menor expressão. O núcleo duro do presidente considera que, dessa forma, será possível que deputados do PSL migrem para a nova legenda sem o risco de perder o mandato.

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) têm conversado com dirigentes de outros partidos e avaliam que a fusão é a solução mais rápida, uma vez que dispensa o recolhimento de assinaturas para a oficialização.

“Quando duas legendas se fundem, aos olhos da Justiça Eleitoral é como se surgisse um novo partido. Com isso, deputados poderiam vir para essa legenda sem necessidade de aguardar a abertura da janela de transferência. A criação de um novo partido, sem fusão, demoraria cerca de um ano, e não podemos esperar. No ano que vem, já temos eleições municipais”, disse um aliado de Bolsonaro, projetando que a fusão levaria entre três e seis meses e que, apesar de incorporar uma legenda, o Patriota continuaria com o mesmo nome.

GARANTIA – Bolsonaro admitiu a deputados em reunião nesta quarta-feira que está decidido a sair da legenda, mas que primeiro quer uma garantia jurídica para que os deputados que o acompanhem na desfiliação ao PSL não percam seus mandatos e que a Justiça possa também congelar os recursos partidários do PSL.

Entre as opções estão a criação de um novo partido, como a UDN, que está prestes a ser criada, ou como o Conservadores, cujo estatuto está sendo produzido por integrantes do PSL, mas que levaria um tempo maior até ser viabilizado porque ainda precisa recolher assinaturas de apoio.

RESSALVAS – Presidente nacional do Patriota, Adilson Barroso afirma que o partido está aberto à fusão para receber Bolsonaro, mas vê a articulação com ressalvas. “Se houver fusão, o próprio grupo do Bolsonaro escolherá o partido com o qual iremos nos fundir. O Bolsonaro está ciente de que o Patriota o ama. Estamos com ele desde que tinha 5% (de intenção de voto em pesquisas). Mas acho que, juridicamente, a fusão não é suficiente para permitir a entrada de políticos com mandato”, disse Barroso.

Uma resolução de 2007 do Tribunal Superior Eleitoral permitia a entrada imediata de políticos com mandato em partidos recém-criados ou fundidos, mas uma lei de 2015 estabeleceu novos critérios e passou a vedar a prática.

STF – Um processo movido pela Rede, que pede a revisão da lei, está em análise no Supremo Tribunal Federal (STF). A então procuradora-geral da República, Rachel Dodge, se manifestou, em abril de 2018, a favor da Rede no processo, mas o plenário do STF ainda não julgou o mérito da questão.

“Mesmo se não houver a fusão, o Patriota está aberto para receber o Bolsonaro. O senador Flávio pode vir sem problemas, já que se elegeu para um cargo majoritário. Já o deputado Eduardo pode argumentar na Justiça que, pela expressiva votação que recebeu, elegeu-se sozinho, sem necessidade dos votos dos demais candidatos do PSL. Isso também o torna dono de seu mandato”, argumentou Barroso.

TEMOR – Em 2017, Bolsonaro quase selou a ida para o Patriota, mas foi demovido da ideia por Gustavo Bebianno, que, insatisfeito com o partido, levou o então candidato à Presidência para o PSL. Bolsonaro cedeu ao apelo de Bebianno por temer que, depois de se filiar ao Patriota, Barroso não levasse sua candidatura adiante e negociasse o apoio do Patriota a um presidenciável de outro partido.

“Como garantia de que isso não aconteceria, assinei um documento me comprometendo a seguir com a candidatura do Bolsonaro. E ofereci a Presidência nacional do partido ao Flávio Bolsonaro, como prova maior da minha intenção. Estive com o Bolsonaro meses atrás e disse a ele que, quem sabe um dia, estaríamos juntos. Talvez essa hora tenha chegado”, disse Barroso.

Fontes do O Globo afirma que, na ocasião, em 2017, Bolsonaro e Flávio chegaram a se desentender: o presidente queria ir para o PSL; o senador, para o Patriota. Siglas como o PHS e PMN são cotadas para eventual fusão com o Patriota. (G1)

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Quinta-feira, 10 de outubro ás 12:00

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