Governadores de pelo menos 14 estados
do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste ameaçaram decretar situação de
calamidade financeira, caso o governo federal não conceda a ajuda de R$ 7
bilhƵes para repor as perdas com os repasses federais. Por cerca de duas horas
e meia, eles se reuniram com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e
pressionaram pela concessĆ£o de um auxĆlio para compensar a queda de receitas.
De acordo com os governadores, o
objetivo é que os 14 estados soltem uma nota conjunta na próxima semana para
alertar o governo federal. Caso a ajuda não seja concedida, eles pretendem
decretar o estado de calamidade financeira, como o Rio de Janeiro fez em junho.
Do Nordeste, apenas CearÔ e Maranhão não tomariam a medida.
Pela proposta apresentada hoje, os
governadores pediram a antecipação de R$ 7 bilhões de recursos da repatriação
(pagamento de tributos sobre recursos mantidos no exterior) que entrarão nos
cofres federais atƩ o fim de outubro. Originalmente, os estados propunham que a
ajuda fosse equivalente à queda total de R$ 14 bilhões nos repasses da União ao
Fundo de Participação dos Estados em 2016 em relação ao ano passado.
AlƩm dos governadores do Norte e do
Nordeste, governadores do Centro-Oeste e do ParanĆ” pediram o pagamento de R$
1,9 bilhão que o governo federal deve ao fundo que garante a reposição das
perdas tributƔrias da Lei Kandir, que isenta as exportaƧƵes de produtos
agropecuÔrios de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Todos os anos, os estados precisam negociar com a União o pagamento da
compensação.
O encontro reuniu governadores do
Distrito Federal e de 16 estados: Acre, AmapƔ, Amazonas, Bahia, CearƔ, GoiƔs,
Mato Grosso, ParaĆba, Pernambuco, ParanĆ”, PiauĆ, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins. Segundo o governador do PiauĆ, Wellington
Dias, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, compareceu à reunião em
solidariedade aos estados do Norte e do Nordeste. Em junho, o estado recebeu
ajuda financeira de R$ 2,9 bilhões da União após decretar estado de calamidade
financeira.
De acordo com Dias, o governo federal
estƔ em dƩbito com os governos do Norte e do Nordeste, que, mesmo com baixo
nĆvel de endividamento, entraram no acordo para renegociar a dĆvida dos estados
com a UniĆ£o. āA economia do meu estado estĆ” crescendo. A receita com ICMS [do
PiauĆ] estĆ” aumentando, o que estĆ” caindo sĆ£o as transferĆŖncias do Fundo de
Participação dos Estados [repasses da União]. O dinheiro que falta ameaça a
saĆŗde pĆŗblica, a manutenção das cadeias. A ajuda federal precisa ser imediataā,
disse.
Segundo o governador da ParaĆba,
Ricardo Coutinho, Meirelles informou que, no momento, a União não tem condições
de conceder o auxĆlio aos estados. De acordo com ele, o ministro informou que a
equipe econÓmica precisa conhecer o montante que entrarÔ com a repatriação para
ver se conseguirĆ” cumprir a meta de dĆ©ficit primĆ”rio ā resultado negativo sem
considerar os juros da dĆvida pĆŗblica ā de R$ 170,5 bilhƵes para 2016.
āO problema todo Ć© que, neste paĆs,
quem fez o dever de casa, se endividou menos, cortou gastos, diante de uma
crise de trĆŖs anos em que o PIB [Produto Interno Bruto] caiu 7%, a maior
depressĆ£o econĆ“mica que esse paĆs jĆ” viu, se vĆŖ hoje na condição de que todo
trabalho feito corre o risco de ser perdido por falta de um auxĆlio que se faz
necessĆ”rioā, advertiu Coutinho. (AGr)
Quarta-feira, 14 de setembro, 2016
PAUTA
TRABALHISTA MARCARĆ PRIMEIRA SESSĆO DE CĆRMEN LĆCIA NA PRESIDĆNCIA DO STF
A primeira sessão de julgamentos da
ministra Carmen LĆŗcia na presidĆŖncia do Supremo Tribunal Federal (STF) serĆ”
dedicada a pautas relacionadas aos direitos dos trabalhadores. Na sessão de
hoje (14), prevista para começar às 14h, estão pautados nove processos, que
tratam de hora extra para mulheres, responsabilidade dos órgãos públicos sobre
trabalhadores terceirizados e jornada de trabalho de bombeiros civis.
No primeiro julgamento, a Corte vai
julgar a validade de uma norma da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que
determina, em caso de jornada extraordinÔria, descanso obrigatório de, no
mĆnimo, 15 minutos para mulheres antes do inĆcio da prorrogação do horĆ”rio.
Participam da ação a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e a
Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
TambƩm estƔ na pauta do plenƔrio a
obrigatoriedade do governo de assumir questƵes trabalhistas de empresas
terceirizadas. Em BrasĆlia, por exemplo, Ć© comum empresas prestadoras de
serviços de limpeza em órgãos públicos decretarem falência e deixar os
funcionƔrios sem receber salƔrios.
A terceira ação trata da carga horÔria
estabelecida pela bombeiros civis e foi protocolada pela Procuradoria-Geral da
República. A procuradoria defende alteração na jornada, estabelecida na lei
especĆfica da categoria, que definiu 12 horas de trabalho por 36 de descanso.
Na segunda-feira(12), ao tomar posse
na presidência do Supremo, Carmen Lúcia defendeu a transformação do JudiciÔrio
para atender às demandas do cidadão. (ABr)
Quarta-feira, 14 de setembro, 2016
APĆS CRĆTICAS,
PT FAZ RESTRIĆĆES A DILMA NO COMANDO DA PERSEU ABRAMO
A possibilidade de a presidente
cassada Dilma Rousseff presidir a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, foi
criticada, na noite desta terça-feira, durante reunião entre o ex-presidente
Luiz InÔcio Lula da Silva e as bancadas do partido na Câmara e no Senado.
O presidente do PT, Rui Falcão,
convidou Dilma para substituir MÔrcio Pochmann à frente da Fundação, mas muitos
na legenda não gostaram da ideia. Até mesmo Lula disse, segundo relato dos
presentes, que Dilma precisa entender que a fundação é um "colegiado"
e lÔ ela terÔ de ouvir opiniões, não podendo mandar sozinha.
Questionado pelo Estado após a
reuniĆ£o, realizada num hotel em BrasĆlia, FalcĆ£o nĆ£o quis tecer comentĆ”rios
sobre a nova polĆŖmica. "Eu convidei e ela aceitou", afirmou o
presidente do PT. Quando era presidente da RepĆŗblica, Dilma sempre foi alvo de
crĆticas de petistas, para quem ela nĆ£o ouvia ninguĆ©m, nem mesmo Lula.
Treze dias após o Senado aprovar o
impeachment de Dilma, o PT também jÔ se prepara para discutir a apresentação de
um programa com alternativas para o Brasil.
Apesar de decidir por uma oposição
implacƔvel ao governo comandado por Michel Temer, o partido quer fazer um
contraponto Ć gestĆ£o dele e mostrar que tĆŖm propostas para o PaĆs.
"Precisamos nos preparar para voltar ao governo, e temos de reforƧar o
PT", afirmou Lula, de acordo com relato dos participantes do encontro.
"Nós saĆmos desse processo andando, de cabeƧa erguida", disse o
deputado Wadih Damous (PT-RJ), numa referĆŖncia Ć queda de Dilma com a
preservação de seu direito de ocupar cargos públicos.
Em fevereiro, quando completou 36
anos, o PT lançou um plano nacional de emergência em que criticava o ajuste
fiscal sob Dilma e propunha a criação de um Fundo Nacional de Desenvolvimento e
Emprego, com o uso de parte das reservas internacionais. à época, o partido jÔ
dizia que vivia uma "encruzilhada entre o passado e o futuro".
Lula ouviu deputados e senadores
preocupados com as campanhas municipais, no momento em que o PT enfrenta sua
maior crise. Mesmo assim, a avaliação foi a de que a cassação do deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) provocarĆ” grande estrago no governo e na base aliada de
Temer, uma vez que ele ameaƧa fazer delaƧƵes premiadas envolvendo atƩ mesmo
ministros.
Quarta-feira, 14 de setembro, 2016
PRESIDENTE DO
TSE GARANTE ELEIĆĆES LIMPAS: URNAS SĆO INVIOLĆVEIS
Depois de a PolĆcia Federal deflagrar
operação contra um grupo que ameaçava fraudar urnas eletrÓnicas, o presidente
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, garantiu nesta terƧa-feira,
13, em nota, que a realização das eleições no próximo mês "continua
segura" e que a urna Ć© "um equipamento que tem se mostrado
inviolƔvel".
A PolĆcia Federal deflagrou na manhĆ£
desta terƧa-feira a Operação ClĆstenes contra um grupo que prometia fraudar
urnas eletrƓnicas nas eleiƧƵes municipais de 2016.
Foram cumpridos trĆŖs mandados de
prisĆ£o preventiva, dois em BrasĆlia (DF) e um em Xangri-lĆ” (RS), e trĆŖs
mandados de condução coercitiva, em Xangri-lÔ, Canoas (RS) e Piripiri (PI),
além de cinco mandados de busca e apreensão, em Canoas, Xangri-lÔ, Goiânia (GO)
e dois em BrasĆlia.
"Vale ressaltar que as atitudes
dessas pessoas não colocam em risco o pleito eleitoral, uma vez que, eles são
investigados por estelionato. Portanto, a votação no próximo dia 2 de outubro,
além de garantida, continua segura como foi até hoje, desde a criação da urna
eletrƓnica", escreveu o ministro, em nota divulgada pela assessoria de
imprensa do TSE.
De acordo com Gilmar Mendes, a
operação da PF deixa claro que "a segurança da urna não foi violada".
O ministro destacou ainda que a atuação dos policiais ocorreu no mesmo dia em
que as urnas começam a ser carregadas com o sistema de votação, sem, portanto,
a possibilidade de alteraƧƵes.
"A JustiƧa Eleitoral recebeu a
notĆcia da operação com muito pesar e alerta para que candidatos e cidadĆ£os nĆ£o
caiam em golpes como esse. A urna Ć© um equipamento que tem se mostrado
inviolÔvel e todo o processo de votação é extremamente seguro. Em 20 anos de
história da urna, não houve uma fraude sequer no processo eleitoral
brasileiro", ressaltou o ministro. (AE)
Quarta-feira, 14 de setembro, 2016
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