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26 de novembro de 2014

MENSAGEM


Que 2015 seja melhor que 2014 para todos, com fé em Deus chegaremos lá.

Por: Socorro Pires.

Quarta-feira, 26 de novembro, 2014.

QUEM FICA SENTADO NA ZONA DE CONFORTO, TEM EXATAMENTE O QUE MERECE!

Oi Gente!! Estava aqui pensando nas mudanças pelas quais passamos no decorrer da nossa vida e em como elas podem nos afetar positiva ou negativamente, dependendo apenas da nossa postura.

Andei relendo muitos arquivos antigos aqui no blog, lá daquela época em que eu vinha aqui compartilhar com vocês minhas tentativas frustradas de emagrecer!

Por um tempo fiquei com pena de mim, relendo todas as situações constrangedoras e humilhantes que vivi quando era obesa. Em algumas postagens cheguei à chorar e nem conseguia acreditar que me sujeitei à tantas coisas degradantes e além disso ainda tive coragem de me expor aqui, relatando em detalhes momentos tão íntimos!

À medida que ia lendo ia caindo na real....

Que pena o quê?

Eu estava apenas colhendo os frutos da minha covardia!

Acho que no fundo, essa autopiedade, durante muito tempo me fez ficar tranquila na zona de conforto.

Quem não gosta de ser o centro das atenções? Eu hoje em dia adoro!!

 Porém hoje em dia gosto de chamar atenção por bons feitos, por atitudes admiráveis e não por estar no fundo do poço, deprimida e digna da dó alheia!

A obesidade é uma doença e precisa de tratamento. Acontece que por não ser vista assim, fica muito complicado até mesmo para buscarmos essa ajuda.

Outro fator agravante, é que ela não é uma doença apenas física, logo precisa de tratamento multifatorial, o que muitas vezes é negligenciado.

Enfim, onde quero chegar com todo esse rodeio?

Bem simples!

Enquanto você ficar olhando para si mesmo com pena e se sentindo a pior pessoa da terra, enquanto se sentir o coitadinho que é injustiçado a todo momento, é exatamente isso que será!

Foi assim comigo!

Não tenha dúvidas de que será assim com você.

Eu decidi operar o estômago para resolver o problema e deu muito certo!
Você não precisa fazer o mesmo!

Pode optar por algo menos radical, mas vou logo avisando que seja qual for a decisão que tomar, precisará se dedicar totalmente à ela, ou então, certamente fracassará!

Nada na vida acontece por acaso ou é lindamente fácil!

Isso é apenas conto de fadas, mas estamos na vida real e aqui as coisas são um pouco mais sérias e complexas!!

A boa notícia é que se você fizer a sua parte, exatamente como deve ser feita, colherá bons frutos!

Hoje eu tenho a vida que sempre quis ter!!

Aí você imagina assim....

" A Lu hoje não tem problemas, anda cheia de dinheiro, tudo é fácil pra ela e não tem mesmo do que reclamar!"

Engana-se quem pensa dessa forma!!

Tenho um milhão de problemas como todos, alguns mais graves, outros menos, mas são problemas!!

Não vivo cheia de dinheiro! Pelo contrário! Ando é cheia de contas pra pagar e trabalho duro pra conseguir manter tudo em dia!
E nada é assim tão fácil pra mim! Pelo menos não é mais fácil do que para as outras pessoas! Afinal, não sou melhor, nem pior que ninguém!
O que acontece é que eu escolhi ser a autora da minha própria vida, ao invés de deixar que a

vivam por mim!

Já me viram por aí, em redes sociais reclamando ou me lamentando das mazelas da vida?
Não, né? Nem verão!!

Problemas meus são problemas meus e esta exposição desnecessária, passa longe de ser o que eu quero!

Sabe gente... Todo mundo diz querer poder escrever sua própria história, mas enquanto você entregar a caneta para que outros a escrevam, continuará sendo escravo das opiniões alheias!!

Está em suas mãos mudar, quebrar a rotina, dar o seu melhor e ter nas mãos o controle da sua própria vida!!

Isso faz a diferença em todas as áreas!!

Ser digno de dó não é legal. Então faça a sua parte para mudar isso!!

Se você não se amar e se respeitar primeiro, ninguém mais o fará por você!!
Bjoosss

Lu Fernandes

Quarta-feira, 26 de novembro,2014



18 de novembro de 2014

ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS: O QUE O PREFEITO PODE FAZER?


Enquanto alunos das escolas privadas são alfabetizados aos seis anos de idade, a maioria dos alunos da rede pública nem sequer é alfabetizada pela escola - a criança aprende a ler por um processo de ensaio e erro e carrega dificuldades de leitura para o resto da vida

Este é o terceiro de uma série de dez artigos a respeito de medidas eficazes que o prefeito pode implementar a curto prazo, com poucos recursos, como estratégia de iniciar um processo de mudança. Nenhuma dessas medidas, isoladamente ou mesmo em conjunto, assegura a formação de uma rede de ensino de alta qualidade. Mas todas elas constituem ações relevantes em si mesmo, e que, se bem implementadas, podem servir de campo de aprendizagem e de capital político para implementar reformas mais profundas.

Alunos que não sabem ler ainda constituem um problema crônico em todo o país: vivemos o fenômeno do analfabetismo escolar. O prefeito pode escolher entre dois ângulos de ataque do problema: alfabetização dos alunos no 1º ano – que é a série escolar certa para alfabetizar, ou alfabetização dos alunos do 2º, 3º, 4º e 5º anos que não foram alfabetizados – as vítimas do analfabetismo escolar.

No Brasil, todo mundo – inclusive prefeitos -  sabem que: (1) nas escolas privadas as crianças são alfabetizadas aos seis anos de idade. Os filhos dos prefeitos geralmente estudam nessas escolas; (2) nas escolas públicas não existe norma – cada rede de ensino faz do seu jeito; (3) a maioria dos alunos da rede pública não é alfabetizada pela escola: a criança aprende a ler por um processo de ensaio e erro, e carrega dificuldades de leitura para o resto da vida.

Os dados disponíveis no Brasil mostram que não existe uma política e um processo eficaz de alfabetização na maioria das redes de ensino. Se o aluno não foi alfabetizado no 1º ou 2º ano (séries em que supostamente há um professor alfabetizador), é pouco provável que ele tenha um professor no 3º ano que o alfabetize.

No entanto, o fato do aluno não ser capaz de ler não impede que o aluno chegue ao 5º ano. Isso sugere que as políticas de aprovar ou reprovar são muito arbitrárias.

O que um prefeito pode fazer para rever essa situação? Eis algumas ideias específicas.

Primeiro: o prefeito precisa saber onde está pisando. Se no seu município tem um programa de ensino, e se o programa de ensino foi bem feito, o programa deve dizer que o aluno deve ser alfabetizado no 1º ano. Portanto, o problema é ter e fazer cumprir o programa de ensino.  

Segundo: se o município não tem programa de ensino, o prefeito precisa tomar partido, o partido do aluno. A tônica deve ser “matricule seu filho na escola pública, eu garanto que no final do ano ele vai saber ler e escrever”. Isso é tudo que os pais esperam da escola – pelo menos para início de conversa. 

Se as escolas particulares em todo o país – seja qual for o nível socioeconômico do aluno – alfabetizam as crianças no 1º ano, não há razão para que seja diferente na escola pública. Portanto, com base no seu mandato, mesmo que a Secretaria de Educação não tenha feito o seu “dever de casa”, o prefeito deve garantir aos pais que seus filhos serão alfabetizados. Caberá à Secretaria encontrar as soluções.  E qualquer solução começa no princípio: no programa de ensino.

Terceiro: o Prefeito pode ajudar a Secretaria a encontrar soluções, sugerindo critérios, como, por exemplo, perguntar aos professores do 2º ano o que os alunos precisam saber de leitura e escrita para dar conta do programa do 2º ano. Ou verificar como fazem os municípios e as escolas que alfabetizam os alunos no 1º ano: métodos, materiais, estratégias, etc. Existem algumas poucas centenas de casos de sucesso no Brasil. O suficiente para comprovar que isso é possível.

Também é importante verificar o que dizem as evidências científicas a respeito do assunto. No Brasil, por exemplo, há um relatório da Academia Brasileira de Ciências (ABC) que trata do assunto. 

Quarto: com base nessa análise, propor uma solução para o município. A solução deve ser fundamentada em evidências e incluir os mecanismos para avaliar os resultados. 

Nota de advertência: a questão da alfabetização no Brasil tornou-se objeto de lutas pedagógicas infrutíferas. Qualquer cidadão sabe dizer se seu filho foi alfabetizado ou não. Mas quando o assunto vem para a esfera dos educadores brasileiros, instaura-se uma discussão sem fim Os resultados disso são desastrosos. No Brasil, o governo federal trouxe a si o problema, mas se mostrou incapaz de dar uma definição adequada do que seja alfabetizar, não consegue propor um programa de ensino e continua tergiversando a respeito da idade certa: ora diz que a idade é 6 anos, ora que é 7, ora que é até 8, demonstrando total incompetência no trato da questão. O PNAIC – Programa de Alfabetização na Idade Certa - é a crônica de um fracasso anunciado: com base em definições imprecisas, ele usa estratégias inadequadas e delegou às universidades, cujos professores não têm qualquer experiência em alfabetizar crianças – a tarefa de formar professores alfabetizadores. Para viabilizar politicamente o seu programa criou o bolsa-alfabetização. Não se conhecem quaisquer resultados desse programa, apenas os seus elevados custos.

Portanto, se o Prefeito quiser avançar, ele precisa fazer diferente do que vem acontecendo. E precisa fazer de forma acertada, e não apenas fazer diferente. As soluções existem, são conhecidas, há exemplos a partir dos quais se podem aprender. Para avançar é preciso que o Prefeito tenha coragem e dedicação, e escolha um Secretário consciente de que para melhorar é preciso mudar.

João Batista Araújo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa Beto.

Terça-feira, 18 de outubro, 2014.


11 de novembro de 2014

PMDB DEVE ANTECIPAR MUDANÇA EM DIRETÓRIOS

Tema foi abordado ontem em reunião da executiva. Expulsão dos infiéis fica para Comissão de Ética

O PMDB deve antecipar para o início do próximo ano a eleição para o diretório estadual. A decisão foi tomada ontem(10) em reunião da direção do partido, que contou com a presença de todos os membros da executiva e que deveria deliberar sobre a expulsão de rebeldes da legenda. Segundo o presidente regional da sigla, deputado Samuel Belchior, a eleição da nova direção deve ocorrer até fevereiro de 2015. Na sequência, os diretórios municipais também devem ser renovados. De acordo com o presidente, a intenção é dar novo fôlego ao partido para as eleições municipais, cujas disputas devem ocorrer em todos as 246 cidades do Estado, e, consequentemente, fortalecer a legenda para o pleito de 2018.

As eleições dos diretórios estavam marcadas para dezembro, mas a Executiva Nacional do PMDB decidiu prorrogar os mandatos dos diretórios nacional, estaduais e municipais do partido até o próximo ano. Ofício circular assinado pelo presidente nacional, Michel Temer, foi encaminhado às representações peemedebistas de todo o País, dando conta da decisão, justificada pelo andamento do processo eleitoral e a proximidade das datas entre o pleito e as eleições dos diretórios. Pelo documento, os mandatos dos presidentes municipais poderiam ser estendidos até 31 de agosto de 2015, e os dos presidentes regionais, até 31 de outubro.

Ao deixar a reunião de ontem, que durou cerca de três horas, Samuel agradeceu a oportunidade de ficar mais tempo na direção do partido, mas disse que a renovação é necessária e que deve começar a planejar, de imediato, o chamamento dos membros do partido para as convenções. Segundo ele, ainda não há candidatos declarados ao cargo. “Mas eu tenho certeza que, num partido do tamanho do PMDB, não vai faltar candidatos”, afirmou. Segundo todos os participantes do encontro, a renovação dos diretórios foi o tema central da reunião, que teria tratado superficialmente da expulsão dos membros infiéis, que declararam apoio ao governador Marconi Perillo (PSDB) no pleito de outubro.

Expulsões serão analisadas por comissão de ética

A expulsão de membros do PMDB que teriam sido infiéis às deliberações da sigla durante as eleições estaduais foi, segundo os presentes, tema secundário no encontro ocorrido ontem. A questão tem sido tema de divergência dentro da legenda, dividida entre o grupo que apoia a expulsão sumária e o grupo que defende diálogo e reconciliação. Na turma dos que defendem a expulsão, o deputado estadual Luis Carlos do Carmo chegou ao encontro pregando a fidelidade dos companheiros e a reorganização do partido. Com discurso mais duro, o deputado estadual eleito José Nelto comparou os infiéis a Judas (Iscariotes, personagem bíblico). “Ninguém perdoa traição”, pontuou.

Daniel Vilela, Leandro Vilela e Pedro Chaves defenderam o diálogo e julgaram que a expulsão pode contribuir para o enfraquecimento da legenda. “Muitos já vinham expondo seu posicionamento antes do processo eleitoral”, considerou Leandro, sobre membros do partido que foram contrários ao lançamento de Iris Rezende para a disputa. Deputado federal eleito, Daniel Vilela disse que a debandada de integrantes não foi responsável pela derrota do partido nas urnas. Para ele, a sigla deve trabalhar para recuperar os membros infiéis e adotar linha programática de apresentação de projetos de políticas públicas. “Quem quer retomar projeto de vitória não pode pensar em caça às bruxas”, disse.

Ao deixarem a reunião, os membros da executiva e os deputados eleitos confirmaram que a questão sobre o expurgo dos infiéis será analisada pela comissão de ética do partido. Segundo José Nelto, no entanto, a sinalização é que a expulsão se confirme. Embora o tema tenha sido tratado de maneira cautelosa na saída da reunião, durante o encontro o que se ouviu do lado de fora foram exposições exaltadas. “O que houve lá dentro foi uma verdadeira lavagem de roupa suja”, confessou um dos participantes. Questionado sobre os gritos ouvidos do lado de fora da sala de reuniões, Nelto disse ser normal o confronto de ideias. “Em política tem choro e grito mesmo”, disse.

A deputada federal Iris Araújo, que não conseguiu se reeleger nas últimas eleições, saiu da reunião sem comentar as deliberações da executiva, mas confessou ter pedido o desligamento do cargo. Ela deixou o local cerca de uma hora antes do fim do encontro partidário. (F.G.)

Terça-feira, 11 de outubro, 2014



24 de outubro de 2014

O SEGUNDO TURNO É DOMINGO, MAS O BRASIL JÁ PERDEU


“Perdemos a oportunidade de elevar o nível do debate eleitoral, de realizar um debate programático. Perdemos a paciência, a tolerância e o respeito. Perdemos conhecidos, amigos e familiares. Nós nos perdemos”

Dê Aécio ou dê Dilma, já perdemos. Tucanos e petistas perderam. Aqueles que votam nulo perderam. Aqueles que não votam perderam. Aqueles que escolheram seu voto de forma crítica, porém convicta, também perderam. Todos perderam. Perdemos. A sociedade brasileira foi quem perdeu nessas eleições, antes mesmo dos resultados do segundo turno serem anunciados.

As redes sociais se tornaram verdadeiros campos de batalha. Quem não se descabelou ou morreu de nervoso ao entrar no Facebook nesse período eleitoral que atire a primeira pedra! Quantos amigos flagrei entoando o mantra “não vou comentar, não vou comentar, não vou comentar!”. Tarde demais, já haviam comentado. E eu já havia comentado, e todos já haviam comentado.

Como se não bastasse o baixo nível do debate dos nossos candidatos, tão criticado pela população, conseguimos ser mais simplistas ainda na desqualificação e desconstrução uns dos outros: “Quem vota no Aécio é manipulado pela grande mídia e quer ver pobre se foder. Quem vota na Dilma tá ganhando Bolsa Família e é corrupto. Quem vota no PT é petralha. Quem vota no PSDB é tucanalha ou reaça ou os dois”.

Expressar a própria opinião virou sinônimo de ser julgado. Abrir seu voto e dizer quem é seu candidato virou um ato de coragem. De repente, ficou mais fácil ganhar na Mega Sena do que encontrar pessoas dispostas a discutir de forma respeitosa. Duvido que exista alguém que tenha declarado seu voto e não tenha recebido comentários como “Afff, como assim?”, “Você tá zuando, né?”, “Coitada, desandou!”, “Nossa, perdi minhas esperanças agora!”.

Os planos de governo, propostas, compromissos, base aliada, apoiadores e tudo o mais que interessa para melhorar a vida dos cidadãos foram esquecidos, deixados de lado, como sequer existissem. Afinal, para que saber o que propõe o Aécio e quem é sua base aliada se o que me interessa é tirar o PT do poder? Ou para que conhecer os compromissos da Dilma se o Aécio é um cheirador e eu não sou coxinha para votar nele?

Ah, perdemos, e como perdemos! Dos comentários foram surgindo os discursos de ódio cada vez mais inflamados. Xingamentos, tons violentos, ofensas e baixarias. Argumentos embasados e civilizados sumiram, entraram em extinção. A violência é evidente e nos deparamos com um país dividido, tristemente rasgado. Os valores democráticos foram colocados em xeque. Política virou futebol, religião. Com direito a briga de torcidas organizadas.

Ver crescer o ódio dentro de uma mesma nação me tira um pouco o orgulho de ser brasileira. E o que mais dói nisso tudo é ver que, até aqui, essas torcidas só apareceram a cada quatro anos, como em uma Copa do Mundo. E depois de domingo, como abóbora, tudo volta a ser como era antes. Teremos salvado (ou condenado) o país do comunismo ou do neoliberalismo e as redes sociais seguirão insuportáveis por mais alguns dias (e realmente espero que seja só por mais alguns dias, e que essa tensão não perdure). Mas a missão será dada como cumprida pela maioria da população, que orgulhosa pensa que seu dever acaba ali nas urnas.

Do debate desqualificado seguiremos com a participação cidadã enfraquecida.  Muitas pessoas só irão discutir política novamente daqui quatro anos. Serão poucos os que continuarão acompanhando, criticando e cobrando aquele que for eleito, sendo seu candidato ou não, na luta por um Brasil melhor.

A festa terá acabado, a luz se apagado e o povo sumido. Perdemos (e muito), José!

POR: NICOLE VERILLO


Sexta-feira, 24 de outubro, 2014. 

11 de outubro de 2014

ANIVERSARIO DE ÁGUAS LINDAS


Conforme acordo de lideranças, juntamente com a festa da padroeira Nossa Senhora Aparecida e dia das crianças é também comemorado o aniversário de Águas Lindas de Goiás no entorno do distrito federal.

Por falta de compromisso com a cultura local os políticos e entidades representativas não tem dado a devida importância a essa data que fica reservada apenas para os corações dos pioneiros que lutaram por sua emancipação.

Por: Carlos Mossoró


Sábado, 11 de outubro, 2014.

10 de outubro de 2014

SEXO E PODER NUNCA ESTIVERAM TÃO JUNTOS NESTA ELEIÇÃO


Do uso recreativo do aparelho excretor, até as presidenciáveis que trafegam no labirinto machista da política, nunca antes na história deste país o sexo esteve tão em evidência numa campanha

Tudo tem a ver com sexo, menos sexo. Sexo tem a ver com poder. A cirúrgica frase, citada na série House of Cards, serve de lâmina para a corrida eleitoral no Brasil este ano. A dois dias do pleito mais tumultuado desde a redemocratização, sexo e poder nunca estiveram tão adequados à posição de coito político.

A memória deve me garantir afirmar que nunca na história deste país, como diz aquele outro, tivemos tantas questões ligadas à sexualidade cuspidas e subestimadas pelos principais candidatos à Presidência desta República. Desde quando começa a vida, ou o direito à mulher decidir fazer com o que traz no corpo, até o uso recreativo do aparelho excretor, que há quem defenda que ele só serve para eliminar fezes.

O Brasil é uma nação que historicamente é uma adolescente deslumbrada com elogios dos que vêm do além-mar e falam línguas estrangeiras aos ouvidos, sedentos por seus recursos físicos, desde florestas vorazmente estupradas por madeireiros às mulheres que economizam nas cobertas quando precisam mostrar o valor de seus ataques e retrancas. Ninguém joga às escuras: sexo e poder.

O dia 5 de outubro de 2014 também marcará a presença de três famintas por ajustar ao corpo a faixa de líder de 202 milhões, talvez a par que correm o risco de perder o equilíbrio entre poder e afeto, duas forças que se confrontam porque duelistas e rivais. Mais que isso, e Dilma Rousseff (PT) sabe muito bem porque já degustou tamanha autoridade, o trono encaixado em ambiente masculino.

O trono outorgado por nós, brasileiros, por obrigação e não por vontade própria, é assento em que a regência exige raciocínio lógico, acatos, renúncias, inclusive de certas ferramentas do feminino. Isso se pensarmos no lado sombrio do poder, mas a mulher que chega a este labirinto perversamente machista pode, sim, manter alguns signos que a forjaram como tal.

Dilma criou uma personagem para lidar com a rudeza de seu ofício: conjunto de blazer com mangas três quartos, todos com cortes idênticos, calça sempre em acordo com o tom da escolha para cobrir o tronco, e sapatos sempre baixos, sem cadarços, e jóias semi-invisíveis. Nada que a transforme em Cristina Kirchner, ao menos no que podemos enxergar.

Dilma usa um uniforme que nubla sua sexualidade. Além disso, tornou-a uma mulher assexuada que, de antemão, avisa em mesas de reunião no Palácio do Planalto ou em plenário da ONU que o gênero nunca estará em questão no seu armamento discursivo. Seria menosprezar seus genes e sua inteligência.

Marina Silva (PSB), ainda sua principal concorrente, opta por outra armadura para o confronto. Sacraliza-se como uma mulher do não, que nega a comunicação do seu corpo. Ao contrário, busca a não-cor, a não-maquiagem, a não-ênfase, a não-agressividade, nada que a feminilizaria ou, intrinsecamente, a fragilizaria. Fragilizar-se é compatível com o cargo que essas senhoras almejam?

Marina, assim, é um ser sem sexo que busca lutar de igual com os que são algo. O que a trai é sua voz que se parte pelas sílabas que ela nem pensa em hifenizar, denuncia insegurança ou subterfúgios para envelopar o ego. Uma fonoaudióloga ou uma antropóloga quebraria esses paradigmas? A ver.

Luciana Genro (PSOL), ao contrário, usa o cabelo com fios se rebelando entre si como arma do feminino, arma-se de português impecável com todos os erres e esses adequados aos pronomes pessoais e oblíquos que deseja atingir, e defende claramente avanços objetivos em relação a aborto e sexualidade. Essa, sim, pequena nas pesquisas, mas com grande empatia entre libertários, não se preocupa sequer em alisar fios ou bons modos.
Três mulheres e seus disfarces nítidos para acinzentar a concorrência com ternos azuis marinhos e gravatas despersonalizadas dos homens, confortáveis no topo da cadeia alimentar. No caso de Aécio Neves (PSDB) sublinhou a juventude e um sorriso matematicamente treinado para aquecer hormônios femininos. Eduardo Jorge (PV), o outro que merece ser citado nessa conversa, vem costurando o perfil de homem sensível, engraçado, irreverente que ele, espertamente, sabe que é a masculinidade em alta para as próximas temporadas. O homem que aceita seu feminino.

Falou-se de quase tudo na campanha deste ano, e pouco pareceu crível, da fala a programas de governo escritos "a lápis". Parece que tudo é nada, um Brasil gasoso para os próximos anos. O que realmente promoveu ebulições nas redes sociais, sejam elas entre computadores ou entre lençóis, foram questões diretamente ligadas a questões privadas, precisamente ao corpo. Músculos e vísceras, além do astro do momento, o aparelho excretor, tendo que ouvir de invasores o que podem ou não fazer. Querem mandar no que não tem ouvidos.

Até quando a mulher vai pedir licença para ter filho, modificar seu corpo, mutilar-se ou por que ainda se discute o que as pessoas querem fazer com as entradas e saídas do organismo? Essa coisa que anda com a gente tem autonomia para se divertir como, quando, com quem e quantas vezes quiser.

Não tem pai, mãe, irmão, vizinho, marido, mulher, chefe, professor, síndico, prefeito, policial, antropólogo, historiador, terapeuta, padre, pastor ou quaisquer dos invisíveis que vão ter a violência necessária para controlar o poder supremo que o corpo tem sobre si mesmo.

Você pode até se camuflar, mas o cheiro que emana dos seus poros um dia vai lhe denunciar. Você, afinal, não se veste para você. E, sim para o outro. Ele passa mais tempo o observando que o contrário. Portanto, é o alheio que é sua presa e, na igual proporção, seu caçador.

Sendo restrito ao poder em si, pense nos desmanches das tramas políticas, aqui ou no mundo. Quase sempre há sexo envolvido. Alguém que guardou fotos comprometedoras, uma amante que não amava, uma ex-mulher traída com segredos com potência de míssil.
O cinema, o teatro e a literatura sempre fizeram muito bom uso disso, com suas mulheres fatais e as quedas de ditadores diante de um par de peitos ou de um pênis avantajado. Quando sair de casa da próxima vez pense que ao fechar sua porta está abrindo um mundo de possibilidades de controle e de prazer.

Para finalizar, cito o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que morreu há 114 anos, e sua frase lapidar: “Uma vez tomada a decisão de não dar ouvidos mesmo aos melhores contra-argumentos: sinal do caráter forte. Também uma ocasional vontade de ser estúpido”. Poder é decidir se posicionar entre o caráter forte e a estupidez. Pense também em sexo quando for votar neste domingo.

*João Luiz Vieira é jornalista profissional há 25 anos, roteirista de TV, autor de teatro, organizou o e-book Sexo com Todas as Letras, é sócio-proprietário do site Pau Pra Qualquer Obra, e pós-graduado em Políticas Culturais e Educação Sexual. Para falar com ele: vieiraluizjoao@gmail.com


Sexta-feira, 10 de outubro 2014.