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20 de outubro de 2016

JUÍZES REBATEM NOVAS CRÍTICAS DE GILMAR MENDES À LEI DA FICHA LIMPA




Associações de magistrados e de integrantes do Ministério Público rebateram hoje (19) novas críticas feitas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, à Lei da Ficha Limpa, norma que impede a candidatura de políticos condenados pela segunda instância da Justiça.

Terça-feira(18), durante sessão do TSE, Mendes disse que a lei permite que qualquer caso de lesão ao patrimônio ao Poder Público seja enquadrado pelo Ministério Público e pelo Judiciário como improbidade administrativa. Dessa forma, segundo o ministro, promotores e juízes usam a norma para colocar uma "nódoa", prejudicar os políticos.

"Promotores e juízes ameaçam parlamentares com a Lei da Ficha Limpa. Alguém tem uma condenação, improbidade, agora ficará inelegível. A Realpolitik* (termo em alemão) leva-nos a esse resultado. Há um abuso de poder, e não querem e Lei de Abuso de Autoridade porque praticam às escâncaras o abuso de autoridade. O que se quer é ter o direito de abusar", disse o ministro. Realpolitik é um termo em alemão para se referir ao conceito prático das relações políticas.

Em nota, o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Roberto Carvalho Veloso, disse que qualquer prática irregular deve ser combatida, no entanto, acusações generalizadas comprometem o prestígio das instituições e não contribuem para seu aperfeiçoamento.

“Os juízes federais jamais se utilizam de suas prerrogativas para chantagear quem quer que seja, especialmente os integrantes do Poder Legislativo, com o qual baseiam suas relações no mais profundo respeito, tratando dos interesses institucionais com zelo, honestidade e seriedade”, disse Veloso.

Em outra nota, a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas) declarou que Mendes usa frases de efeito para imputar crimes a autoridades públicas. Segundo a entidade, Mendes deve ter provas para fazer tais acusações.

“Se de fato as têm, cumpre-lhe formalizar as devidas representações, a quem de direito. Se não as têm, deve desculpas públicas à magistratura e ao Ministério Público, porque formulou imputações ofensivas a autoridades indeterminadas, sinalizando ao grande público que as ações de improbidade manejadas em detrimento de pessoas ligadas a determinado partido político foram necessariamente aventureiras, abusivas e, consequentemente, criminosas”, afirmou a entidade.

Julgamento

As considerações de Gilmar Mendes foram feitas durante julgamento no qual o TSE concedeu registro de candidatura ao prefeito eleito de Quatá (SP).  Marcelo Pecchio (PSD) teve a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral, que o considerou inelegível por ter contas públicas rejeitadas por condenação de ato doloso de improbidade, uma das inelegibilidades previstas na Lei da Ficha Limpa.

No julgamento, os ministros entenderam que um candidato só pode ser impedido de concorrer no caso de comprovação de danos ao erário, fato que não ocorreu no caso concreto.

Quinta-feira, 20 de outubro, 2016

PT COMEMORA PRISÃO DE CUNHA, MAS APONTA LADO NEGATIVO

 
Líderes do PT comemoraram na quarta-feira(19), a possibilidade de que a prisão do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) esteja atrelada a uma delação premiada que provocaria forte abalo no governo Michel Temer. A prisão, no entanto, não é apenas motivo de comemoração. Em conversas reservadas, petistas avaliam que, ao prender um dos líderes do impeachment, o juiz Sérgio Moro estaria livre para partir para cima do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu na Operação Lava Jato.

“Não se tripudia em cima desta situação”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos vice-presidentes do partido. “Me parece que foi pactuada esta prisão, quase voluntária. Todo o rito mostra que foi pactuada com uma delação”, completou o deputado paulista.

Em vídeo publicado na internet, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que uma delação de Cunha não deixaria “pedra sobre pedra” no governo do presidente Michel Temer.

“Espero, sinceramente, que ele fale, porque uma delação de Eduardo Cunha não deixa pedra sobre pedra deste governo de Temer e seus ministros. Demorou, mas saiu. E quero saber dos próximos passos”, afirmou o senador no vídeo.

Sob a condição de anonimato, porém, petistas apontam os lados negativos para o partido da decisão de Moro. Um deles é o enfraquecimento do discurso do PT de que o juiz da Lava Jato é seletivo e prende apenas os envolvidos na investigação de corrupção na Petrobrás que sejam ligados ao PT.

Críticas

Essas críticas se intensificaram durante a semana com artigos publicados em jornais e a reação de setores da sociedade à possibilidade de prisão de Lula. Essa avaliação é feita mais com base em opiniões pessoais do que em informações concretas.

Para alguns petistas, a prisão de Cunha é “uma resposta de Moro às críticas” que passou a ser alvo de ataques de setores que defenderam o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff e hoje “não existem mais motivos do que existia anteontem”.

Núcleo político

Alguns líderes do PT avaliam que a ação contra o ex-presidente da Câmara pode ser o início de uma nova dimensão da Lava Jato, agora voltada para o topo do núcleo político que comandou o esquema de corrupção na Petrobrás.

Em função das dúvidas e para não melindrar Cunha, o partido decidiu não se manifestar oficialmente sobre a prisão do deputado cassado. Procurado, o presidente do PT, Rui Falcão, não quis comentar o assunto.

O ex-ministro da Justiça e ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro manteve o discurso da seletividade da Lava Jato ao apontar a demora para a ação contra Cunha.

“Não me surpreende, o que me surpreendeu foi a demora, partindo dos critérios utilizados para as demais prisões”, disse Tarso Genro.

Para Paulo Teixeira, a investida contra Cunha “eram favas contadas” e o fato não deve causar preocupação a Lula.

“Quem tem que ficar preocupado agora não é Lula. Não existem provas contra ele. Quem deve ficar preocupado é o governo Temer e o PMDB”, afirmou o deputado paulista. (AE)

Quinta-feira, 20 de outubro, 2016


REPATRIAÇÃO RENDEU R$ 18,6 BILHÕES AO GOVERNO ATÉ AGORA

 

A regularização de bens e ativos mantidos no exterior rendeu, até a manhã de quarta-feira (19), R$ 18,6 bilhões ao governo. O número foi divulgado pela Receita Federal no início da noite. O prazo acaba em 31 de outubro.

Também conhecido como repatriação, o programa, informou a Receita, recebeu 9.195 declarações de pessoas físicas e 34 de pessoas jurídicas, totalizando R$ 61,3 bilhões em recursos regularizados. Os quase R$ 20 bilhões arrecadados, esclareceu o Fisco, referem-se à cobrança de 15% de Imposto de Renda e de 15% de multa. O pagamento não poderá ser parcelado.
Se a Câmara e o Senado não aprovarem o projeto que altera as regras da repatriação, a adesão acaba no fim do mês. Mesmo que o prazo não seja alterado, a Receita publicará amanhã (20), no Diário Oficial da União, instrução normativa que regulamenta condições para quem aderiu ao programa.

Quem participar da regularização de bens e ativos poderá entregar a Declaração Anual de Ajuste (DAA) retificadora referente ao exercício de 2014 até 31 de dezembro. A instrução normativa dispensa as empresas de incluírem, na declaração de adesão ao programa, o número do recibo da DAA.

Para a regularização de ativos superiores a US$ 100 mil, a instrução normativa estende, também até 31 de dezembro, o prazo de resposta das instituições financeiras estrangeiras aos bancos brasileiros. Apesar disso, a data limite para o contribuinte apresentar o requerimento de regularização tributária à instituição estrangeira continuará a ser 31 de outubro.

A instrução esclarece ainda que os contribuintes sob suspeita só serão excluídos do programa depois de intimados e caso o Fisco considere insuficientes os esclarecimentos prestados. Segundo a Receita, a medida tem como objetivo fornecer segurança a quem aderir à regularização de recursos. (EBC)

Quinta-feira, 20 de outubro, 2016


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