O
presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende enviar um projeto ao Congresso
Nacional para permitir o uso de drones em operações e evitar que militares ou
policiais fiquem na “linha de tiro” diante de “marginais que não têm
recuperação”. O presidente explicou também que, antes do projeto sobre drones,
o governo enviará uma proposta para garantir retaguarda jurídica de militares e
policiais em missões. Bolsonaro não informou as datas em que os projetos serão
enviados.
“Quero
botar no projeto também que, para o cumprimento da missão, todas as
possibilidades para cumprir a missão podem ser empregadas, até mesmo um pelotão
de drones”, declarou o presidente.
POUPAR O POLICIAL – “Eu não quero que o nosso policial,
por exemplo, numa operação esteja na frente da linha de tiro com marginais que
não têm recuperação. Se tivermos um pelotão de drones para dar conta do recado,
tudo bem, mas depende do parlamento brasileiro”, acrescentou.
Questionado
se a ideia é utilizar os drones para reconhecer locais ou atirar, Bolsonaro
disse que “ninguém” mencionou a possibilidade de os equipamentos atirarem.
“Ninguém
está falando em atirar, vai ser bem estudado este outro projeto, em um segundo
tempo, depois da retaguarda jurídica não só para as Forças Armadas como para os
policiais”, reforçou.
RETAGUARDA JURÍDICA – Perguntado sobre eventuais
resistências no Congresso ao projeto sobre retaguarda jurídica aos militares e
policiais, o presidente declarou que precisa dar esta proteção para autorizar
missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite o emprego das Forças
Armadas em casos de situações de perturbação da ordem pública. As GLOs são
pedidas por governadores.
“Os
governadores, mais cedo ou mais tarde, espero que não, caso venham a pedir para
mim GLO, eu vou querer a retaguarda jurídica, a garantia para os meus homens.
Eu, como chefe supremo das Forças Armadas, eu só posso pagar uma missão para um
soldado, para um subordinado, se ao término da missão ele possa ser condecorado
e não processado”, declarou.
EXCLUDENTE DE ILICITUDE – Bolsonaro teve como uma das bandeiras
da campanha o chamado “excludente de ilicitude”. A intenção do presidente é
evitar punições a militares ou policiais (federais, rodoviários federais,
militares e civis) que atirarem durante as missões.
“Não
é justo você pegar um garoto do Exército Brasileiro com 20 anos de idade, botar
um fuzil no peito dele, mandar para uma missão de GLO [Garantia da Lei e da
Ordem], e há um imprevisto, porque pode ocorrer imprevisto, sim, e depois você
larga ele para auditoria militar para ele se virar na sua defesa, que pode ser
de 12 a 30 anos de prisão. A gente não concorda com isso”, explicou Bolsonaro.
O
presidente disse, ainda, que criminosos precisam entender que as forças de
segurança “sempre” estão certas. “Esses que estão acostumados a viver à margem
da lei têm que botar na cabeça uma coisa: se a força de segurança entrar em
campo, de qualquer maneira, a força de segurança vai sempre estar certa. Nós
podemos responder, mas não vai ter punição. Esse é o nosso interesse”, afirmou.
(G1/DF)
Terça-feira,
24 de setembro ás 12:00
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