A
Policia Federal deflagrou sexta-feira (6/09) a Operação Postal Off para
desarticular uma organização criminosa que atuava junto à Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos. Segundo o órgão, o grupo praticava fraudes que estavam
causando prejuízos à empresa “de forma habitual e permanente".
De
acordo com a PF, a investigação começou em novembro de 2018, em Santa Catarina,
e mostrou que a atuação do grupo se estendia aos estados de São Paulo e Rio de
Janeiro, com a “participação ativa de funcionários dos Correios”. A polícia
informou que cargas postais de seus clientes eram distribuídas no fluxo postal
sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao devido.
Um
dos modos de atuação dos criminosos era identificar clientes dos Correios e
levá-los a romper seus contratos com a empresa. Os clientes então passariam a
ter as encomendas postadas por meio de contratos mantidos entre as empresas do
grupo criminoso e os Correios.
Segundo
a PF, ao longo da investigação também foram apuradas solicitações e pagamentos
de vantagens indevidas envolvendo empresários, funcionários públicos e agentes
políticos, “configurando indícios dos crimes de corrupção passiva e concussão”.
Uma
avaliação preliminar indicou que a atuação do grupo causou um prejuízo de R$ 13
milhões, segundo a PF. O valor se refere às postagens ilícitas já
identificadas, sem a inclusão dos danos diários provocados pelo grupo
investigado.
A
PF informou ainda que cerca de 110 policiais federais estão cumprindo 9
mandados de prisão preventiva e 19 mandados de busca e apreensão na cidade do
Rio de Janeiro; dois mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e
apreensão nos municípios de Tamboré, Cotia, Bauru e São Caetano, no estado de
São Paulo; além de um mandado de prisão temporária e um de busca em Belo
Horizonte, em Minas Gerais. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal de
Florianópolis de Santa Catarina.
Bloqueios
Para
garantir o ressarcimento dos prejuízos causados aos Correios, a Justiça
determinou os bloqueios de contas bancárias e o arresto de bens móveis e
imóveis, incluídos carros de luxo e duas embarcações, sendo uma delas um iate
avaliado em R$ 3 milhões. “Com as medidas, espera-se que seja efetivado o
bloqueio de R$ 40 milhões dos investigados”, afirmou a PF.
De
acordo com a PF, os investigados poderão ser indiciados nos autos do inquérito
policial instaurado para a apuração dos fatos, pela prática dos crimes de
corrupção passiva e ativa, concussão, estelionato, crimes tributários, lavagem
de dinheiro e formação de organização criminosa.
Correios
Por
meio de nota, os Correios informaram que estão colaborando
"plenamente" com as autoridades e que a empresa permanecerá
contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos. "Os Correios
reafirmam o seu compromisso com a ética, a integridade e a transparência",
diz o comunicado. (ABr)
Sexta-feira,
06 de setembro ás 11:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário