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14 de janeiro de 2018

Por que Alckmin não decola



No abre-alas do ano eleitoral, o PSDB se depara com um problemão para resolver. Depois de perder quatro eleições em 16 anos, o partido esperava nadar de braçada, ao apresentar um candidato mais identificado com o centro do espectro político para fazer frente aos representantes dos extremos Lula, à esquerda, e Bolsonaro, à direita. Tudo muito bom, tudo muito bem se o nome ungido pela cúpula do partido não fosse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O tucano se transformou numa batata quente na mão da legenda. Ninguém sabe como ele vai fazer para conseguir desempacar nas pesquisas – hoje Alckmin encontra-se estacionado nos 6%, bem atrás dos mais bem colocados Lula (34%) e Bolsonaro (27%), e registra a maior rejeição.

O pessimismo invadiu até os poros do PSDB. Sem carisma, o presidenciável encarna o anti-candidato: não tem mostrado habilidade política para celebrar alianças, padece de um discurso consistente para encantar o eleitorado, recorrendo sempre a evasivas e a generalidades, e ao contrário do que prometeu quando assumiu a presidência da legenda, não conseguiu unir o tucanato – hoje mais dividido do que nunca. Tucano histórico e adversário de Alckmin no PSDB, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, é um dos que já jogam a toalha. “Geraldo é um candidato sem pegada, sem posições definidas. No ritmo em que ele vai, o PSDB ficará de fora do segundo turno”, afirmou. A direção do partido, que mais uma vez escolheu o candidato a partir de uma convenção de cúpula, ou seja, de modo vertical, de cima para baixo, não é poupada das críticas: “Olho para eles (a direção do partido) e vejo todos felizes, rumo à quinta derrota seguida. Parece que jogam para perder”, disparou Virgílio. Na mesma linha de Virgílio, o próprio ex-presidente Fernando Henrique está convencido de que, com Alckmin, a candidatura do PSDB não alçará vôos mais altos.
Autonomia curta

• Alckmin com 6% se mantém muito distante dos líderes Lula 34% e Bolsonaro 17%, e perde até para Marina, com 9%

• Sua rejeição é muito alta, com 27%, só atrás de Lula

• Deveria obter melhor desempenho no seu estado. Lidera a corrida em São Paulo, com 23,7%, segundo o Instituto Paraná Pesquisas, mas só um pouco à frente de Bolsonaro (19,9%) e Lula (19,4%)

• Perde em redutos tradicionais do PSDB, como Paraná e Santa Catarina. Não tem penetração no Rio de Janeiro e muito menos no Nordeste

• Está desgastado depois de 20 anos de PSDB no poder em São Paulo

• É investigado no STJ por ter recebido ilegalmente R$ 10 milhões da Odebrecht para as campanhas de 2010 e 2014

(Com informações IstoE)

Domingo, 14 de janeiro, 2018 ás 00hs05

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