No
abre-alas do ano eleitoral, o PSDB se depara com um problemão para resolver.
Depois de perder quatro eleições em 16 anos, o partido esperava nadar de
braçada, ao apresentar um candidato mais identificado com o centro do espectro
político para fazer frente aos representantes dos extremos Lula, à esquerda, e
Bolsonaro, à direita. Tudo muito bom, tudo muito bem se o nome ungido pela
cúpula do partido não fosse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O
tucano se transformou numa batata quente na mão da legenda. Ninguém sabe como
ele vai fazer para conseguir desempacar nas pesquisas – hoje Alckmin
encontra-se estacionado nos 6%, bem atrás dos mais bem colocados Lula (34%) e
Bolsonaro (27%), e registra a maior rejeição.
O
pessimismo invadiu até os poros do PSDB. Sem carisma, o presidenciável encarna
o anti-candidato: não tem mostrado habilidade política para celebrar alianças,
padece de um discurso consistente para encantar o eleitorado, recorrendo sempre
a evasivas e a generalidades, e ao contrário do que prometeu quando assumiu a
presidência da legenda, não conseguiu unir o tucanato – hoje mais dividido do
que nunca. Tucano histórico e adversário de Alckmin no PSDB, o prefeito de
Manaus, Arthur Virgílio, é um dos que já jogam a toalha. “Geraldo é um
candidato sem pegada, sem posições definidas. No ritmo em que ele vai, o PSDB
ficará de fora do segundo turno”, afirmou. A direção do partido, que mais uma
vez escolheu o candidato a partir de uma convenção de cúpula, ou seja, de modo
vertical, de cima para baixo, não é poupada das críticas: “Olho para eles (a
direção do partido) e vejo todos felizes, rumo à quinta derrota seguida. Parece
que jogam para perder”, disparou Virgílio. Na mesma linha de Virgílio, o
próprio ex-presidente Fernando Henrique está convencido de que, com Alckmin, a
candidatura do PSDB não alçará vôos mais altos.
Autonomia
curta
•
Alckmin com 6% se mantém muito distante dos líderes Lula 34% e Bolsonaro 17%, e
perde até para Marina, com 9%
•
Sua rejeição é muito alta, com 27%, só atrás de Lula
•
Deveria obter melhor desempenho no seu estado. Lidera a corrida em São Paulo,
com 23,7%, segundo o Instituto Paraná Pesquisas, mas só um pouco à frente de
Bolsonaro (19,9%) e Lula (19,4%)
•
Perde em redutos tradicionais do PSDB, como Paraná e Santa Catarina. Não tem
penetração no Rio de Janeiro e muito menos no Nordeste
•
Está desgastado depois de 20 anos de PSDB no poder em São Paulo
•
É investigado no STJ por ter recebido ilegalmente R$ 10 milhões da Odebrecht
para as campanhas de 2010 e 2014
(Com
informações IstoE)
Domingo,
14 de janeiro, 2018 ás 00hs05
Nenhum comentário:
Postar um comentário