Em
ano eleitoral, com muitos deputados distritais querendo a reeleição,
parlamentares resolveram atender pedidos da população, acabando com a verba
indenizatória.
O
objetivo da medida 'eleitoreira' é reduzir gastos com aluguel de imóveis e
veículos, compra de combustível e assessoria jurídica – despesas para o que a
verba é destinada. A economia para os cofres públicos, segundo os
parlamentares, seria de R$ 7,3 milhões anual.
"A
Câmara Legislativa, mais uma vez, sai na frente atendendo aos anseios da
sociedade que, neste momento, exige respeito", afirmou o presidente da
Casa, deputado Joe Valle (PDT), ao apresentar a proposta "de extinção
definitiva da verba indenizatória".
O
possível candidato a cadeira no Buriti ressaltou ainda que a verba não se
justifica para o Distrito Federal, já que o “território pode ser percorrido de
um lado ao outro em uma hora e meia". Valle apontou ainda que alguns dos
distritais já abriram mão do recurso: o próprio presidente da Casa, Agaciel
Maia (PR), Chico Leite (PPS), Reginaldo Veras (PDT), Celina Leão (PPS),
deputada ré por negociar o destino de uma sobra parlamentar no valor de R$ 30
milhões com outros quatro distritais.
A
previsão de Joe Valle é que a matéria seja votada em Plenário na primeira
semana de março, após análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e da
Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF). "Ao mesmo tempo um grupo de trabalho
discutirá formas de atender as reais necessidades para que os parlamentares
cumpram as funções de legislar, fiscalizar e representar".
Apesar
de a maioria concordar com o fim da verba indenizatória, os distritais não
querem sair perdendo. Alguns deles querem algo em troca, como um cartão
corporativo e auxílio-combustível. Foi proposta até a reabertura da gráfica da
Câmara Legislativa ou sua terceirização.
Verba
de gabinete continua
Porém,
a verba indenizatória não é a única fonte de recursos dos deputados. Os parlamentares
recebem ainda a verba de gabinete, usada para a contratação de pessoal. Cada um
deles recebe aproximadamente R$ 274 mil por mês para contratar até 23
funcionários. No fim do ano, o custo para os cofres públicos é de mais de R$ 71
milhões.
Essa
é a maior verba paga para um parlamentar em todo o Brasil. Nem os deputados
federais, que recebem cerca de R$ 101 mil por mês, dispõem de um recurso como o
dos parlamentares do DF. O presidente da Casa, no entanto, afirma que esse
recurso é o próximo alvo. "A próxima etapa será alterar a verba de
gabinete".
Câmara
+ Barata
Um
projeto de lei popular, apresentado na última semana, propõe uma Câmara
Legislativa mais transparente, eficiente e econômica. A proposta de uma nova
câmara quer o fim das verbas indenizatórias e de gabinete, além dos recursos
para publicidade.
Segundo
o projeto, foram previstos cerca R$ 52 milhões para despesas de publicidade e
propaganda da Casa nos últimos dois anos. Para divulgar a Câmara Legislativa, o
contribuinte do DF gastou cerca de R$ 18 nesse período.
Essa
é outra verba que os distritais saem ganhando de deputados federais e
senadores, que nem recebem recursos para essa finalidade.
Sexta-feira,
02 de janeiro, 2018 ás 00hs05
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