Os
principais candidatos a presidente da Câmara começam nesta semana a viajar em
campanha pelo Brasil. Eles buscam apoio das bancadas para se elegerem em 2 de
fevereiro, data da eleição para o comando da Casa e outros cargos da Mesa
Diretora.
Apesar
de não confirmar publicamente que tentará a reeleição, o atual presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já marcou viagens. Ele convidou a bancada de
deputados federais de Pernambuco para um almoço na sexta-feira, no Recife.
Maia
tem o apoio da maioria do PSDB, PPS, DEM e de alguns parlamentares da oposição.
Embora oficialmente diga que não vai se envolver na disputa, o Palácio do
Planalto também trabalha nos bastidores pela reeleição do deputado fluminense.
O
foco do presidente da Câmara tem sido garantir apoio do PMDB, maior partido da
Casa e a quem o deputado do DEM ofereceu a primeira-vice-presidência da Câmara
em sua chapa. Ele também articula para tentar rachar o Centrão, grupo de 13
partidos da base aliada ao governo, liderado por PP, PSD e PTB, e que tem dois
candidatos ao comando da Casa. ç
Centrão
Um
dos candidatos do Centrão é o líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF). A
exemplo de Maia, Rosso marcou viagens nesta semana. Deve ir a Goiânia e São
Paulo para encontros com parlamentares. Ele também pretende viajar para Alagoas
e Pernambuco no fim de semana. “Tudo pago pelo meu bolso”, afirmou.
O
líder do PSD, que passou o réveillon na Paraíba, aproveitou a viagem para se
encontrar com deputados federais do Estado, entre eles Aguinaldo Ribeiro, líder
do PP na Câmara, e Rômulo Gouveia (PSD).
Outro
candidato do Centrão, o líder do PTB na Casa, deputado Jovair Arantes (GO),
ainda não definiu calendário de viagens. Ele marcou para esta terça-feira, 3,
reunião com assessores para fazer o planejamento de campanha.
Oposição
Único
candidato da oposição até o momento, o deputado André Figueiredo (PDT-CE) não
tem previsão de começar viagens. Ex-ministro das Comunicações do governo Dilma
Rousseff, ele disse que, por enquanto, vai conversar com líderes da oposição.
“Vamos
avaliar a conjuntura no decorrer dessas próximas duas semanas. Nosso grande
desafio é buscar a unidade das oposições e apoio de outros partidos, desde que
mantendo o objetivo da nossa candidatura, de um Parlamento independente”, disse
Figueiredo ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
O
pedetista afirmou que só pretende começar a campanha após 16 de janeiro, data
em que a bancada do PT, maior partido de oposição, marcou reunião para decidir
como se posicionará durante a eleição da Câmara. No mesmo dia, o PDT também se
reunirá para decidir se mantém ou não uma candidatura.
Supremo
Na
semana passada, o deputado do PDT entrou com mandado de segurança no Supremo
Tribunal Federal, com pedido de liminar, solicitando que a Corte proíba a
candidatura de Maia. Figueiredo sustenta que a candidatura do deputado do DEM é
inconstitucional.
Na
ação, o ex-ministro afirma que o artigo 57 da Constituição proíbe a reeleição
de presidentes do Legislativo no mesmo mandato. Maia, por sua vez, argumenta
que o veto não se aplica a presidentes de mandato-tampão, como ele, eleito em
julho de 2016 para um período de sete meses, após a renúncia do hoje deputado
cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O
mandado de segurança de Figueiredo foi a segunda ação de adversários de Maia
contra ele no Supremo. Partido do Centrão, o Solidariedade entrou com ação
também pedindo que a candidatura de Maia seja declarada inconstitucional. (AE)
Terça-feira, 03
de Janeiro de 2017
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