O
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deixará de ser instrumento de
certificação para maiores de 18 anos, passando a ser exclusivo para acesso à
educação superior. Essa atribuição será do Exame Nacional para Certificação de
Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que hoje é direcionado a estudantes
do ensino fundamental em idade irregular (a partir de 16 anos). A mudança
valerá já para a próxima edição do exame.
A
novidade foi anunciada nesta quarta-feira, 18, pelo ministro da Educação,
Mendonça Filho, durante coletiva para a divulgação dos resultados do Enem de
2016 e anúncio de outras mudanças. Dos 8,6 milhões de inscritos no último Enem,
cerca de 1,2 milhão queriam somente a certificação do ensino médio e poucos
mais de 7,7% deles conseguiram a nota mínima.
“Não
dá mais para aplicar uma avaliação tão abrangente, que exige mais do que o
necessário, àqueles que têm objetivos distintos, impondo um ônus para quem não
pensa no ensino superior”, disse. “A gente vai buscar algo mais enquadrado na
demanda e estender aos apenados nas penitenciárias, assunto que levei à
presidente do STF [Supremo Tribunal Federal], ministra Carmem Lúcia.”
O
Enem, assim como o Encceja, é aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inep). O resultado final do Enem de 2016 divulgado
nesta quarta-feira, 18, aponta para um dos piores desempenhos na história do
exame, especialmente em linguagens, com quase mil notas zero e um único
candidato a atingir a nota máxima, acertando entre 800 e 900 questões.
“O
desempenho em todas as áreas está absolutamente estagnado. Não estamos
conseguindo que nossos alunos do ensino médio aprendam mais desde 2008”,
informou a presidente do Inep, Maria Inês Fini. Segundo ela, o Enem não foi
criado para certificar o ensino médio e usava o Encceja como matriz para uma
dupla função, que incluía o acesso às universidades. O fim dessa duplicidade
pode ajudar nos próximos resultados.
“Tudo
isso reflete aquilo que a gente tem colhido nos principais mecanismos de
avaliação, como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) e o
Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb)”, avaliou o ministro Mendonça
Filho. Para ele, a educação básica no Brasil não apenas estagnou, mas piorou.
“Precisamos
de reformas estruturais rumo a uma educação de qualidade, valorizando o
professor e o conteúdo oferecido aos alunos. O projeto do Novo Ensino Médio, em
tramitação no Congresso Nacional, tem também esse objeto”, concluiu.
(Informações
do Ministério da Educação)
Quinta-feira,
19 de Janeiro de 2017
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