A
partir das 9 horas desta segunda-feira (9), estará disponível para consulta o
lote multiexercício de restituição do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.
Ele contempla restituições residuais referentes aos exercícios de 2008 a 2016,
informou a Receita Federal.
O
crédito bancário para 177.539 contribuintes será realizado no dia 16 deste mês,
totalizando R$ 370 milhões. Desse total, R$ 6,768 milhões serão destinados a
contribuintes idosos (21.130) e com alguma deficiência física ou mental ou
moléstia grave (2.232).
A
correção pela taxa Selic do valor a ser restituído varia de 9,92% (para
restituições referentes a 2016) e 91,49% (para as de 2008).
Para
saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar a página da
Receita na internet, ou ligar para o Receitafone 146.
Na
consulta à página da Receita, pelo serviço e-CAC, é possível acessar o extrato
da declaração e ver se há inconsistências de dados identificadas pelo
processamento. Nesta hipótese, o contribuinte pode avaliar as inconsistências e
fazer a autorregularização, mediante entrega de declaração retificadora.
Tablets e smartphones
A
Receita disponibiliza, ainda, aplicativo para tablets e smartphones que
facilita consulta às declarações do Imposto de Renda Pessoa Física e situação
cadastral no CPF (Cadastro de Pessoa Física).
Com
ele será possível consultar diretamente nas bases da Receita Federal
informações sobre liberação das restituições do imposto e a situação cadastral
de uma inscrição no CPF.
A
restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não
fizer o resgate nesse prazo, deverá requer por meio da internet, mediante o
Formulário Eletrônico - Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no
e-CAC, no serviço Extrato do Processamento da Declaração do Imposto de Renda da
Pessoa Física.
Caso
o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente
qualquer agência do BB ou ligar para a Central de Atendimento por meio do
telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e
0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos) para
agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer
banco. (ABr)
'QG' DA LAVA-JATO REÚNE MAIS
DE 30 MILHÕES DE ARQUIVOS
Um
acervo criminal e histórico de mais de 30 milhões de documentos, guardados em
uma sala sem janelas com acesso controlado e monitorado 24 horas por câmeras na
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, forma o banco de dados da
Operação Lava Jato. A delação da Odebrecht, que deve ser homologada pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) entre fevereiro e março, vai mais do que duplicar as
investigações.
É
o maior acervo de provas já produzido pela Polícia Federal em uma investigação
contra a corrupção no Brasil. Às vésperas de completar três anos, em março, a
Lava Jato teve 36 fases deflagradas, cumpriu 730 mandados de busca e apreensão
até aqui e acumulou um total de 1.434 procedimentos instaurados.
No
terceiro andar da Superintendência em Curitiba, o centro nervoso da Lava Jato
ocupa quatro salas interligadas por portas internas que formam um labirinto
circular.
A
primeira sala guarda HDs com cópias de segurança dos arquivos digitalizados.
Nas prateleiras estão pastas de inquéritos, relatórios, apensos e análises dos
mais de 400 inquéritos e procedimentos criminais já abertos pelos delegados.
Na
segunda e na quarta salas trabalham equipes de analistas que passam o dia
abrindo arquivos apreendidos em buscas, triando dados de relevância para as
apurações e produzindo relatórios de análise - um grupo restrito de cerca de 20
investigadores. Cada equipe tem um chefe e está vinculada a um delegado da Lava
Jato
Todo
o material é digitalizado, indexado e colocado em uma plataforma acessível para
permitir buscas em todo o acervo do caso por meio de palavras-chave, uma
espécie de Google interno da Lava Jato. O sistema usa programa desenvolvido por
um perito da Polícia Federal de São Paulo.
Arquivos
A
sala do banco de dados é a terceira. Tem seis metros por três e uma mesa
retangular no centro, onde estão um terminal de computador e quatro laptops -
todos ligados a dois servidores sob a mesa, que armazenam a integralidade do
material apreendido
Nos
servidores, com capacidade para pelo menos 30 terabytes de memória, estão
guardados planilhas de obras públicas, contratos e registros de pagamentos das
maiores empreiteiras do País, arquivos de textos, anotações, agendas de
encontros, conversas telefônicas, trocas de mensagens de e-mails e celular de
empresários, políticos, lobistas e doleiros. Os servidores guardam também todo
o material produzido pelos investigadores: laudos de perícias, relatórios de
análises, dados de quebras de sigilos fiscal, bancário e telemático dos
investigados.
Os
arquivos da corrupção da Odebrecht apreendidos no "departamento da
propina", o Setor de Operações Estruturadas, a integralidade dos grampos nos
telefones do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares, e
documentos apreendidos na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), no Rio, integram os arquivos.
O
banco de dados da Lava Jato está armazenado em um dos servidores sem acesso à
internet, inacessível a hackers. Para fazer buscas, é preciso usar senha
pessoal e registrar em uma planilha nome do usuário, data, hora e motivo da
pesquisa. No teto, uma câmera voltada para a mesa grava todo movimento nos terminais,
dia e noite.
O
segundo servidor é o da "rede Lava Jato", o sistema de comunicação
interna da equipe de policiais que atua exclusivamente na apuração do caso. A
rede é também o canal com o cartório da Justiça Federal, para envio de
documentos ao juiz federal Sérgio Moro e aos membros da força-tarefa do
Ministério Público Federal, coordenada pelo procurador da República Deltan
Dallagnol.
O
delegado Maurício Moscardi, um dos coordenadores da equipe da Lava Jato,
afirmou que um novo sistema para ampliar as capacidades de armazenamento e
processamento dos dados será feito em 2017, com um investimento de mais de R$
500 mil. (AE)
Segunda-feira,
09 de Janeiro de 2017
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