O
ministro da Educação, José Mendonça Bezerra Filho, disse nessa sexta-feira (24)
que o maior desafio educacional no Brasil é a qualidade do ensino. E defendeu
maior participação de alunos de renda mais baixa em instituições públicas que,
geralmente, recebem estudantes de condições financeiras mais elevadas porque
tiveram um nível de ensino anterior de melhor qualidade.
As
declarações foram dadas antes de o ministro ser homenageado pela Academia
Brasileira de Educação (ABE), com o prêmio Fernando Azevedo - O Educador do
Ano, no Teatro da Fundação Cesgranrio, em Rio Comprido, no Rio de Janeiro.
“Isso,
de certo modo, é também uma distorção. Quero alunos mais pobres cursando
universidades públicas, para que eles possam ter cada vez mais oportunidades
nas suas vidas”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil.
O
ministro comentou que o Brasil tem um bom padrão de ensino superior público e
também há instituições privadas em excelente qualidade, mas defendeu a busca
por avanços mais significativos, porque ainda não se consegue alcançar o patamar
global que se vê na Europa, na América do Norte e na Ásia.
Para
o ministro, melhorar a qualidade da educação básica é um dever imediato, não
apenas no campo das políticas sociais, mas na perspectiva do desenvolvimento
econômico, uma vez que o Brasil perde espaço quando o tema é competitividade.
“Não
há dúvida de que a educação brasileira, hoje, é uma tragédia humana de
dimensões incalculáveis no futuro das nossas crianças e jovens”, afirmou,
durante a cerimônia de premiação.
TEM QUE SER AGENDA
Mendonça
filho disse ainda que a Reforma do Ensino deve ser avaliada, sem que o Brasil
assista passivamente às eternas discussões no campo da educação. “Enquanto a
educação não for uma agenda da sociedade brasileira, não alcançaremos as
mudanças profundas e necessárias. Em um Brasil dividido por divergências
políticas e ideológicas, defendo que a educação deve ser o grande vetor de
convergência nacional”, afirmou.
O
ministro lembrou que, quando foi convidado pelo presidente Michel Temer, em
maio de 2016, para assumir o cargo, os diagnósticos ruins eram abundantes e,
por isso, era preciso agir rápido para mudar essa realidade. De lá para cá, de
acordo com o ministro, foram tiradas do papel ações como a reforma do ensino
médio, que tinha sido discutida há mais de 20 anos sem chegar a lugar algum.
“É
preciso agir, fazer acontecer, corrigir rumos. Com essa diretriz, a nossa
gestão está promovendo ações estruturantes, como a reforma no ensino médio,
mudança fundamental que deixa o currículo flexível, articulando com o ensino
técnico profissionalizante e ao mesmo tempo facultando ao jovem o famoso
protagonismo juvenil”, disse.
O
ministro destacou a política de indução das escolas em tempo integral, que vai
ampliar as matrículas neste período escolar, pela primeira vez, com apoio do
MEC. Contou que, das 8 milhões de matrículas no ensino médio em todo o país,
apenas cerca de 300 mil são em educação em tempo integral. “Estamos
assegurando, com investimento de R$ 1,5 bilhão, o incremento em torno de 500
mil matrículas em três anos”, afirmou Mendonça Filho.
(Com
informações da Agência Brasil)
Domingo,
26 de novembro, 2017 ás 12hs00
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