Alvo
da Operação Caixa D’Água, o presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues, se
entregou na tarde desta terça-feira, 28, à Polícia Federal, em Brasília. O
ex-senador e ex-ministro dos Transportes (Governo Dilma – 2012/2014), estava
foragido havia uma semana. A operação investiga propina de R$ 3 milhões da JBS
para a campanha do ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR)
Ele
é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção, extorsão, participação em
organização criminosa e falsidade ideológica. A acusação contra Antônio Carlos
Rodrigues é montada com base na delação premiada do executivo Ricardo Saud, do
Grupo J&F, controlador da JBS. Ele disse que teria sido ajustado com o PT e
com o PMDB, nos mandatos de Lula e Dilma na Presidência uma doação de R$ 20
milhões ao PR para a campanha de 2014 que visava reeleger Dilma Rousseff.
Segundo
as investigações, Garotinho e sua mulher, Rosinha, ex-governadora do Rio,
teriam liderado uma organização criminosa, envolvendo empresários, políticos e
secretários de governo do município de Campos de Goytacazes, norte do Rio, no
período de 2009 a 2016, época em que ela chefiou a prefeitura local, e seu
marido foi secretario de Governo, ‘cuja finalidade essencial era obter recursos
financeiros para o financiamento das campanhas políticas do casal e do grupo a
que pertenciam no Estado’.
Segundo
Saud, por sua condição de presidente nacional do PR, Rodriges teria indicado os
destinatários de parcelas da milionária contribuição. Na ocasião, Garotinho,
candidato ao Governo do Rio pelo partido, estaria pressionando a direção
nacional por uma contribuição de R$ 4 milhões, pleito que Rodrigues teria repassado
à JBS – o grupo acabou anuindo em repassar parte desse valor, R$ 3 milhões, o
que foi viabilizado por intermédio de contrato com a empresa do delator André
Luiz Rodrigues, a Ocean Link, da região de Campos dos Goytacazes, norte do Rio,
município então administrado pela mulher de Garotinho, Rosinha.
Um
dos advogados de Antônio Carlos Rodrigues, Daniel Bialsk afirmou que o
presidente do PR ‘sempre esteve em Brasília e não tinha nenhuma intenção de
ficar escondido’. Inicialmente, a defesa do ex-ministro tentou quebrar a ordem
de prisão preventiva por meio de habeas corpus no Tribunal Regional Eleitoral
do Rio. O pedido foi rechaçado. A defesa foi, então, ao Tribunal Superior
Eleitoral.
“Ele
(Rodrigues) decidiu se apresentar para dar um fim a esse suplício”, disse
Bialski. “Ele nunca se evadiu, estava esperando, como ainda espera, uma decisão
judicial que reconheça a ilegalidade da medida (decreto de prisão preventiva na
Operação Caixa D’Água).”
Quarta-feira,
29 de novembro, 2017 ás 11hs00
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