O presidente dos Correios,
Guilherme Campos, negou nesta terça-feira a possibilidade de a empresa pública
ser privatizada. Em audiência no Senado, convocada para discutir a situação
financeira dos Correios, Campos rejeitou qualquer chance de o governo
peemedebista colocar a empresa à venda.
"Nem o presidente Michel
Temer, nem o ministro Gilberto Kassab [ministro da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações] acham que é viável a privatização. Tem que dar tudo
errado para que a solução dos Correios seja a privatização", disse.
"Esse trabalho está presente nos 5 mil municípios do País, essa
singularidade torna muito difícil uma possível privatização. Pelo cenário
atual, duvido que aparecesse algum interessado."
A declaração de Campos tem
relação com a situação fiscal dos Correios. De acordo com o presidente, o plano
de saúde é a principal causa do rombo da empresa pública que, em 2016, deve
registrar prejuízo de R$ 2 bilhões. O balanço ainda não foi publicado. Campos
enalteceu o enxugamento fiscal feito pela sua gestão, que inclui a eliminação
de mais de 400 posições de gerência.
Apesar de o presidente ter
afirmado que, para Kassab, a privatização não é viável, em março, Kassab
afirmou que todo esforço devia ser empreendido para evitar a medida, mas que a
opção não poderia ser descartada.
“Não há saída; é preciso fazer
corte de gasto radical”, disse ele à época, ao lado do presidente Michel Temer.
“O governo não tem recursos e não haverá injeção de recursos nos Correios.”
Emprego. No último mês de maio, a
direção dos Correios abriu o terceiro Plano de Demissão Voluntária (PDV) para
seus funcionários somente em 2017. A direção estima que haja 17 mil
funcionários que se encaixem no perfil do programa: empregados com mais de 55
anos ou mais de 15 anos de tempo de serviço.
Até agora, os três PDVs
conseguiram a demissão de cerca de 7 mil funcionários. As adesões se encerram
nesta terça-feira, 6. Segundo Guilherme Campos, o resultado vai reduzir o custo
da empresa pública em R$ 65 milhões mensais, ou R$ 780 milhões por ano.
No último mês de maio, Campos
falou que o plano de recuperação da companhia tinha como objetivo evitar sua
privatização. Na ocasião, ele afirmou que a venda dos Correios só seria
realizada se as ações não fossem suficientes para socorrer a empresa.
Campos admitiu hoje, no entanto,
que a direção não descarta ainda a possibilidade de demissões motivadas.
"Isso não é segredo, não faz parte de um plano maligno. Estamos
consertando o carro enquanto ele está andando", afirmou. (AE)
Quarta-feira, 7 de Junho, 2017 as
8hs00
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