O ex-governador do Distrito
Federal José Roberto Arruda e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli foram
libertados no final da tarde de hoje (31). Também foram soltos os empresários
Jorge Luiz Salomão e Sérgio Lúcio Silva de Andrade, além do ex-secretário de
Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal Afrânio Roberto de Souza Filho.
A decisão foi do desembargador
Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Guedes já havia
decidido, na manhã desta quarta-feira, pela soltura do também ex-governador
Agnelo Queiroz. Eles foram soltos oito dias após terem tido a prisão temporária
decretada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, do Tribunal Regional
Federal da Primeira Região (TRF1).
Na decisão referente a Agnelo, o
desembargador acatou o argumento da defesa de que a prisão temporária de cinco
dias, prorrogáveis por mais cinco, que havia sido autorizada pelo juiz
Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, deveria
durar somente enquanto a PF cumpria diligências para coleta de provas, já
realizadas. A assessoria da Justiça Federal não informou detalhes da decisão
que libertou os demais acusados.
Todos teriam participado de
esquemas de desvios de recursos de obras no DF, detalhados em delações
premiadas de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez, que integrava o
consórcio de reconstrução do Estádio Mané Garrincha, junto com a Via
Engenharia. De acordo com o juiz federal, existem várias provas de que as
supostas irregularidades não se restringem às obras envolvendo o estádio.
A reconstrução do antigo Mané
Garrincha foi estimada inicialmente em R$ 690 milhões, mas acabou custando
cerca de R$ 1,5 bilhão, o que fez com que o estádio se tornasse o mais caro
entre os 12 que receberam os jogos da Copa do Mundo de 2014. O dinheiro saiu
dos cofres da Terracap, empresa pública do governo do Distrito Federal, cujo
capital é formado por 51% do GDF e 49% da União.
O caso começou a ser investigado
em setembro de 2016, a partir de depoimentos de três executivos da construtora
Andrade Gutierrez, em colaboração premiada firmada junto à Procuradoria-Geral
da República (PGR). As informações de que houve fraude na licitação foram
confirmadas por diretores da Odebrecht que afirmaram – também em colaboração
premiada – que em decorrência dessa combinação prévia, a empresa participou da
licitação apresentando um valor superior ao oferecido pela Andrade Gutierrez,
que depois retribuiu o "favor" na licitação para as obras da Arena
Pernambuco.
Quinta-feira, 1º de Junho, 2017
as 10hs00
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