O atual presidente do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de
Castro, disse nesta segunda-feira, durante entrevista no programa Canal Livre,
da Rede Bandeirantes, acreditar que a recessão no Brasil acabou. Rabello
amparou a justificativa no resultado do Produto Interno Bruto (PIB) referente
ao 1º trimestre de 2017, divulgado na semana passada, que mostrou alta de 1,0%.
"Essa recessão não tem mais
para onde ir", disse Rabello. Questionado sobre o possível excesso de
euforia do governo federal ao comemorar o número, Rabello rechaçou a afirmativa
e disse que a postura foi "absolutamente correta" e que "governo
que não comemora não está mais governando". Rabello aproveitou para
exaltar a agropecuária, que apresentou alta de 13,4%, e disse que o setor vai,
de novo, "brilhar" no segundo trimestre.
Voltando-se aos setores que não
apresentaram bons números, como o de serviços, que apresentou estagnação, e a
indústria, que subiu 0,9%, Rabello citou o processo reformista e a
simplificação tributária como ferramentas necessárias para acelerar o processo
de recuperação.
"Aí vocês poderiam me
perguntar: 'bom, mas então porque crescia tanto antes da crise? Fatores
heterodoxos entraram em cena. Agora estamos pagando o fim do processo de ajuste
recessivo. E nos descobrimos também numa situação terrível: a nossa produtividade
desde o início dos anos 2000 está parada, salvo no agronegócio", disse
Rabello.
Perguntado sobre o que pode
acontecer caso as reformas trabalhista e da Previdência não sejam aprovadas,
Rabello garantiu que o BNDES "vai entrar em campo de chuteira e bicuda",
com ou sem reforma. "Se houver demanda por investimento, o BNDES vai
caprichar velocidade, celeridade para aprovação desse novo processo".
Ao mesmo tempo, Rabello pregou
uma postura ponderada na distribuição de crédito. "Não quero que o
empresário comece a se amalucar, ele sabe que vai ter que pagar. O BNDES não é
casa de caridade. Emprestou, tem que retornar". (AE)
Segunda-feira, 5 de Junho, 2017
as 11hs00
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