O
presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargador
federal Carlos Eduardo Thompson Flores, assinou nesta sexta-feira 16 o ato de
exoneração do juiz federal Sergio Moro do cargo. A medida, pedida pelo próprio
Moro na manhã de hoje por meio de um ofício ao TRF4, terá efeito a partir da
próxima segunda-feira 19.
Titular
da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde correm os processos da Operação Lava Jato
em primeira instância no Paraná, o juiz federal assumirá o Ministério da
Justiça e Segurança Pública no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Ele
havia pedido férias do cargo até a posse, em janeiro, quando pretendia pedir
exoneração.
Com
a saída oficial de Moro da magistratura, os processos da Lava Jato, que por
enquanto estão sob responsabilidade da juíza federal substituta Gabriela Hardt,
serão redistribuídos a outro juiz federal do TRF4, por critério de antiguidade
no cargo (veja abaixo).
“Assim,
venho, mais uma vez registrando meu pesar por deixar a magistratura, requerer a
minha exoneração do honroso cargo de juiz federal da Justiça Federal da 4ª
Região, com efeitos a partir de 19/11/2018, para que eu possa então assumir de
imediato um cargo executivo na equipe de transição da Presidência da República
e sucessivamente ao cargo de Ministro da Justiça e da Segurança Pública”,
escreveu o magistrado no documento remetido ao TRF4 (leia íntegra abaixo).
Sergio
Moro disse que é “notório” que ele foi convidado e aceitou ocupar a pasta no
governo Bolsonaro. “Houve quem reclamasse que eu, mesmo em férias, afastado da
jurisdição e sem assumir cargo executivo, não poderia sequer participar do
planejamento de ações do futuro governo”, afirmou.
“Embora
a permanência na magistratura fosse relevante ao ora subscritor por permitir
que seus dependentes continuassem a usufruir de cobertura previdenciária
integral no caso de algum infortúnio, especialmente em contexto no qual há
ameaças, não pretendo dar azo a controvérsias artificiais, já que o foco é
organizar a transição e as futuras ações do Ministério da Justiça”, completou.
Como será a substituição
de Moro
Com
a exoneração de Sergio Moro, terá início o processo de substituição dele como
juiz federal titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. Segundo o TRF4, depois da
publicação do ato de exoneração no Diário Oficial da União, será divulgado um
edital de concurso de remoção, em que juízes da Justiça Federal da 4ª Região
(Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) poderão se candidatar à vaga. Não
há prazo para publicação do edital.
Após
a divulgação, os magistrados interessados no posto terão o prazo de dez dias
para manifestar interesse e outros três dias para desistirem. O processo de
substituição, conforme o TRF4, deve durar cerca de um mês. A escolha é feita
por critério de antiguidade, ou seja, será o novo responsável pela Lava Jato no
Paraná aquele que há mais tempo for juiz federal da Justiça da 4ª Região.
Os
critérios seguintes são a antiguidade como juiz federal substituto da 4ª Região
e, ainda, a classificação no concurso público para juiz federal.
O
ato de remoção, isto é, a oficialização do novo magistrado titular da 13ª Vara
Federal de Curitiba, será publicado no Diário Eletrônico da Justiça Federal da
4ª Região.
Até
que a vaga de Moro seja preenchida, os processos da Lava Jato continuam sob
responsabilidade de Gabriela Hardt, incluindo duas ações que têm entre os réus
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois processos estão em fases
avançadas e um deles já está pronto para sentença.
Os
oito juízes federal mais antigos do TRF4 ingressaram no cargo no dia 23 de maio
de 1994. Caso todos eles se candidatem ao posto, o critério seria a colocação
no concurso.
Veja abaixo quem são eles:
Luiz
Antonio Bonat, da 21ª Vara Federal de
Curitiba (13º lugar no concurso)
Taís
Schilling Ferraz, da 24ª Vara Federal de Porto Alegre (19º lugar)
Marcelo
de Nardi, da 9ª Vara Federal de Porto Alegre (20º lugar)
Alexandre
Gonçalves Lippel, da 19ª Vara Federal de Porto Alegre (22º lugar)
Hermes
Siedler da Conceição Júnior, da 26ª Vara Federal de Porto Alegre (23º lugar)
Eduardo
Vandré Oliveira Lema Garcia, da 1ª Vara Federal de Santa Cruz do Sul (24º
lugar)
Altair
Antonio Gregório, da 6ª Vara Federal de Porto Alegre (25º lugar)
Loraci
Flores de Lima, da 3ª Vara Federal de Santa Maria (26º lugar)
(VEJA)
Sábado,
17 de novembro, 2018 ás 00:05
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